DON •

Reencontro

Zurique, Suíça

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Dois anos depois.

Jimin estava preparado para sair de casa com Jungkook, quando a campainha da casa tocou. Ele ficou boquiaberto quando viu Giuseppe do outro lado da porta. De todas as pessoas que ficaram para trás na Itália, seu gêmeo era a pessoa mais improvável de procurá-lo em sua nova vida. Diferente da última vez que se encontraram, Giuseppe estava mais bonito, usava roupas claras e ao invés da carranca habitual, ele tinha um sorriso no rosto.

Percebendo que o marido estava parado em frente a porta, Jungkook se aproximou de Jimin e também se surpreendeu ao ver Giuseppe ali. Ele sabia que o marido se comunicava com o irmão virtualmente, mas nunca pensou que algum dia, Giuseppe estaria em sua porta.

— Imagino que me ver seja a última coisa que desejam, mas eu estava em Zurique e decidi aparecer. — Giuseppe interrompeu no silêncio constrangedor.

— Você é muito bem-vindo. — Jimin puxou o irmão para dentro da casa, levando-o para além do limiar.

— Podemos conversar um pouco? — Pediu, olhando para Jungkook por cima do ombro. — Prometo que serei breve. — Assegurou, percebendo o desconforto do homem que um dia já foi seu melhor amigo.

— Você quer algo pra tomar? — Jungkook tentou descontrair o clima tenso entre os três.

— Não, obrigado. — Respondeu, se sentando ao lado do irmão em um dos sofás. — Ainda é estranho saber que eu tenho um irmão gêmeo, ainda mais... — ele concentrou a atenção em Jungkook. — Um irmão por quem meu amor de infância se apaixonou. — Trouxe o assunto à tona.

— Não vamos voltar nesse assunto. — Jungkook pediu em um tom calmo.

— Eu preciso de um encerramento, Jungkook, minha terapeuta insistiu nisso. — O casal se entreolhou, permitindo que Giuseppe continuasse falando. — Quero olhar vocês dois juntos pra ter certeza que acabou, só assim eu vou conseguir seguir em frente. — Deu espaço para que Jungkook se sentasse ao lado do irmão e se levanou. — Durante muito tempo eu guardei rancor e ódio dentro de mim, sentimentos que se tornaram devastadores. — À medida que falava, ele começou a se sentir mais leve, mas limpo. — Muitas vezes eu odiei estar vivo e eu pensei que nunca seria feliz longe de você, Jungkook. — Confessou, alternando a atenção entre o casal. — Enquanto meus pais tornavam minha vida um inferno, você segurou minha mão e jurou que tudo melhoraria, então nós planejamos nossa fuga e deu tudo errado. — Jungkook voltou a ficar desconfortável com a conversa. — Naquela noite, Yan quase me matou... — Corrigiu-se em um segundo: — Acho que ele matou uma parte de mim, porque ele me afastou de você e fez com que acreditasse que eu tinha tentado te machucar, algo que me feriu ainda mais. — Lembrar daqueles momentos deixou Giuseppe envergonhado, ainda assim, ele continuou a falar:  — Todas as vezes que eu tentei te machucar, eu me machuquei ainda mais porque você sempre foi a pessoa mais importante da minha vida. — Deixando Jungkook de lado, a atenção de Giuseppe foi para Jimin. — Quando eu descobri que você existia, Jimin, eu não me importei, então eu descobri que Jungkook tinha sentimentos por você, graças ao Lorenzzo e fiquei louco. Eu desejei que você nunca tivesse aparecido, porque você roubou o amor do homem que eu amava. — Ele ficou em silêncio por um longo instante, algo que Jungkook e Jimin respeitaram pacientemente. —Hoje eu entendi, de uma vez por todas, que Jungkook me amou como um irmão e você nunca tirou nada de mim. É hora de seguir em frente e eu sei que só vou conseguir fazer isso se eu pedir perdão por todos os meus erros. — Sinalizou com os olhos para que ambos se levantassem. — Peço perdão por cada vez que eu os magoei. — Pediu, sentindo seu coração retumbar no peito.

— Fico muito feliz que esteja tentando melhorar, Giuseppe. — Jungkook foi o primeiro a falar. — Dizer que eu te perdoo agora seria leviano, mas eu quero que saiba que estarei sempre disposto a te ajudar no que precisar. — Estendeu a mão agora um cumprimento cordial.