Tirando a máscara

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Sicília, Itália

Park Jimin estava desnorteado desde que descobriu sobre as intenções de Lorenzzo ao tirá-lo do México com mentiras. Ele realmente acreditou que Lorenzzo estava com boas intenções quando o tirou da casa onde Don o deixou. No fundo ele sentia que havia algo errado, mas decidiu fechar os olhos para o óbvio.

Apenas pensar que ele veria Jungkook e estaria ao seu lado, foi o suficiente para fazer Jimin seguir Lorenzzo até o heliporto e viajar para a Itália, desembarcando horas depois, na Sicília. Mas ao invés de encontrar Jungkook à sua espera, Jimin viu homens que estavam ali para servir unicamente Lorenzzo. Ter suas mãos algemadas foi só o início do pesadelo. Não trataram Jimin com violência, às ordens de Lorenzzo eram claras.

Ele foi empurrado para o automóvel com os olhos vendados e obrigado a se sentar ao lado do homem que mentiu para ele tão bem que Jimin realmente enxergou boas intenções. Lorenzzo tinha as feições frias, o semblante impenetrável e hostil reverberando em sua áurea sombria. O homem se mostrava calculista e frio. Jimin enxergou, no silêncio e solavancos do carro pela estrada pedregoso, que todo o tempo o primo de Jungkook agiu de acordo com seus desejos.

Não foi um ato de boa vontade revelar os planos de seu avô. Ele sabia o que Jungkook faria porque o conhecia melhor do que nenhuma outra pessoa. Lorenzzo tinha certeza que Jungkook ficaria atordoado com a falha em sua segurança e não perceberia suas artimanhas para desestabilizá-lo, porque por mais duro que pudesse parecer naquele instante de reflexão, Park Jimin percebeu que todos estavam certos sobre ele ser o ponto fraco de Jungkook... E ele estava muito triste por isso.

Notando sua inquietude, Lorenzzo tirou a venda do loiro, que instintivamente olhou para os pulsos algemados. Pelas janelas escuras da van, ele percebeu que estava escurecendo na Sicília. Um crepúsculo bonito se formava no horizonte, à medida em que o carro se aprofundava no caminho estreito, no meio de uma vegetação densa, quase inóspita. Quando o carro parou em frente a um galpão grande e bem cuidado, Jimin foi empurrado para a fora da van e orientado a seguir Lorenzzo.

O galpão era realmente enorme, com móveis bem cuidados, um espaço para uma mesa de chá vitoriana no centro e na parte da frente, uma mesa retangular de madeira com algumas cadeiras enfileiradas ao redor e um espelho que se estendia pela parede lateral. Ainda em silêncio, Lorenzzo segurou os ombros de Jimin e o guiou para uma poltrona em formato de U. Levou apenas alguns minutos para todos os homens que serviam ao primo de Don se retirarem, dando lugar à chegada de Jeon Byun, Father, mas agora Jimin já não sabia a quem temer realmente, Lorenzzo, ou seu avô.

— O que pretende com isso? — Jimin perguntou, fumegando de raiva

— Eu vou ser justo com Don, Jimin, vamos ter uma luta e quem não morrer, vai ficar com o controle da Máfia Siciliana. — Lorenzzo sentou-se ao seu lado, mais perto do que o menor gostaria que ele estivesse. Apenas seu cheiro era capaz de deixar o mais novo enjoado.

— E eu sou o brinde extra? — Ele zombou, olhando para as algemas em seus pulsos avermelhados.

— Você está completamente desequilibrado, Lorenzzo, eu não sou um objeto inanimado, sem sentimentos, que pode ser manobrado.— Seu tom enfático foi observado por Byun, que avaliava toda a situação com cautela. — Eu amo o Jungkook e isso não vai mudar se você machucá-lo e tirá-lo da minha vida, pelo contrário, isso só vai fazer eu te odiar mais do que eu odeio nesse momento.

— Talvez com ele morto, eu consiga-

— Vai conseguir que eu odeie você, não seja idiota. — Bradou, se controlando para não avançar em direção ao outro. — Você poderia soltar minhas mãos e lutar comigo. — Lorenzzo riu, ignorando o chamamento para uma luta, com o mais novo. — Acha que eu não consigo te derrubar? Eu sou... fui um Soldado por algum tempo e aprendi muito. — Sobre isso, Lorenzzo não tinha a menor dúvida, tanto que ele concordou com um aceno rápido de cabeça. — Experimente soltar minhas mãos e veremos quão fraco eu sou, lute comigo e pare com essa merda ridícula, onde você não vai conseguir nada além da minha raiva.

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