Álcool e declarações

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Sicília, Itália

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Park Jimin acreditava que não havia outra pessoa mais patética na face terra do que ele. O que ele estava pensando quando atravessou na frente do opressor de Don e recebeu uma facada em suas costas?

Que receberia sua gratidão eterna e o tratamento de um rei?

Ele era tão estúpido por se importar tanto com um homem sem coração como Don Russo, que ao invés de visitá-lo no hospital, foi para festas, ignorando seu sofrimento em uma cama pequena, em um quarto que o deixava com falta de ar, recebendo o tratamento de um médico maluco.

Jimin queria socar seu rosto, fazer Don sentir a dor que ele sentiu em suas costas, talvez o dobro de dor, e Park não se considerava uma pessoa vingativa, mas Don o tirava do eixo com tão pouco esforço que Jimin achava ridículo. Jimin colocou em emplastros um sorriso de escárnio para o nada.

Ele estava na sala de treinamento, no terceiro andar da mansão, focando um saco de pancadas há quase vinte minutos sem parar; sua respiração sibilava, seu corpo estava quente enquanto os golpes se sucederam em um curto intervalo de tempo porque Park estava irritado demais para se preocupar com a dor em sua dor.

Park, por um momento imaginou que o saco de pancadas era Don e bateu com mais força. "Filho-da-puta-desgraçado", Park xingou em sua mente. Ele estava furioso, mas não ia se perder em autocomiseração, ele valia mais e uma hora ou outra, Don aceitaria seu valor. Ele vestia apenas uma calça de moletom preta e luvas de Boxe vermelhas; suor cobria seu corpo, gotas salgadas descendo por seu pescoço até o abdômen.

Seu corpo estava exausto, mas  Jimin socou o pobre saco mais algumas vezes, antes de parar e recostar-se em uma parede de tijolos. A vista era incrível. Jimin podia ver o horizonte limpo, sem arranha-céus ou qualquer construção que pudesse sujar aquela vista maravilhosa que ele estava contemplando.

Viver naquela casa era confortável, na maior parte do tempo, entretanto, Park estava com a mente cheia demais para aproveitar corretamente. Com o fôlego recuperado, ele voltou para o saco de pancadas, mas parou quando percebeu que Lorenzzo havia chegado.

— Você não deveria treinar tanto depois de levar uma facada. — Lorenzzo admoestou, entregando uma toalha e uma garrafa de água mineral para o soldado.

— Já se passaram duas semanas e não foi tão sério, afinal, estou aqui, certo? — Retrucou de forma grosseira, se arrependendo um segundo depois, já que o homem em sua frente não tinha nada a ver com seus problemas. Ignorando o olhar de repreensão do mais velho, Jimin voltou a golpear o saco de pancadas 

— Vamos, pare, o que está errado? — Ele segurou o saco, se posicionando em sua frente.

— Além do babaca que eu salvei não ter me visitado uma única maldita noite no hospital? — Bradou em resposta, externando o motivo de toda sua irritação nos últimos dias.

— Jimin-

— Três noites e ele estava fodendo alguém em Madrid, enquanto eu agonizava de dor, ele estava festejando em algum cabaré, eu deveria ter deixado aquele estúpido morrer. — Ele se arrependia amargamente por ter se importado l suficiente para receber o impacto da faca em sua carne

— É isso que você pensa? — Indagou, sinalizando o tatame ao lado, onde um sentou-se defronte ao outro.

Jimin se irritou quando Lorenzzo começou a rir.

— É isso que ele me disse ontem. — Respondeu, se livrando das luvas para conseguir abrir a garrafa de água.

— Jungkook é bem babaca quando quer. — Ele resmungou, meneando a cabeça em negação.

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