Algumas promessas merecem ser quebradas

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Sicília, Itália

[Atenção: Capitulo contém tortura física e psicológica, violência; coerção.]

Não era a primeira vez que Jimin enviava uma mensagem de áudio para Jungkook, mas ele sentia que a paciência do ex-namorado estava acabando. E tudo que Jungkook não queria era que Jimin desistisse dele e seguisse em frente, por mais egoísta que fosse.

Don precisava ser forte e manter sua promessa, mesmo que às vezes ele desejasse largar tudo e ir encontrá-lo. Jimin não era rancoroso, ele entenderia por que Don o tirou de sua vida de forma arbitrária, só era doloroso não vê-lo, não ouvi-lo pessoalmente e poder tocar suas bochechas, antes de beijá-lo. Olhando para a tela acesa do celular, ele começou a digitar uma resposta, apagando toda a mensagem um segundo depois.

Era inútil dar esperanças a Jimin quando ele sabia que não poderia lhe dar um relacionamento saudável, além do mais, a Camorra estava lhe pressionando para um novo casamento, já que Martina desapareceu completamente e não foi encontrada. Jungkook não queria pensar no pior, mas não era difícil acreditar que a mãe de sua filha estava morta ou muito mal. Ao ouvir o som de batidas na porta, ele deslizou os dedos pelo rosto cansado e apoiou os cotovelos na mesa para sustentar seu rosto ao redor das mãos, nunca desgrudando os olhos da tela do celular.

Ao olhar para o recém-chegado, Don percebeu que Nicolo havia entrado em seu escritório.

— Outra mensagem do Jimin? — Indagou, apontando para o aparelho na frente do mais velho.

— Ele vai desistir. — Proferiu, murmurou em resposta, fugindo do olhar de censura do outro. Ele estava farto de Nicolo fuçando sua vida.

— A questão é se você quer que ele realmente desista? — Perguntou abertamente, confrontando-o para ver até onde o outro sustentava a postura impassível.

— Você viu o que aconteceu com ele, comigo, não venha questionar minha decisão. — Vociferou, ranzinza.

— Se você não estivesse vivendo como um zumbi nos últimos anos, eu não estaria questionando sua decisão. — Ele insistiu, pegando o celular do primo, apenas para ter certeza que Don havia recebido outra mensagem de Jimin.

— Father escolheu meu destino. — As palavras do homem eram vazias de sentimentos.

— Às vezes o vovô me dá nos nervos. — Nico bradou, deixando o aparelho outra vez sobre os domínios do dono. — Ele agiu como um idiota com você e com o Jimin. — O outro continuou olhando em uma direção fixa.

— Teria sido bom se ele tivesse agido só como um idiota, ele foi cruel. — Don revivia cada momento daquela noite em sua mente, desde esteve diante de todo o horror. — Ele realmente teria matado o Jimin se eu não tivesse feito a promessa de deixá-lo. — Nicolo concordou com a cabeça. — Ele me fez quebrar a promessa de nunca mais estar de joelhos na frente de alguém. — E Don não estava disposto a perdoá-lo nem mesmo em seu leito de morte.

{...}

"Don estava em uma sala escura, no porão da casa de seu avô, com pessoas estranhas ao redor, todas sentadas em cadeiras, como se estivessem ali para um espetáculo e ele soube que era realmente isso.

Ele não foi para aquele porão por vontade própria, antes ele passou por uma leve sessão de tortura física e psicológica; suas costas ardiam após a sequência de chicotadas, ele ainda podia ouvir a palavra "viado" ecoando em sua mente, proferida por Father, enquanto assistia o neto apanhar até não restar nenhuma força em seu corpo. Levou um longo tempo até que ele percebesse que estava sendo vítima de preconceito por seu avô, demorou ainda mais para ele entender que sua passagem para o inferno havia chegado.

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