Um acontecimento chocante

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Sicília, Itália

O corpo de Jimin ainda estava tremendo quando Jungkook se virou para conferir se havia ferimentos em seu rosto. Ele não o olhava com desdém ou irritação, Don estava claramente preocupado e a aflição em seu rosto deixou Jimin ainda mais culpado.

Don não estaria ali se ele não tivesse contrariado seu desejo de protegê-lo e mesmo debaixo daquela máscara de lã, onde só se podia ver seus olhos, ainda corria o risco de alguém perceber que o líder mafioso estava ali e seria um caos, poderiam pegar Jungkook com espólio e se isso acontecesse, Park não poderia se perdoar. Ele estava muito imerso em suas lamentações para reagir, enquanto a chuva de tiros perdurava para todos os lados. Ele viu quando Nicolo Rizzo cruzou de um lado para se proteger atrás de um tonel escrito Danger na frente, com uma caveira de piratas logo abaixo.

Ainda era difícil se acostumar com a patente do amigo, como Lorenzzo fez questão de enfatizar durante o treinamento da última semana, onde ele deveria se referir a Lorenzzo como Subchefe e ao irmão como Capi. Segundo o irmão mais velho de Nicolo, o Subchefe estava abaixo do Consigliere e acima dos Capo e fora Nicolo; Ruíz era o segundo Capo de Don Russo. Ele não entendia porque havia travado no primeiro minuto de confronto no drop, quando havia salvado Don em uma situação parecida.

O que Park não entendia era que, às vezes o corpo humano reage em situações de extremo estresse de formas diferentes, onde qualquer um poderia se tornar um assassino para se defender de um agressor e um herói quando alguém que amamos está correndo risco de vida e Jeon Jungkook, definitivamente era alguém que ele amava. Jimin só percebeu que o mafioso estava gritando com ele quando sentiu um leve estalar de dedos em seu ombro.

— Você... — Jimin tocou o rosto do maior com as pontas dos dedos. — O que diabos está fazendo aqui?

— Garantindo que você vai voltar inteiro pra casa. — Respondeu, sem humor.

— Don... — ele começou, hesitante em falar.

— Tem mais gângsters do que o normal, é a porra de uma emboscada. — O mafioso não demorou a perceber, atirando na perna de em um gangster que se aproximava.

— Eu notei. — O menor ronronou, olhando para a arma em suas mãos.

— Não se preocupe, a ajuda está chegando, mas não é só isso. — Jimin teve um mau presságio ao ouvi-lo. — Os feds vão estar aqui em breve, Jimin e você não pode hesitar, mesmo se...

— Mesmo se for o Dionísio. — Completou, engolindo em seco. A ideia de enfrentar o amigo em um confronto direto não o tranquilizava em nada.

— Você está se arriscando por mim, isso é tão... — ele não tinha palavras para defender seu fascínio. Jimin teria lhe beijado ali mesmo se não significasse a provável morte de um deles. — Obrigado. — Pronunciou, por fim.

— Não me agradeça até voltarmos para casa vivos— Mesmo após as palavras duras, Jungkook beijou a testa do namorado, por cima da lã que cobria seu rosto e sinalizou para que o menor se movesse.

Para cobrir uma área maior, Jimin correu para a lateral do galpão e estudou todas as rotas de fuga, enquanto tentava se proteger dos disparos.

Ele não ficaria surpreso se fosse atingido por uma bala perdida àquela altura. O Soldado tentou não se intimidar com a ausência de Jungkook em seu campo visual.

Seu namorado não era indefeso, ele recebeu um treinamento superior ao de Jimin para atuar em situações como aquela. Quando viu uma porta pequena porta da parte dos fundos do Drop, Jimin correu para se esconder atrás de um pilar que sustentava o galpão e depois alcançou o outro. Ele se comunicou pelo rádio transmissor usado entre os soldados para avisar sobre a porta esquecida, mas a um passo de estar fora do galpão, Jimin foi surpreendido com a visão de Dionísio Salvatore.

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