Que diabos havia com ele?

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Sicília, Itália

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Jimin levou Jungkook para o único lugar seguro na cidade, o Hotel Notte Oscura, já que voltar para a mansão não seria seguro, já que Jungkook quebrou as regras da Alta Cúpula e sua cabeça estava a prêmio até que a situação se resolvesse.

O hotel estava localizado no centro da Sicília, com dez andares, a fachada pintada de branco e uma placa enorme na frente com o letreiro com o nome do hotel e uma seta.  Na verdade, o hotel era apenas mais um dos lugares que a máfia usava para lavar dinheiro.

Ao estacionar o carro na rua deserta, Jimin ajudou Don a descer do carro, só então ele percebeu que o homem tinha um ferimento no abdômen, a camisa do Mafioso estava rasgada e manchada de sangue. Ele se impediu de entrar em pânico. No último mês Jimin estava treinando muito para se tornar um bom soldado ele mostraria isso para Don naquela noite. Ele o ajudou a entrar no hotel e seguiram juntos para a recepção, onde uma mulher loira aparentando uns cinquenta anos estava. A mulher tinha cabelos em um corte Chanel, usava óculos de grau e um vestido rosa de seda e salto alto.

— Sou don Russo e quero um quarto? — A mulher perguntou, analisando-os detalhadamente.

— Ele está ferido e não queremos ser incomodados. — Jimin lançou um olhar duro para o mafioso.

— Noite difícil, senhores? — A loira sorriu, enquanto digitava algo em um MacBook.

— Digamos que sim. — Jimin encarava Don.

— Quarto 69, senhores. — Ela informou-lhes, entregando o cartão-chave para Jimin.

— Obrigado. — Ele voltou a segurar o maior para ajudá-lo a se mover para um elevador com grades de ferro, à moda antiga.

— Você andou aprendendo muito em um mês. — Jungkook comentou, sentindo seu corpo ser atingido por uma camada de dor lancinante. 

— Presto atenção. — Respondeu com orgulho, ajudando o maior em cada passo para o quarto no final do corredor. 

— Você cortou o cabelo. — Percebeu, depois de um bom tempo. Naquela noite, era a primeira vez que ele enxergava Jimin em um ambiente iluminado e calmo.  — Está bem assim. — Parecia mais masculino. Ele queria tocar os fios. Mas ele não se atreveu.

— Está delirando, Don? — Jimin riu, desbloqueando a porta com o cartão-chave. 

— Por quê? — Indagou, confuso, à medida em que entravam juntos no quarto. 

— Pra estar me elogiando assim, deve ter batido a cabeça durante a queda, não teve uma concussão, teve? — Perguntou, seu olhar risível, seu semblante tenso. 

— Nunca achei que diria isso, mas... senti sua falta. — Don confessou, se sentando devagar na borda da cama. Seu abdômen doía como o inferno, conforme sua embriaguez diminuía.

— Cale a boca, vou cuidar desse ferimento e não posso fazer isso com você falando tanto. — A agressividade na voz surpreendeu o Mafioso. Como se conhecesse o lugar, Jimin vasculhou as gavetas de uma cômoda e voltou para a cama com uma caixa de primeiros-socorros. Primeiro Jimin rasgou a camisa com um canivete, e sem nenhuma hesitação, derramou um pouco de álcool sobre a ferida na pele, colocando linha em uma agulha com uma agilidade incrível.

— Você vai me costurar mesmo? — Perguntou, assistindo Jimin queimar a ponta da agulha com um isqueiro. — Você sabe mesmo como fazer isso, Jimin? — Sua pele doeu mais em antecipação. 

— Aprendi na primeira aula de primeiros-socorros em situações extremas. — Don sorriu fracamente. — Você ficaria surpreso com a minha facilidade de tirar uma bala de um corpo humano. — Contou com orgulho, perfurando a ponta da agulha na pele de Jungkook, que apertou os lábios para não gritar. 

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