Amor e Ódio

Capítulo 49

O relógio na parede marcava quase meia-noite quando Caio finalmente chegou em casa, uma mansão imponente que escondia seus segredos sombrios por trás de uma fachada elegante. Seus passos eram silenciosos, mas a energia que o cercava era carregada, como se o ar ao redor dele soubesse dos atos obscuros que ele havia cometido naquela noite.

As luzes na entrada iluminavam o hall escuro, jogando sombras dançantes nas paredes. Caio não se deu ao trabalho de acender mais luzes. Ele parecia envolto em um manto de escuridão, suas roupas desalinhadas e manchadas, um testemunho silencioso das atrocidades que havia cometido. O brilho gélido em seus olhos apenas realçava a natureza implacável de seus feitos.

Ele subiu as escadas com a cautela de um predador, cada passo firme ecoando pelo corredor luxuoso. Seu destino era claro: uma mochila cuidadosamente pendurada na maçaneta de uma porta. A atmosfera estava tensa, como se a casa mesma estivesse esperando para testemunhar o próximo capítulo de sua saga sombria.

Caio pegou a mochila com movimentos ágeis, seu tato áspero contrastando com o zelo que ele demonstrava ao manuseá-la. Era como se a mochila carregasse sua identidade secreta, abrigando as ferramentas de seu lado mais obscuro. Ele ajustou as alças nos ombros e virou-se em direção à porta novamente.

O ar parecia pesado ao seu redor, como se o mundo ao seu redor também segurasse a respiração, aguardando o que viria em seguida. Caio estava prestes a sair novamente, mergulhando nas sombras da noite, deixando para trás a casa que testemunhara sua dupla vida.

A maçaneta girou silenciosamente sob sua mão, e ele saiu para a noite escura como um fantasma. A porta se fechou atrás dele com um clique suave, selando sua partida e deixando para trás um rastro de suspense e inquietação. A mochila balançava em seus ombros, um símbolo de suas intenções sinistras e de um futuro incerto, onde seus atos cruéis continuariam a tecer uma teia de ação e mistério.

Parte 2

Rute estava sentada ao lado da cama, delicadamente acariciando os cabelos de Isabella enquanto a jovem se entregava ao sono. Seus gestos eram suaves, quase hipnóticos, mas seu olhar estava distante, perdido nas teias confusas dos eventos recentes. Um furacão de emoções tumultuava seu interior, especialmente a questão que martelava incessantemente em sua mente: por que diabos Marion, seu próprio genro, teria cometido um ato tão impensável como tirar a vida da própria esposa? As provas eram contundentes, mas Rute simplesmente não conseguia aceitar essa terrível verdade.

Quando finalmente Isabella adormeceu, Rute depositou um beijo suave em sua testa e se levantou, os olhos fixos na porta do quarto como se a separação fosse uma faca afiada. Um estranho pressentimento a envolveu, algo estava errado. Sons indistintos ecoavam pela casa, e ela sabia exatamente o que significava. Caio estava de volta. Mas a imagem que ela mantinha dele estava desgastada, desbotada, não correspondia à realidade sombria que agora estava diante de seus olhos. As evidências eram claras, inegáveis: Caio, estava escondendo algo, algo da qual ela jamais imaginaria.

Com um cuidado silencioso, Rute saiu do quarto, fechando a porta com um clique suave para não perturbar o sono de Isabella. Ela pegou sua bolsa, deslizou o zíper com movimentos quase automáticos e retirou a chave da casa. Trancou a porta do quarto da filha com um toque gentil, como se estivesse protegendo-a de um mundo que se tornara sombrio demais.

O instinto a guiou até a porta dos fundos, o coração batendo acelerado em seu peito. Ela estava determinada, movida por uma necessidade visceral de desvendar os segredos ocultos que se escondiam nas sombras. Os passos eram leves e silenciosos, como os de um fantasma, enquanto ela se aproximava do carro de Caio. Os olhos dele estavam fixos no notebook, alheio à presença dela. Ele pegou uma mochila, como tantas vezes fez antes, como uma rotina que se repetia..

Então,sem hesitar, ela se lançou em um ato de coragem e desespero. Ela se escondeu noporta-malas do carro, os pensamentos uma tempestade furiosa em sua mente. Elaestava determinada a encontrar respostas, a descobrir a verdade que ela nãoqueria encarar. Uma possível traição imaginava ela. O motor do carro ronronou àvida, as vibrações percorrendo o pequeno espaço onde Rute se encolhia. Elespartiram, cortando a noite como um segredo sinistro em movimento. O coraçãodela batia forte, uma mistura de medo e resolução, enquanto ela se viaarrastada para um caminho desconhecido, onde as respostas aguardavam prontaspara desvendar os mistérios que cercavam Caio, Marion e a terrível verdade queela estava prestes a encarar