Capítulo 51

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Rute acordou lentamente, sentindo uma sensação estranha em sua boca. Sua mente estava embaçada, como se estivesse emergindo de um sonho profundo. No entanto, assim que sua consciência se estabeleceu o pânico a invadiu como um raio. Ela tentou mover as mãos instintivamente, apenas para perceber que algo áspero e apertado estava amarrado em volta de sua boca, impedindo qualquer som de escapar. Seus olhos se arregalaram e ela olhou ao redor, tentando entender sua situação.

A sala estava mal iluminada, com uma luz fraca e sombria lançando sombras dançantes nas paredes. Rute sentiu um frio percorrer sua espinha enquanto seus olhos se fixavam em uma cadeira à sua frente. Seu coração começou a bater desesperadamente quando ela percebeu que estava amarrada a essa cadeira. Cordas apertadas prendiam seus pulsos e tornozelos, tornando impossível qualquer movimento significativo.

Seus olhos se moveram em busca de respostas e encontraram Caio, uma figura sinistra e ameaçadora, de pé próximo a ela. Seu estômago se contorceu de medo ao ver a arma na mão de Caio, apontada diretamente para ela. O brilho frio do metal era uma ameaça silenciosa, fazendo seu corpo tremer involuntariamente.

Caio apertou a arma na cabeça dela engatilhando:

- Olha aqui, você pediu uma explicação, eu vou lhe contar, o maior erro da sua vida foi ter me seguido, você deveria ter me escutado, agora vou fazer o seguinte, eu vou desamordaçar essa sua boca, mas você vai ficar calada, você entendeu?

Rute com lágrimas nos olhos, balançou a cabeça concordando, Caio então a desamordaçou:

Rute:

- Caio o que é isso, o que você está fazendo?

Caio:

- isso é eu que te pergunto.

Rute:

- A muito tempo você não me deixa vim aqui, você me proibiu praticamente desde a morte de Cintia, agora eu quero saber, por que naquele guarda roupa tinha fotos da minha filha nua, dizeres " eu te amo", eu quero uma explicação.

Caio puxou a cadeira para frente de Rute, e sentou-se virado para ela e disse:

- Eu amava Cintia. Eu era apaixonado por ela. Mas não é um amor de pai para filha não, era um amor de homem para mulher.

As palavras de Caio acertaram Rute como punhal. Ela ficou pasma e disse:

- você... Mas isso é loucura, você é doente só pode.

Caio:

- Vou lhe contar a história, para você ter a noção do que está acontecendo. Quando eu casei com você, claro que te amava, com toda minha força. Mas Cintia foi crescendo, chegando na adolescência, se tornando uma bela mulher, e me apaixonei por ela, então não conseguir no que você viu nas fotos.

Rute:

- Isso é um absurdo, não acredito no que estou ouvindo, que você tirou fotos da minha filha daquele jeito, mas agora venha aqui dizer que se apaixonou por ela?

Caio:

- sei que é difícil de acreditar, mas aconteceu, meu ciúme dela com Marion era muito grande. Eu fiquei com muito ódio naquela noite, então quando discutimos naquela noite com Cintia, eu não sair para essa casa como eu tinha dito pra você, eu fui atrás do Marion, para acabar com ele, eu queria ele morto naquela mesma noite.

Rute ficou sem reação, com os arregalados e seus batimentos cardíacos em ritmo acelerado ela disse:

- Matar Marion?

Caio:

- Eu fiquei a espera dele na rua dele, então vi o carro de Marion saindo da casa do irmão dele Antônio, tinha certeza que era ele, então persegui, e causei o acidente, e comecei a atirar sem pensar...

Enquanto ele falava, Rute foi juntando as peças, e começou a entender a confissão de Caio.

Caio continuou:

- E quando parei e olhei para dentro do carro, não era Marion, era sei irmão Antônio, e Cintia do lado dele, e infelizmente os tiros acertaram apenas nossa Cintia.

Rute:

- Não, não estou ouvindo isso, não é possível, se você fez isso, por que Marion está preso?

Caio:

- Ele vai pagar, eu plantei todas as provas na casa dele.

Rute:

- isso não vai ficar assim! Eu vou te denunciar, Marion não pagar por algo que não fez. Seu assassino, eu vou vingar a morte da minha filha, você me pagar Caio.

Caio colocando novamente a arma na cabeça dela e diz:

- E desde quando, morto fala?

Os olhos dela lacrimejaram, ela nunca imaginaria que Caio fosse fazer uma atrocidade dessas.

Rute:

- você na teria coragem, você não vai me matar.

Caio:

- Não, então deixa eu te dizer um negocio, eu preciso resolver um negócio pessoal, se você acha que eu não tenho coragem, eu não tenho nada a perder, Cintia já está morta, ela era tudo para mim.

Ele então pegou um galão de gasolina que tinha, abriu e disse:

- Eu não tenho coragem não é ?

Rute:

- Não, não Caio, isso não, em nome de alguma coisa que você sentiu por Cintia, isso não...

Caio:

- eu odeio chantagens... cale a boca.

Enquanto ela gritava e implorava, Caio jogou todo a gasolina em cima dela, pegou um isqueiro e o acendeu:

- Nunca duvide de mim...

Rute:

- não, não, não faça isso...

Caio:

- eu vou te dar algumas horas de vida, enquanto eu resolvo minha fuga, depois disso, você vai se juntar com sua filha no mundo dos mortos.

Ele apagou o isqueiro, e guardou no bolso da calça, e saiu, deixando ela sozinha no quarto, com ela encharcada com aquele cheiro forte e tóxico de gasolina.

Rute:

- Você não vai escapar, não vai... não vai.

Gritou ela.

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