CAPÍTULO 27

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               MELINDA OLIVEIRA

            QUATRO DIAS DEPOIS


Anthony tem me evitado todos os dias, sempre chegando tarde e partindo para o trabalho cedo. Mas hoje é domingo, e ele terá que ficar em casa com a ajuda de Liz. Comprei um short curto e uma blusa cropped preta, e elaborei um penteado jovem e sexy. Passei um batom vermelho nos lábios. Sim, estou usando vermelho. Hoje ele vai pagar pelas frustrações que me fez viver nos últimos dias.

Saio do quarto com uma bolsa. Não pretendo sair, só quero que ele me veja assim e pague pelo que me fez passar. Quando apareço na cozinha, Marlucia me vê e faz sinal de aprovação com as duas mãos. Anthony está entretido olhando algo no notebook na ilha da cozinha. Chego perto, fingindo normalidade.

— Bom dia, Marlucia. Bom dia, Anthony. — e sigo para pegar um café. Só ouço um pequeno engasgo e um pigarreio antes de ele falar.
— Bom dia, Melinda... Você está gos... Linda. — sorrio para ele.
— Obrigada.
— Vai sair para algum lugar?
— Agora não, mas Liz me convidou para ir a uma boate hoje, e estou pensando em ir com essa roupa. O que você acha? — ele fica sem palavras e demora a responder.
— Boate?
— Hurum. — falo fingindo tomar meu café e procurando um biscoito.
— Eu vou dar uma olhada na lavanderia. — diz Marlucia saindo discretamente. Eu continuo de costas para Anthony e, de repente, sinto seus braços em cada lado do meu corpo, me aprisionando encostada no balcão. Me viro para ele e seus olhos faíscam de desejo.
— Você quer foder comigo, não é?
— Você está falando literalmente? — pergunto envergonhada.
— Importa? — ele pergunta, querendo me beijar, e eu desvio o rosto. Ele dá um sorrisinho sacana que fica maravilhoso em seu rosto perfeito.
— Me diga, Melinda. — ele fala rouco, levando a mão para minha cintura.
— O quê? — levanto meu rosto para olhar o dele.
— Você está se vingando? — ele encosta sua testa na minha.
— Talvez. — digo em um sussurro.
— Você não entende.
— O quê? — sussurro de volta.
— Se eu te fizer minha... não terá volta, eu não vou abrir mão de você. Eu pensei que talvez você preferisse viver, conhecer pessoas, voar livre e não se prender a alguém tão rapidamente. Por isso me mantenho afastado de você.
— Mas essa decisão também é minha, Anthony. — eu digo chateada e me afastando dele.
— Eu sei. — ele fala, me seguindo.
— Sendo assim, por que fez a escolha por mim? — eu pergunto magoada.
— Não escolhi nada, pois estou aqui te esperando, inteiro para você. — eu paro de andar.
— Não parece. Aquele dia... você... — ele se aproxima e agarra minha cintura, aproximando seu rosto do meu ouvido.
— Eu? — ele sussurra rouco.
— Você me provocou e fugiu. — ele aperta minha cintura, envolvendo seus braços em meu corpo, me fazendo suspirar. Viu como sou boba?
— Eu prometo não fazer mais isso. — ele beija meu rosto e depois me vira para ele.
— Me desculpa? — não conseguindo respondê-lo, balanço minha cabeça confirmando.
— Nesse caso, estou te convidando para um jantar. Você aceita jantar comigo, Melinda? — Olho para ele espantada. Ele sorri diante do meu assombro.
— É sério? — ele confirma com a cabeça.
— Muito sério. Você não me respondeu.
— É um encontro? — minhas bochechas ardem de vergonha pela pergunta boba. Ele levanta meu queixo e olha nos meus olhos.
— Sim, é um encontro. — e ele me dá o sorriso mais brilhante que já vi, só para mim.
— Eu aceito. — sussurro. E ele sorri e pergunta baixinho.
— Será que é errado beijar o encontro antes da hora? — eu nego com a cabeça, sem palavras, e ele desce sua boca na minha e nossos lábios se tocam em um beijo que me deixa sem forças. Ele segura minha cintura com uma mão, me apertando contra seu corpo e tirando meus pés do chão, colando meu peito ao dele. Eu solto um suspiro e um gemido, nosso beijo se aprofunda com nossas línguas duelando em um beijo extremamente delicioso, nossas bocas se buscam em sincronia. Minha mão vai para seus cabelos e gemo baixo com o tamanho do desejo que sinto por Anthony. Ele aperta minha bunda, pressionando sua virilha contra minha barriga, e solta um gemido. Só paramos para respirar. Ele me coloca no chão e olha intensamente para mim.
— Sabe que agora não tem volta, Melinda? Essa noite você será minha. — ele diz, beijando meu rosto, meu nariz, meus olhos, minha testa e, por último, a boca.
— Toda minha. — ele fala, passando a mão pelo meu rosto.
— Eu vou amar cada parte do seu corpo. — estou quase caindo dura pela intensidade do momento e de suas palavras. Ele não tem ideia de como quero ser dele. Não precisaríamos nem de um encontro para isso. Nós nos conhecemos há meses e ele está postergando algo inevitável.
— É tudo o que mais quero, Anthony... — ele enfia as mãos em meus cabelos e me puxa para outro beijo arrebatador, me tirando do chão, o ar. Me fazendo dele apenas com esse beijo intenso. Nós dois soltamos gemidos juntos. Ele me leva para um cantinho do corredor e me aperta contra seu corpo, me instigando, me deixando quente.
— Estou tão quente, Anthony... chega a doer... — falo em um sussurro. Ele sorri durante o nosso beijo e vai parando aos poucos. Ele pega minha mão e a coloca na frente do seu moletom, apertando meus dedos ao redor da sua dureza, soltando um gemido sôfrego. Sua boca aberta solta a respiração acelerada, os cabelos bagunçados.
— Ele também dói por você, Linda. Dói querendo se enterrar bem fundo na sua buceta... — ele está com a voz rouca e fala com um rosnado que me deixa arrepiada. Eu junto uma perna na outra, tentando aplacar o desejo que estou sentindo.
— Anthony... — ele me olha e solta um rosnado.
— Confia em mim? — ele pergunta.
— Com minha vida. — digo, olhando em seus olhos.
— Venha, passe as pernas pelo meu quadril. — eu faço o que ele pediu e ele caminha comigo agarrada a ele, levando-nos para seu quarto. Ele tranca a porta. Eu nunca estive aqui antes, mas não tenho tempo para analisar nada.
— Eu queria fazer tudo certo, mas acho que não começamos da maneira certa, né? — ele ri e se senta na cama, comigo em seu colo, sentindo sua rigidez encontrando minha intimidade pulsante.
— Você se importa se pulamos o encontro? — ele pergunta, tão fofo. Eu sorrio para ele e beijo sua boca.
— Nem um pouco. — ele sorri para mim e me joga em sua cama, e eu solto um gritinho.
Ele tira sua camisa e fica apenas com a calça. Acredito que esteja de cueca, apesar do volume enorme na frente. Ele se aproxima de onde estou deitada e beija minha boca com muita fome e desejo. Ele se livra do meu cropped sem nenhuma delicadeza e passa a mão pelos meus seios.
— Sabia que eles seriam perfeitos para mim. — eu não estava preparada para sentir sua língua em meu seio, e solto o ar gemendo seu nome. Ele aperta o outro seio, fazendo-me juntar minhas pernas em busca de alívio.
— Tem se tocado, Linda?
— Não consigo... aquele dia, quando bem... deitamos no sofá... eu... huummmm... — solto um gemido alto quando sua mão abre meu short e invade minha calcinha, e seu dedo vai direto para o clitóris. Ele começa a fazer círculos com os dedos, fazendo-me arquear as costas.
— Tão receptiva, tão linda... — ele retira sua mão dali e se ajoelha na cama, beijando minha barriga enquanto desce meu short e calcinha. Sinto-me insegura, mas seu olhar de desejo não me permite recuar. Apenas fecho os olhos e sinto sua respiração próxima da minha entrada. Quando ele toca sua boca ali, um choque percorre meu corpo e solto um gemido. Ele começa a lamber minha entrada, fazendo-me suspirar, e concentra-se em meu clitóris, arrancando-me pequenos gritos de prazer.
— Isso é tão intenso, Anthony... Eu não vou aguentar, eu vou... — ele intensifica ainda mais os movimentos de sua língua em meu monte latejante e, com dois dedos, penetra minha entrada.
— Anthony... ah... — ele continua com sua tortura, levando-me a um orgasmo que nunca experimentei antes, deixando minhas pernas trêmulas e meu corpo tremendo. Ele sobe pelo meu corpo, beijando cada pedacinho como disse que faria, e beija meu pescoço. Sinto-o se livrando de sua calça e posicionando-se entre minhas pernas.
— Você me quer dentro da sua bucetinha, Melinda? — ele pergunta, me torturando ao roçar seu membro em minha entrada, fazendo-me arfar de desejo.
— Por favor, Anthony... — digo, gemendo.
— Tão dengosa. — ele coloca a camisinha com uma agilidade que me surpreende e se acomoda em minha entrada, procurando minha boca e nos beijamos enquanto ele entra aos poucos. Ele é muito grande, é quase impossível de entrar.
— Anthony... você é muito grande. — eu ofego enquanto ele me beija e desce sua mão, começando a esfregar meu clitóris.
— Apenas relaxe, Linda. Você é perfeita para mim. — com muito carinho, ele me possui e solta um gemido estrangulado.
— Tão apertadinha... sua buceta está apertando meu pau, Melinda. Não vou durar muito tempo... — ele fala, beijando minha boca e chupando meu pescoço. Ele começa a se movimentar dentro de mim, e aos poucos me acostumo com seu tamanho. É tão prazeroso, tão arrebatador que me deixa sem palavras, apenas curtindo o quanto nossos corpos se encaixam. Ele é tão carinhoso o tempo todo, buscando meus olhos, beijando meus lábios. Eu passo as mãos por suas costas, arranhando-o. Estou me entregando inteiramente para ele, pois para mim não é apenas sexo, é muito além. É uma entrega para algo que sempre soube que existia entre nós dois.
— Ah, Melinda! Como você é gostosa. Tão perfeita. Goza comigo, Linda. — ele intensifica as estocadas, indo cada vez mais fundo, fazendo-me sentir cheia. O desejo, a paixão são tão grandes que nos perdemos um no outro, e quando ele goza, ele chama meu nome e eu chamo o dele.
— Melinda... — ele ainda dá algumas estocadas, prolongando nosso prazer, e beija todo o meu rosto.
— Tão perfeita. Tão entregue. Tão minha. — eu odiava pronomes possessivos na boca do Ricardo, mas fica tão bem com Anthony falando, porque sei que ele não me quer como um objeto, um enfeite. E então, sim, eu sou dele, e isso não me assusta. Pelo contrário, me faz sentir amada.
— Está tudo bem? — ele pergunta quando sai de dentro de mim e se livra da camisinha, me puxando para o seu peito. Eu encosto minha cabeça lá e fecho meus olhos.
— Mas que bem! — falo sorrindo.
— Que bom, minha princesa. — ficamos em um silêncio confortável. Eu passando minha mão em seu peito, ouvindo as batidas do coração dele, quase me entregando ao sono.
— Acho que estou com sono.
— Pode dormir, minha Linda. Também vou dormir um pouco. Agora, com você nos meus braços, parece tão certo que não preciso de mais nada. — e essas são as últimas palavras que ouço antes de pegar no sono e dormir profundamente. Quando acordo, estou sozinha na cama. Ela está vazia, e fico triste e com medo de ter sido apenas uma transa e que ele iria me rejeitar depois. E se isso acontecesse, como eu sobreviveria aqui? Sendo que antes era impossível ficar perto dele, e agora então...
Mas todos esses pensamentos são dispersados quando a porta se abre e ele aparece com um sorriso maravilhoso, segurando uma bandeja cheia de guloseimas.
— Pensei que talvez você estivesse com fome.
— Pensou certo. Estou faminta. — ele sorri para mim e coloca a bandeja na cama. Eu me visto com uma de suas camisas, que parece mais um vestido, e comemos juntos as frutas que ele picou e colocou em potes, o suco de melancia que eu amo e alguns salgadinhos de frango e queijo. Assim que terminamos, fomos para o banheiro. Ele tirou a camisa do meu corpo e beijou cada parte dele.
— Tão Linda. — e eu suspirei com cada palavra, cada toque, cada carícia. Depois, ele enxugou meu corpo e me deu outra camisa dele limpa, e eu me vesti. O banheiro dele tem uma banheira enorme, e o banheiro é gigante. O quarto dele é perfeito, nas cores branca e azul clarinho. Tem uma TV enorme e até uma pequena sala, onde há duas poltronas e uma mesa. O carpete quase cobre o quarto todo.
— Não sabia que você tinha um cinema no quarto.
— Eu gosto de assistir alguns filmes quando estou entediado. — ele diz, me carregando até sua cama.
— Quer assistir algum filme comigo, gatinha? — eu sorrio para ele.
— Gatinha, hum? — falo olhando torto para ele.
— Sim, sim, uma gatinha. — ele encosta na cabeceira da cama e me coloca no meio de suas pernas, e me recosto em seu peito, e ele me entrega o controle da TV.
— Você vai confiar no meu gosto para escolher filmes? — Olho para ele de soslaio, e ele sorri.
— Ah! Eu confio em você. O que você colocar, vamos assistir.
— Você vai se arrepender. — Não perco tempo e coloco um filme romântico para assistirmos. Ele me aperta em seus braços e beija meu rosto com carinho, e eu suspiro de felicidade. Eu nunca me senti tão feliz na minha vida. Um momento nunca pareceu tão certo como esse que estamos vivendo juntos.
Assistimos ao filme agarradinhos, e a todo momento Anthony demonstrou interesse e assistiu até o final comigo.
— O filme é até legalzinho, Melinda. — Ele sorri de lado.
— Legalzinho? Ele é perfeito. Você viu como o amor venceu? — Falo fungando, e ele me puxa para olhá-lo.
— Você está chorando, Linda?
— Sempre que assisto esse filme, eu fico emocionada. Quando era mais nova, tudo o que eu sempre sonhei foi ter alguém que fizesse de tudo para ficarmos juntos, sabe? Eu sonhava com uma família grande, tomando café da manhã na mesa, uma bagunça mesmo, onde poderíamos ser nós mesmos, sem essa droga de etiqueta.
— Hum, então minha Melinda quer ter muitos filhos?
— Pelo menos uns três. — Falo sorrindo.
— Bom saber, Linda, porque já podemos começar a praticar. — Eu olho para ele, que está com um sorriso no rosto, e não sei se ele está brincando ou se está falando sério. Não ouso perguntar por medo da sua resposta.
Passamos o dia na sua cama, onde nos entregamos novamente um ao outro, até estarmos saciados e eu dolorida. Quando a noite já tinha se avançado e passava das 23:00 horas, eu me levantei da sua cama. Sim, ficamos o dia todo em seu quarto. Quando não estávamos fazendo amor, estávamos assistindo filmes ou séries. Também comemos alguns lanches que ele furtava da cozinha. Eu nem sei por onde anda meu celular, e nem me preocupei com isso. Estava catando minhas roupas que estavam no cantinho do criado-mudo no momento em que Anthony olha para mim e arqueia uma sobrancelha.
— Para onde a senhorita pensa que vai?
— Eu?
— Sim, você.
— Eu vou para o meu quarto.
— Por quê? — ele pergunta, dirigindo-me um olhar confuso.
— Hmmm... Hum... porque sim? — mordo o cantinho da minha boca.
— Nada disso. Esta noite você vai dormir comigo. Pode se acomodar aqui do meu ladinho. — Eu fiquei parada, olhando para ele que se apoia em um dos braços, me observando com seu abdômen perfeito nu. Na verdade, ele está apenas de cueca boxer.
— Venha logo, Melinda. Não me faça levantar para trazer esse corpo maravilhoso até aqui. — Eu ando vagarosamente até ele, e ele me puxa e caio em cima do seu peito. Envergonhada, escondo meu rosto em seu pescoço.
— Eu... hum... não aguento mais sexo hoje. — Ele solta uma risada sonora, parecendo se divertir com o que disse.
— Pode deixar, Linda. Não quero usar seu corpinho gostoso, só quero dormir abraçadinho com você. Venha, deite-se aqui. — Ele me guia para ficar de lado e me envolve com seu corpo grande, e ficamos em uma espécie de conchinha.
— Eu nunca tive... carinho depois de... E nem dormi assim... — Eu profiro em sussurro.
— Você sempre vai ter carinho comigo, Melinda. Você merece o mundo, e eu vou fazer o possível para lhe dar tudo que você merece. — Ele diz, beijando meus cabelos, e uma lágrima teimosa escapa dos meus olhos.
— Obrigada, Anthony, por me fazer me sentir especial.
— Mas você é especial, Melinda. — Ele beija meus cabelos e fica quietinho, e sinto quando seu corpo relaxa e ele adormece. Minha cabeça ainda trabalha por algumas horas, até que o sono vence a batalha, e acabo adormecendo, implorando a Deus para finalmente ser feliz.

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