EPÍLOGO 1

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                        EPÍLOGO 1


                  ANTHONY FERRAZ


               ALGUNS MESES DEPOIS


Ainda me lembro da comoção que foi quando Melinda entrou em trabalho de parto. Ela acordou sentindo fortes dores e corremos para o hospital, imagina o pânico que se abateu sobre mim? Fiquei ao seu lado durante todo o momento, e foi mágico acompanhar o nascimento da nossa filha. Ela veio ao mundo de madrugada, precisamente às duas da manhã. Melinda optou por parto normal e sua recuperação foi até tranquila. Nossa princesa está sendo muito paparicada por todas as avós. Sim, Melinda aceitou que suas mães estivessem presentes no nascimento de Alice, assim como também nos cuidados no período de recuperação. Minha mãe e Cássia disputaram quem daria o primeiro banho e até mesmo quem a faria dormir. Carla e Melinda estão se falando mais agora.

Foi ideia minha o encontro no dia do chá de bebê, aquela situação já estava insuportável, ela amava sua tia e irmã e, por medo de descobrir a verdade, se mantinha afastada. Eu via o quanto ela estava sofrendo e que era prejudicial para o bebê. Tive uma conversa com sua terapeuta e ela me aconselhou a agir com cautela. Sei que foi um risco grande, mas sentia que tinha algo por trás de toda aquela história e fico feliz por ter acertado. Minha mulher melhorou muito, ela não tem mais tantos pesadelos e consegue dormir tranquilamente. Está até fazendo planos para o futuro, onde eu apoio todos. Sei que pode demorar um pouco, mas ela aceitará que Carla e sua mãe sempre venham aqui ficar com nossa princesa. Estamos planejando nos casar e viajar em lua de mel, e deixá-la com as avós. Melinda quer esperar que nossa filha tenha pelo menos 6 meses, enquanto eu esperaria um ano. Não sei se conseguiria ficar longe dela tão pequenina assim, mesmo sabendo que ela será bem cuidada.

— Você vai se comportar, não é, princesa? — Ela sorri para mim, pegando em meus dedos.
— Quem é a princesa do papai? Hum? É você? — Falo, passando os dedos por seus cabelinhos. Ela tem os cabelos negros como a noite, igualzinho aos da mãe dela. E os olhos são iguais aos meus, esverdeados.
— O narizinho é o da mamãe, não é mesmo, Maria Alice? — Ela fica me olhando falar, tão interessada como se me entendesse.
— Você é minha pedra preciosa. Você e sua mamãe são o meu universo. Não conte para sua mãe, mas pretendo levá-la para velejar. Você acha que ela vai gostar, princesa? — Eu continuo contando meus planos para minha filha, a fim de entretê-la e deixar Linda dormir mais um pouco. Minha princesa está com 4 meses e é muito, muito esperta.

— Senti sua falta na cama. — Fala minha mulher.
— Eu ouvi Maria Alice resmungando e queria dar mais alguns minutos de sono para você. — Falo, indo até ela, entregando nossa filha para que Linda a alimente.
— Você estava com muita fome, Maria Alice. — Eu falo, observando-a sendo amamentada. Eu sempre fico ao lado de Melinda, sempre ajudando no que for necessário. Linda pega minha mão e a aperta. Eu pego uma manta e cubro minhas meninas.
— Deixe que eu cuido dela para você, amor. Pode ir descansar. — Falo para Melinda, que me entrega nossa filha, mas ela não sai do quartinho, apenas se acomoda na cadeira. Eu coloco ela no meu ombro para ela arrotar e fico imóvel para não ter surpresas.
— Acho tão engraçado, Anthony. — Ela fala sorrindo e eu me viro para olhar para ela.
— Qual é a graça, senhorita Melinda?
— Você, um homão desses, segurando uma bebê tão delicadamente. — Eu sorrio para ela e olho para nossa filha, que acabou adormecendo, e sorrio.
— Essa garota é minha preciosidade, a flor mais linda do nosso jardim. Vocês duas são minhas maiores alegrias. — Melinda se levanta e vem até onde estamos, e abraça meu corpo, e ficamos assim até que nossa filha caia em sono profundo. Colocamos ela segura em seu bercinho e ligamos a babá eletrônica. O quarto, como planejado, é todo lilás e, por enquanto, está decorado com nuvens e ursos rosas e lilás, mas acredito que minha mãe, Cássia e Carla vão influenciar minha mulher a mudar tudo.
— Está com sono? — pergunta Linda quando estendi as mãos para ela.
— Não, por que?
— Queria ir à varanda do nosso quarto. — ela fala temerosa.
— Então vamos. — seguimos os dois para lá e deitamos na espreguiçadeira, Melinda em cima de mim. Ficamos olhando para o céu por um bom tempo.
— Você ainda possui algum sonho que queira realizar, Melinda? — pergunto e ela fica em silêncio por vários minutos, chego a pensar que ela adormeceu quando ela fala.
— Vamos falar de todos que eu realizei primeiro. Consegui tirar minha carteira com muita dificuldade. — ela sorri. Melinda, que não me ouça, mas ela é péssima no volante.
— Eu sei o que você está pensando, tá. — ela fala batendo no meu peito e eu sou obrigado a rir alto.
— Ah, amor, mas você é muito ruim dirigindo. — ela faz bico e eu tento contornar.
— Mas veja pelo lado bom, amor. Com um carro automático com sensor, você se sairia muito bem. Eu queria te dar um de presente, mas... — ela levanta a cabeça e olha para mim furiosa.
— Nem comece, Sr. Anthony Ferraz, se você quiser dormir nesse quarto essa noite. — ela tenta sair dos meus braços, mas eu não permito, me levanto e a deito, me deitando por cima dela. Ela tenta me empurrar, mas me esfrego ainda mais nela.
— Eu amo quando você fica nervosinha, me deixa duro. — falo mordendo seu pescoço.
— Nem pense, Anthony, você me tirou do sério com suas provocações. — ela fala resoluta. Percebo que pisei no calo dela e tento contornar antes que eu tenha que dormir no sofá.
— Estava brincando, amor. Você está pegando jeito e se saindo bem. — ela olha para mim e dá um sorriso travesso, e sei que estou em apuros.
— Então você teria coragem de deixar eu dirigir seu Porsche? — eu engulo em seco e concordo com a cabeça.
— Sim. — ela olha para mim séria e eu nem respiro, e depois ela começa a gargalhar.
— Você mente muito mal, Anthony. — eu não aguento e acabo sorrindo também.
— Veja pelo lado positivo, você sempre saberá quando eu estiver mentindo. — ela beija meus lábios e eu sorrio de alívio e a puxo para cima de mim novamente.
— Voltando ao que falávamos, tirei minha carteira, tenho um trabalho que eu amo e até mesmo estou começando a fazer aulas online de gestão de negócios, visto que você delegou a floricultura em minhas mãos, e eu amo que você esteja cuidando da contabilidade e marketing. — ela me beija. Eu sempre estou ajudando no que posso, mas deixo ela tentar sozinha também; sempre gerencio o que entra e sai, para mim é fácil. E eu amo vê-la caminhando sozinha.
— Você é meu orgulho, Melinda. — ela sorri.
— E você é o meu. — Ela fica em silêncio. E depois de muitos minutos ela fala.
— Eu perdoo... — falou quase num sussurro.
— Quem?
— Minha tia... minha mãe!? — eu fico calado, apenas fazendo carinho em suas costas; acredito que ela precisa de tempo. Sempre faço isso, deixo que ela sinta o que disse e ela continua.
— Eu senti o sofrimento dela em cada palavra, Anthony. Percebi que todas nós sofremos à nossa maneira, que as três saímos feridas e que o perdão cura. Sei que cicatrizes permanecerão para sempre, mas acredito que poderemos conviver com elas.
— Tenho certeza que sim, meu anjo. E você é luz, Melinda, e peço a Deus que nossa filha tenha o mesmo coração doce e gentil que o seu. Eu te amo. — eu a beijo apaixonadamente. Eu tiro suas roupas aos poucos e beijo cada pedacinho do seu corpo, eu amo todas suas curvas.
— Tão perfeita. Tão minha... — eu me coloco entre suas pernas e pincelo meu pau em suas dobras.
— Vamos fazer amor na varanda... — eu me enfio todo dentro dela e ela me recebe tão bem, suas mãos vão para os meus cabelos e costas, e ela geme gostoso em meu ouvido.
— É tão bom... tão bom... — choraminga enquanto me enfio incontáveis vezes, deixando os dois loucos, quentes e à beira do orgasmo.
— Goze comigo, amor... venha... — eu amo me perder no corpo da minha mulher. Um dia ela me disse que eu era seu lar, seu lugar, mas ela que é meu lar, meu lugar, meu tudo.
— Te amo.
— Te amo mais...

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