Soraya Thronicke...
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°_Simone... por favor, me deixa aqui sozinha_ pedi mais uma vez.
_Soraya, ei amor... não faz isso, eu já pedi desculpa_ falou.
_Não quero suas desculpas agora, sai Simone, me deixa em paz_ me sentei no chão do banheiro.
_Eu já liguei e disse que não vou pra loja, não vou sair daqui e deixar você aí sozinha_ mexeu na maçaneta da porta.
_Eu não vou abrir, está perdendo o seu tempo Simone_ estava tentando ao máximo não chorar.
_Meu anjo... por favor amor, abre aqui, vamos conversar melhor_ deu duas batidinhas.
_Simone... por favor, sai... me deixe aqui sozinha, eu não quero falar com você agora_ minha voz já tava embargada.
_Mulher teimosa do cacete, abre aqui_ deu uma batida forte na porta dessa vez.
Simone faz as merdas dela, e depois quer ficar de conversinha, achando que tudo vai se resolver facilmente, foi sempre assim, briga por besteira, e pede desculpas, e eu burra, aceito tudo isso.
_Eu preciso saber disso também, tá legal?_ ela continuava ali.
_Simone, vá pro seu trabalho, se for, você saberá_ falei.
A mulher com quem eu casei, se tornou hoje uma completa estranha pra mim, diante das suas ações, gritou comigo, me xingou, falou tudo o que quis dizer, e agora tá bancando a arrependida.
_Vou sentar aqui no chão, não vou sair_ fiquei calada.
Há alguns dias venho notando que minha menstruação tá atrasada, não tinha ligado muito, pois com a correria do dia a dia, do trabalho, eu só chegava em casa, tomava um banho, comia algo e dormia.
Na volta da padaria hoje, que eu fui com Simone, decidi então passar em uma farmácia, acordamos bem cedinho pra fazer caminhada, quando voltamos eu lembrei de comprar o teste, e assim fiz.
_Já começou a fazer?_ ouvi ela perguntar.
_Não... não consigo ainda_ respondi.
A nossa discussão começou quando eu comentei sobre o atraso da minha menstruação, sua reação foi diferente de muitas que acontecem, onde o parceiro fica bravo e tudo mais.
No caso de Simone, ela ficou feliz, já tinha até começado a fazer planos naquele mesmo momento, mas suspeita não é certeza, pedi pra ela voltar pra realidade.
Caramba, qual a dificuldade em entender que eu ainda não quero? por quê é difícil respeitar o meu tempo? foi por isso que brigamos, eu disse estava torcendo pra não ser.
Podem me julgar à vontade, mas não me sinto pronta pra ser mãe e assumir uma grande responsabilidade que é ter um filho, não é tão simples assim.
_E agora, já fez?_ perguntou outra vez.
_Simone, não... e se continuar enchendo a minha paciência eu não vou fazer_ fui ríspida.