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Soraya Thronicke...


_Os dois, podem parar_ falei da cozinha.

Se calaram lá na sala, voltei a minha atenção a comida que eu preparava para o nosso jantar de hoje, coloquei uma travessa no forno, e fui fazer o suco das crianças, quando escutei novamemte um grito, até cortei meu dedo quando estava indo cortar o morango.

_Mas crianças, o que foi dessa vez_ perguntei ao chegar na sala.

_O Simon jogou a minha boneca pra rua, mamãe, bate nele_ Afrodite nem é dramática.

_Calma filha, não precisa de escândalo, quando sua mãe chegar, ela vai buscar pra..._

_Não, eu quero agora_ gritou.

_Vamos parar? você falando com sua mãe Soraya e não com a mãe Simone, que faz tudo o que você quer_ ela cruzou os braços.

_Bem feito maninha_ Simon mostrou língua pra irmã.

_Simon, por que você jogou a boneca da sua irmã pra baixo?_

_Ela tava me deixando irritado com aquela música chata_

_Mentira, você que gosta de implicar_ pronto, começaram a discutir novamente.

Fui ligar para a portaria, pedi para que o porteiro fizesse esse favor pra mim e trouxesse a boneca até aqui, não tinha como eu sair, e Simone ainda não tinha chegado do trabalho.

_O porteiro vem deixar, espere filha_ ela subiu emburrada para o quarto.

_Quebra, foi você que comprou, Afrodite_ falei alto quando ela bateu a porta com força.

Olhei para Simon, que assistia tranquilo o desenho dele, fez a bagunça e agora tá aí, quietinho, voltei pra cozinha, e fui continuar com o preparo do suco deles.

Não demorou muito e uma gritaria deles dois se formou de novo, dessa vez, lá no pequeno escritório de Simone, corri até lá, encontrei o tablet da mãe deles jogado no chão.

_Quem derrubou?_ os dois se olharam.

_Não foi eu, mãe_ falou Simon.

_Não foi eu também_ Afrodite falou.

_Ah, então o tablet criou asas e quis se jogar no chão, do nada, foi isso?_ coloquei a mão na cintura.

Ela já tava com seis anos, e ele com com os quatro anos, idênticos à outra mãe, e são estressados como ela também, mas não nego que puxaram esse estresse pra mim também.

Continuaram calados, peguei o aparelho do chão, a tela havia trincado, dei uma leve bronca neles, iria fazer o mesmo com Simone, foi ela que inventou de deixar eles mexerem.

_Deixa a outra mãe de vocês chegarem_ dei uma olhada daquelas nos dois.

Deixei o aparelho sobre a mesa, desci pra cozinha, eles foram comigo, começaram a brincar com a tete, aprontei tudo, a janta ficou pronta, e fui pra sala com eles.

Você é minha (simoraya)Onde histórias criam vida. Descubra agora