Soraya Thronicke...
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•Estava em um sono profundo, mas um chorinho agudo um pouco distante dali, se fez presente, e quando fui despertando, o choro ficou mais alto, arqueei a sobrancelha, abri os olhos lentamente, dando de cara com a Simone, dormindo tranquila.
_Amor?... Simone... ei amor_ ela nem se mexeu.
Queria pedi para ela ir buscar a nossa filha, ela podia estar com fome, Afrodite acordava esses horários para mamar, olhei no relógio, três e quinze da manhã.
_Simone... pega a Afrodite pra mim, amor_ vi Simone puxar mais o lençol para se cobrir.
Passei a mão em meu rosto, fiz um coque meio desajeitado, me apoiei na cômoda ao lado da cama, fiquei de pé, tentei chamar ela de novo, mas sem sucesso.
Saí andando mancando de dentro do quarto, me apoiando em algumas partes, dei alguns pulinhos só com o pé esquerdo, pois o outro já começava a doer.
Era por isso que eu tava chamando a Simone, para que eu não fizesse muita força ao andar, sofri uma queda daqui da escada há uma semana atrás.
Simone estava no banheiro nesse momento, comecei a gritar por ela, meu pé já doía muito, foi preciso eu ir no hospital, agora tô usando uma bota, por conta da torção que sofri.
_Ei filha, mamãe tá aqui, mamãe chegou_ pelo cheirinho, ela havia feito o número dois.
Seu trocador era ao lado do seu berço, assim como a penteadeira, que bom que assim eu não iria me movimentar muito, estava com dor.
_Vamos limpar esse bumbum_ tirei seu macacão.
Deusdete entrou no quarto da irmãzinha, conseguiu pular em cima de um dos puffs do quarto, ficou olhando para o que eu fazia.
_Está vendo deusdete, como é?_ estiquei a mão para pegar a pomada.
Após ela está limpa, coloquei uma fralda nova, e um outro macacão, ao pegar ela no colo, Afrodite já colocou a mãozinha na barra do meu vestido, queria mamar.
_Vamos com a mamãe aqui_ caminhei devagar até a poltrona.
A minha outra filha saiu de onde estava e ficou deitada no tapete, assim, ela colocou sua cabecinha em cima da bota que eu estava usando, tão fofa.
Me encostei na poltrona, baixei a alça do vestido, deixei meu peito esquerdo do lado de fora, Afrodite logo tomou na sua boquinha, iniciei um carinho na sua cabeça.
Ela agora estava com os três meses, sempre comemoramos, ainda tem um balão do número três lá na cozinha, quase vazio agora, sempre fazemos algo simples.
_Soraya... amor_ Simone me gritou do quarto.
_Tete, vai dizer pra sua mãe que eu tô com sua irmã aqui_ falei em tom de brincadeira pra deusdete.
E não é que ela se levantou e saiu do quarto mesmo? logo pude ouvir os latidos dela no nosso quarto, sorri com isso, ela deixou de me chamar, ouvi passos até ela aparecer ali.
_Por quê não me chamou, amor?_
_Eu já..._
_Você sabe que não pode tá fazendo esforço, por conta do seu pé_
_Eu te chamei, mas você continuou dormindo, amor_
_Er... desculpa... sério, desculpa amor_
_Relaxa, tá tudo..._
_Eu devia estar ajudando você nesses momentos, já que passo o dia..._
_Simone, não se culpe, eu sei que você também está cansada_ eu parei, para poder ficar com a nossa filha, como Simone quis.
_Eu estou, mas devia está te ajudando_ ela parecia frustrada.
_Vá dormir, vá, daqui a pouco o sol nasce, e você tem trabalho, amor_
_Posso não ir e ficar com vocês_ ela puxou um puff e se sentou.
_Sabe o que eu vi?_
_Não, o que viu?_
_Prestei atenção quando fui trocar a roupa dela, e ela tem a sua marca de nascença_
_É sério amor?_
_Sim, no mesmo lugar_ Simone me deu um sorriso.
_Eu amo tanto vocês, tanto, tanto_
_Eu também te amo, sisa_ ela encostou a cabeça em meu ombro.
Bocejei, Afrodite parecia que não tinha nenhum pingo de sono, enquanto mamava, brincava com a mão da Simone, meu peito saía da boquinha dela quando ela começar a sorrir.
_A maneira dela sorrir é como você_
_Você acha?_
_Acho amor, olha de novo_ sisa fez uma leve cócega no seu narizinho.
Achei mais parecer com ela, mas Simone insistiu em dizer que era como o meu, Afrodite é uma cópia da Simone.
_Pode buscar um copo de água pra mim?_ ela assentiu e levantou.
Passou-se um tempo e Afrodite dormiu, Simone continuou comigo ali, pegou a filha no colo e colocou no berço, e pra minha surpresa, logo depois, me carregou e levou-me pro quarto.
_Agora sim eu estou sendo uma esposa de verdade_
_Você é uma esposa incrível, amor, uma mãe maravilhosa, não duvide disso_
_Eu preciso cuidar de vocês, não quero que o trabalhe ocupe todo o meu tempo_ me mantive calada dessa vez.
Sei que não é fácil dar conta de muita coisa junta ao mesmo tempo, Simone agora cuida das duas lojas, de manhã está em uma e de tarde está em outra.
Sinto saudades, muitas mesmo, meu dia é basicamente só eu e nossa filha em casa, vamos ter um tempinho juntas em família apenas pela noite, mas eu a entendo.
_Não se cobre tanto, você está dando o seu melhor, hum?_ segurei sua mão.
_Não, eu não estou, tenho vivido mais para o trabalho do que para vocês_ dessa vez ela parecia tá irritada com si mesma.
_É só uma fase, as coisas voltam a ficar bem novamente_
_Mas só ficará bem novamente se eu me esforçar para que isso aconteça_
_Vem, coloca aqui sua cabeça_ me deitei na cama.
Ela se desencostou da cabeceira e deitou também, puxei ela, lhe fazendo deitar a cabeça em meu peito, comecei a fazer nela um cafuné, ela fazia um carinho em minha barriga.
Toda relação passa por crises, se vence aqueles que lutam para chegar no topo da felicidade uma outra vez, basta querer, e eu e Simone queremos isso.
Sei que vamos melhorar, é só uma fase, é temporário, o mar agitado volta a ficar calmo de novo, e assim, continuaremos navegando juntas, enfrentando sol e tempestade, como sempre foi...
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