'50'

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Soraya Thronicke...



_Bem vinda de volta, my angel_ falou Simone.

Sua mão direita estava em minha cintura, a outra segurava a bolsa da maternidade, entrei devagar, tinha em meus braços nosso quarto filho, o Tomás, tive alta hoje mais cedo, logo podemos voltar pra casa, só precisei ficar uns diazinhos no hospital, o parto dessa vez foi cesárea.

_Oi mamãe, que saudade_ Afrodite disse.

Veio até mim com seu jeitinho tímido e meigo, com cuidando me abraçou, deu um beijinho na cabecinha do irmão, me olhou com ternura, e logo foi se juntar aos dois irmãos que estavam no sofá.

_Ei meus filhos, se comportaram na ausência da mãe soso?_ eles sorriram.

_Sim mãe, sentimos saudades_ Luna disse.

_Eu também senti meu amor, mas agora estamos todos juntos novamente_ com a ajuda de Simone, sentei no sofá.

Então todos eles se aproximaram com cuidado, ficaram ao meu lado, para ficar olhando o irmãozinho no meu colo, sorriam com cada simples movimento que ele fazia, até abrir os olhinhos.

_Ei Tomás, eu sou seu irmão mais velho, vamos jogar bola juntos_

_E eu sou a irmã mais velha de todos_

_E eu sou a caçula junto com você_ eu e Simone nos olhamos.

Ela sentou ao meu lado, colocou Afrodite no colo, que já tava com doze anos, Simon sentou do meu outro lado, com Luna em seu colo também, ele tava com dez anos, e a mais nova já estava com seis.

Cada um ali fazia um carinho no irmão, estávamos apenas nós ali, até que foi chegando a família da Simone, sua amiga Janja, e em seguida a minha família, quando vimos, a casa estava cheia.

_Nossa, como ele é lindo_ disse dona Fairte emocionada.

Pediu para pegá-lo no colo, se sentou, e ficou ali, Tomás tem o cabelo escuro também, como os de Simone e dos irmãos, agora a fábrica fechou mesmo.

_Você quer tomar um banho?_ Simone perguntou.

_Sim amor, eu quero sim_ ela me ajudou a levantar.

Avisou à eles que iria me ajudar a tomar um banho, assentiram, e ficaram ali com nosso bebê, as crianças começaram a brincar de algo ali na sala.

Devagar, fomos andando até o banheiro, ela tirou minha roupa, fiquei toda nua, vi a marca que estava em mim da cesárea, passei a mão em cima, sorri.

_Eu te ajudo_ ela apareceu no banheiro de novo.

Me segurou e me ajudou a entrar na banheira cheia de água, estava morna, se sentou num banquinho, para poder ir passando a bucha em mim, esse carinho nunca foi embora, nem quando chegou a ser ameaçado, sempre continuou aqui.

Até a chegada do nosso outro bebê, passamos por uma turbulência em nosso casamento, as crianças viviam mais nas casas das avós, para não ter que tá presenciando essas nossas brigas, não fazia bem à eles.

Até que um dia, eu resolvi salvar a nossa relação, nosso casamento de uma década, e nossa família, não podia deixar tudo acabar assim, e não deixei, agora estamos aqui, juntos, e unidos e nada vai nos separar.

_Passa aqui, amor_ fiquei de costa para ela passar a bucha.

_Queria fazer essas cicatrizes sumirem de você_ comentou.

_Deixa elas aí, faz parte, amor_ falei.

E sobre as cicatrizes, diante da situação em que a gente se encontrava um dia, com todos aqueles problemas, eu tive uma recaída, me machuquei, tudo porque aquilo tava doendo em mim, ver o sofrimento dos nossos filhos por conta das brigas que acontecia entre eu e a mãe deles, chegamos a dormir em quartos separados, ela só não saiu de casa, por conta das crianças.

Mas eu me machuquei, cheguei a ir parar no hospital por conta disso, me sentia tão cansada, e então elas estão aqui hoje, em algumas partezinhas do meu corpo, não consigo me arrepender, eu tinha noção do que estava fazendo comigo mesma quando me trancava no banheiro, mas um dia tudo mudou de novo, eu deixei os objetos cortantes que eu guardava, de lado, até jogar todos no lixo.

_ volto, amor_ ela falou.

Agora eu já havia terminado meu banho, estava enrolada na toalha, penteando meu cabelo, tava comprido de novo, amarrei em um coque, e esperei por ela, que logo apareceu ali.

_Comprei algo para você_ abriu a caixinha.

_Que lindo, amor, nossa_ olhei o colad delicado.

Seu pingente era o símbolo do infinito, tinha as siglas S.T.T, tão lindo e delicado, ela colocou em mim, ficou perfeito, me virei para ela, que sorriu, seu sorriso mostrava as marcas no cantinho de seus olhos, Simone tinha agora seus quarenta e nove anos, mas continuava linda, como sempre.

_Eu amei, de verdade, é lindo_ agradeci à ela.

Aproximei meu rosto do seu, lhe beijei, iniciamos um beijo bem calmo e sem pressa, suas mãos afoitas passearam por meu corpo, mas não fez ou forçou nada, era algo dela mesmo, me beijar e já ficar animadinha, mas soube conter essa animação.

_Logo, logo mataremos essa saudade de meses, amor, prometo_ falei ao finalizar o beijo.

_Eu te amo, my angel, para sempre eu vou te amar, e você será minha eternamente_ sussurrou contra meus lábios.

_Sempre serei sua, eu te amo_ demos um selinho.

Fomos pro quarto, ela entrou no closet, trouxe de lá uma calcinha e um vestido mais soltinho, me ajudou a vestir, passou creme em mim, precisei me deitar um pouco, estava cansada, dei de mamar à Tomás, que logo dormiu depois, assim como eu.

Acordei com as risadas das crianças, abri os olhos, olhei para o lado, Simone não estava, levantei devagar, fiz uma careta de dor, ao ficar de pé, calcei os chinelos e saí andando para fora do nosso quarto, fui até o quarto que vinha as risadas, parei ali na porta.

Vi Simone em pé, com Tomás no trocador, as crianças ao lado ajudando com alguma coisa, enquanto Simone limpava o rosto, certamente ele fez xixi na cara dela, até eu sorrir com a cena, logo a vi colocar uma nova fralda nele, então eu entrei.

_Ajudando a mãe de vocês?_ beijei a testa de cada um.

_Sim mãe, o Tomás fez xixi na cara da mamãe, olha _ apontou para a blusa manchada de Simone.

Sorrimos com o que eles iam contando, os convidados haviam ido embora, deixaram alguns presentes, para o baby principalmente, e também para as crianças, Simone foi tomar banho enquanto fiquei dando mama para Tomás, e as crianças todas ali ao meu lado.

Logo ela voltou pro quarto, de roupa trocada, fomos lá pra sala, Luna trazia em mãos o quadro com a foto da tete, que agora mora com os anjinhos, ela faz falta, o quadro foi deixado sobre a mesinha, ligaram a televisão, baixaram o volume e deixaram num desenho.

E assim, nossa vida vai seguindo, os altos e baixos que apareceram foram para nos dar mais força ainda, de segurar a mão uma da outra mais forte e permanecer aqui, contando e vivendo essa nossa linda história de amor, que tenho certeza que irá se seguir por muitas décadas ainda...



e aqui encerro mais uma
linda história pra vcs meus
amores, agradeço à todos
que estiveram aqui comigo,
i love you ❤🩹

Você é minha (simoraya)Onde histórias criam vida. Descubra agora