Soraya Thronicke...
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•_Cuidado Simone, olha a cabeça, abaixa_ falei com calma.
_Certo mamãe_ falou brincando.
_Deixa eu colocar o cinto_ Janja olhava toda a cena sorrindo.
_Do que você tanto rir, Janja?_ Simone perguntou.
_É que vocês são lindas assim_ falou.
Entrei no carro de Janja, ficando no banco de trás, coloquei o cinto, e pus as mãos sobre a coxa, Janja entrou e deu partida no carro, indo direto pro prédio que Simone mora.
Percebia os olhares, e até mesmo da Janja, pelo retrovisor, baixei minha cabeça, comecei a rolar a minha aliança no dedo, sorri ao lembrar do dia do nosso casamento.
_Ei soso, tá tudo bem?_ Janja me tirou dos meus devaneios.
_Está sim, só estou cansada_ fui sincera.
_Anjo, minha presença está incomodando você?_ dessa vez foi Simone que perguntou.
_Acho que eu não estaria aqui se você estivesse me incomodando, sisa_ eu estava sendo sincera.
As duas amigas se olharam rapidamente, vi Simone soltar uma lufada de ar, encostou a sua cabeça na janela, o silêncio pairou.
_Estão entregues, senhoritas Thronicke Tebet_ brincou Janja.
_Deixa eu te ajudar_ falei, já saindo do carro.
Abri a porta pra Simone, tirei seu cinto, pedi pra ela segurar em meu ombro, colocou sua perna direita primeiro pra fora, e tomou impulso para sair.
_Obrigada amor_ agradeceu.
_Tá aqui soso, a chave_ me entregou.
Disse que não iria subir porque precisaria ir pro seu trabalho, pois já estava atrasada, me deu a mochila que estavam algumas roupas da Simone, que ela usou nos dias que passou no hospital, uma semana, na verdade.
_Vem, vamos subir_ agradecemos a Janja pela ajuda, e ela saiu dali.
Subimos as escadarias, caminhamos até o elevador, entramos, apertei para o nosso andar, e as portas se fecharam.
_Está sentindo sono?_ perguntei.
_Um pouquinho só_ respondeu.
Ficamos em silêncio novamente, olhei a receita que de dois remédios que foram passados pra ela, por dores que ela viesse a sentir, precisava comprar ainda hoje.
_Entra amor_ abri a porta, lhe dando passagem.
_Ei tete_ Simone chama a deusdete assim as vezes.
_Oi meu amor_ ela abanava o rabinho, toda feliz.
Só agora, depois de um mês, que estou vendo a minha filhinha, já que a mesma não quis ir comigo quando eu sair daqui.
_Quer um banho agora, ou depois?_ lhe olhei.
_Acho que vou tomar um agora, pra descansar depois_ falou.