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Soraya Thronicke...


_Senta aqui, isso... bom assim?_ assenti.

_Obrigada, amor_ fechei os olhos.

Senti o toque de Simone em minha coxa, subiu um pouco mais e carinhou minha cintura por cima do vestido que estava usando essa manhã, recebi alta do hospital tem um mês, um mês que Simon chegou, agora já estou aqui, com a nossa família de volta.

_Vou buscar ele_ concordei.

Vi ela se levantar, se apoiar na cômoda e me dá um breve beijo na bochecha, andou à passos largos pelo quarto e saiu, ouvi seu cantarolar de alguma música que não consegui identificar, ouvi de longe sua fala com nosso filho, então eu comecei a chorar.

Coloquei a mão na boca para ela não ouvir os possíveis soluços que queria sair, enxuguei meu rosto, e ela entrou no quarto com Simon no colo, o mesmo usava um macacão verde, seu sorriso sumiu, franziu a testa, sem saber o por quê eu tava chorando de novo.

_O que houve agora, Soraya?_ perguntou baixo.

_Relaxa que não é nada de mais, Simone_ falei sem olhá-la.

Coloquei a fralda de pano no meu ombro, puxei a alça do meu vestido, ela colocou ele no meu colo para dar mama, deixei o peito esquerdo pra fora, e imediatamente ele começou a mamar.

_Isso não faz bem pro nosso filho... não faz bem para os nossos filhos_ acariciou meu rosto.

_O que eu fiz de errado? ou melhor, o que de errado comigo?_ ela baixou a cabeça.

Talvez o nosso casamento esteja passando por uma crise mais forte agora, e tudo isso está mexendo comigo, eu mal estou me alimentando, mas preciso comer, ou irá faltar leite para meu bebê.

_A gente vai passar por isso juntas, legal? eu e você, juntas_ ela sentou ao meu lado na cama.

_Eu estou tão mal, eu acho que afastei você de mim, me sinto horrível_ revelei.

_Quem devia se sentir assim era eu, e não você, que sempre deu o seu melhor, para mim e para nossos filhos_ segurou uma de minhas mãos.

_Simone, não me deixe_ o quarto ficou mudo.

Pela primeira vez, estamos dormindo longe uma da outra, é uma solidão imensa pra mim dormir nessa cama sem ela, não é a mesma coisa, não é e nunca vai ser, até a cama sente falta dela.

Minha garganta dói, minha cabeça não para de doer, e meus olhos estão inchados, tudo por conta das várias lágrimas que eu derramo durante as madrugadas, onde foi que a gente se perdeu?

_Eu vou voltar pra cá, é o que você quer, não é? aqui de volta?_ evitei lhe olhar.

_Eu quero você de volta em todos os sentidos, Simone, não na cama durante a noite_ disse.

Só de nos ver diante dessa droga de situação, concluo que sair daqui naquele dia foi a pior coisa que eu deveria ter feito, fui tão idiota achando que ia dar uma lição, e olha só o resultado, besta Soraya, é isso que você é.

_Eu te pedi desculpas, aceitei as suas desculpas, o que mais posso fazer?_ dessa vez eu lhe olhei.

_A sua saída..._

_Simone, eu sei o que a minha atitude gerou, mas isso vai ser pra sempre?_

_Tudo vai voltar ao lugar, Soraya_

_ vai voltar para seu devido se eu for e arrumar toda a bagunça, e eu estou cansada, não aguento mais tentar, juro_ encostei a cabeça na madeira da cama.

Abri os olhos, olhei pro teto, fechei os olhos, e novamente me vem em mente, sair daqui não foi o certo, então abro os olhos, e eles começam a lacrimejar, pisco lentamente, e uma lágrima escapa, e quando vejo, já estou me afogando outra vez.

_Vou buscar uma água pra você_ ela saiu da cama.

Simon já não mamava mais, mas o meu peito continuava pra fora, puxei meu vestido de volta, e uma mancha se formou no tecido cinza, ao redor do mamilo, limpei sua boquinha, coloquei ele pra arrotar, e saí da cama.

_Mamãe aqui, baby_ sussurrei quando ele quis chorar.

Andei em passos lentos até o seu quarto, Afrodite tava na creche, entrei e fiquei perto da janela de vidro, lá fora tava nublado, Simon bocejou, beijei sua testa, dei algumas voltas com ele pelo quarto, depois de longos minutos, ele já dormia.

Baixei seu mosquiteiro quando ele já tava no berço, fiquei apoiada ali um pouquinho, ele tava agora no mundo dos sonhos, guardei algumas coisas de volta no lugar, e fui me afastando, encostei a porta.

Parei ali perto mesmo, apoiei a costa na parede do corredor, levei as mãos ao rosto, nenhuma lágrima saiu agora, Simone surgiu ali com o copo de água, tomei um único gole, até engolir doía pra mim.

_Preciso tomar algum comprimido_ falei quase já sem voz.

_Você não precisa de comprimido agora, e sim disso aqui_ o copo caiu de minha mão quando ela me beijou.

Não demorei para retribuir, o beijo era o mesmo que sempre foi, cheio de carinho, de amor, de tesão, de paixão, de desejo, a sua pegada também era a mesma.

Meus pés saíram do chão, circulei sua cintura com as pernas, logo já pude sentir o macio do nosso colchão na minha costa já nua, meu vestido saiu de mim ainda no corredor.

_Me deixe sentir você_ sussurrou rente ao meu ouvido.

_Vamos sentir uma a outra_ de volta eu sussurrei.

Todos os restantes de roupa que tinha em nosso corpo, foi parar no chão, ela entrou em mim, fazíamos amor sem pressa nenhuma, viramos na cama várias vezes, mas no fim, ela que ficou por cima, me levando ao paraíso quando gozamos.

Eu fiquei de bruços, ela entrou em mim, depois eu fiquei de barriga pra cima de novo, e ela entrou em mim, fiquei por cima, me encaixando nela, fiquei de lado, e ela entrou em mim, caímos moles no colchão, segundos depois já estávamos em baixo do chuveiro.

Fizemos amor no banheiro, foi somente amor feito por nós, não teve nada selvagem, quando eu fraquejei das pernas, foi a hora de parar, fui levada pra cama, dormir, acordei com as risadas de Afrodite ao meu lado brincando com Simone, Simon tava no carrinho mais ao lado.

_Mamãe, mamãe, dia_ ela dava bom dia assim, eufórica.

_Oi amor, linda da mãe_ ela veio se aconchegar ao meu corpo.

Simone pegou o nosso filho, colocou entre nós, assim como estava Afrodite, os dois pegaram no sono com os nossos carinhos, o meu olhar com o de Simone se encontrou, ela sorriu com ternura, eu também, meu coração suavizou, sei que agora estávamos bem...


❤🩹

Você é minha (simoraya)Onde histórias criam vida. Descubra agora