Prólogo

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Oito anos atrás

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Oito anos atrás...

Eu sou apaixonado pela garota quieta da minha sala.

Ela é, na verdade, a melhor amiga da minha melhor amiga, o que indica que tínhamos tudo para ser próximos, mas a garota sempre me odiou. O motivo? Não sei. E preciso, urgentemente, descobrir.

Juliana me parece um grande enigma, para ser honesto, ela está sempre muito focada nos estudos, ou lendo alguma história de amor que termina em final triste. Quando acha que ninguém está vendo, é claro. Porque, por alguma razão, a garota gosta de parecer inabalável.

Camilla, minha melhor amiga, costuma me dizer que estou sendo exagerado quando digo isso, mas é a verdade. Juliana te olha como se você fosse um mero inseto que ela não pensaria duas vezes antes de esmagar. E isso me traz um certo receio também.

Apesar disto, sei tudo sobre ela. Comida favorita? Macarrão ao molho branco. Seu passatempo favorito? Observar as estrelas. Uma cor? Verde ou vermelho. Cantor preferido? Belo — sim, o cantor de pagode romântico. Além disso, ela ama pipoca, suco de laranja e livros, e seu favorito é, A culpa é das Estrelas. Confesso que já li, para poder entender sua paixão, e preciso admitir que até mesmo eu me identifiquei com o Gus, e também chorei quando ele morreu. Foi uma cena muito triste, devastadora, inexplicável...

Ok, talvez eu tenha ficado incomodado até demais com o final.

Depois de ler, eu passei meses pensando em maneiras de puxar assunto sobre o livro, mostrar que eu prestava atenção em seus gostos. Porém Camilla me repreendeu e disse:

"Seja mais esperto, Vini, eu sei que você consegue."

Então, pensei e pensei. E, com muita ajuda de todos os meus amigos, consegui armar um plano para um encontro secreto.

Agora, estou nervoso, no meio do parque de diversão, esperando que ela apareça, para que assim, eu mostre que sou um cara legal. Eu sei que ela vai gostar de mim se me conhecer de verdade.

Já olhei meu relógio de pulso várias vezes, ajeitei e baguncei o cabelo, alisei minha camiseta favorita — presente da minha irmãzinha —, e nada de Juliana aparecer.

E enquanto eu permanecia preocupado, minha perna se movendo inquieta, vi ao longe os cabelos cacheados esvoaçantes, balançando sobre seu rosto lindo. Naquele momento, o meu coração disparou com força, e minha boca parecia nunca ter visto água antes.

Estava nervoso, tanto que senti meu estômago se retorcer com força. No entanto, respirei fundo e caminhei em sua direção, quebrando a distância longa entre a gente.

Juliana franziu a testa, olhando-me como se um terceiro olho surgisse em meu rosto, e quando finalmente parou de andar, seu cheiro delicioso de morango invadiu minhas narinas, fazendo-me suspirar em deleite.

Ela cheira muito bem!

— Por que você está aqui? — apesar da pergunta dura, sua voz soou baixa, acanhada. Isso me surpreendeu um pouco.

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