Capítulo 3

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*alerta de pesadelo traumático*

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*alerta de pesadelo traumático*

Eu estava no mesmo quarto escuro e familiar.

A falta de luz, junto do som áspero de passos preencheram o ambiente com um clima mórbido, deixando-me com mais medo, assustado.

A dor em meus pulsos era paralisante, mordaz, e tudo o que meu corpo sentia naquele momento enquanto a única coisa em minha visão periférica era a escuridão total.

Eu não conseguia gritar, sentia minha língua pesada no céu da boca, e, muito menos, me mover. A sala escura me mantinha refém em um canto, como um verdadeiro prisioneiro, e quanto mais as paredes se fechavam a minha volta, mais e mais medo se infiltrava em minha corrente sanguínea.

— Não... por favor! Não!

Berrava alto, mas ninguém me ouvia, porque som nenhum saía dos meus lábios. Até que uma risada alta ecoou, assustadora, causando-me calafrios na coluna. Era tão tenebrosa que me encolhi ainda mais, ouvindo o bater descompassado do coração.

Tundum. Tundum. Tundum.

— Chegou a sua hora — a voz era macabra, soando alta demais em meus ouvidos. Eu gelei no chão, estremecendo de medo. — Ninguém se lembrará de você, Vinícius. Ninguém sentirá a sua falta.

Minha garganta ardeu, eu tentei engolir, no entanto, era difícil, e me vi cada vez mais encurralado naquele canto, tentando não deixar suas palavras penetrarem a minha mente.

— Todos te esquecerão! — gritou, gargalhando como uma psicopata.

Fechei os olhos com força, em uma tentativa de afastar aquele cenário, de espantar o pesadelo. Mas temi que fosse real assim que minhas írises voltaram a se abrir.

Uma luz fraca vinha do canto a minha frente, mal iluminando o lugar, a sombra se aproximava de mim, deixando-me cercado. Sentia que o coração poderia sair pele boca, e apavoro, assombro, se alastrou em cada poro da minha pele. Eu queria me mover, queria sair dali, no entanto, não conseguia, e quando a sombra estava prestes a pular em mim, prestes a me tornar esquecível, consegui ouvir ao longe, uma voz mansa, suave, me chamando:

— Bini? — Então, o meu corpo estava sendo chacoalhado com força. — Bini, acorda!

Foi só no segundo chamado que compreendi se tratar da minha irmã. Meus pulmões se encheram com ar novo. Alívio preenchendo meu corpo completamente suado naquele momento, ao perceber que não passou de sonho horripilante.

E coloca horripilante nisso. Pensei, estremecendo enquanto abria os olhos lentamente, tendo como visão a sala de cinema e Tatiane parecendo muito assustada.

Seus olhos estavam arregalados, observando-me atentamente, sua respiração presa, como se tivesse medo de causar alguma catástrofe ao se mover.

— Ah, graças a Deus! — Ela colocou a mão no peito, voltando para o lugar vago ao meu lado, soltando o ar de uma vez.

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