Cena Bônus

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Um mês antes

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Um mês antes...

Aline não era a mesma há algum tempo, eu percebia isso.

A mulher pela qual me apaixonei era muito diferente da histérica em minha sala.

A mulher pela qual me apaixonei era sorridente e uma amiga incrível.

Mas tudo não passou de uma fantasia...

— Você precisa me ajudar! — gritou, suas mãos se enfiando nos fios loiros de seu cabelo. — Ela não pode ficar com ele... Não pode, me ouviu?!

Ela divagava sobre esse tópico há muitos dias, se tornando tão obcecada por ele que eu temia que pudesse fazer algo ruim.

Doía ver aquela cena, não só por ter provas claras de que a mulher que eu amava nunca se apaixonaria por mim, mas por vê-la parecendo uma pessoa transfigurada e desequilibrada.

Aline sempre agiu como uma patricinha dona de si e que sabia exatamente onde deveria chegar. Era milimetricamente perfeita. Desde o cabelo até as roupas que usava.

Nada mais que uma personagem, percebo agora.

— Por que te incomoda tanto que ele ame a Juliana? Você deveria aceitar que os sentimentos não são manipuláveis — foi a minha resposta, depois de sugar uma longa respiração.

Aquilo servia para mim também, pois enquanto a olhava, parecendo ter um surto interno, conversando consigo mesma, desejava não nutrir nada por ela.

Desejava que toda a sua simpatia e aqueles comentários, que ela disfarçava como elogio, não fosse uma grande mentira.

Eu me sentia o seu brinquedinho, aquele do qual a mulher brincou enquanto era útil e interessante. Aquele que parecia divertido até não ser mais.

Um dia, era a mim a quem ela recorria para sexo fácil, e no outro era o meu amigo comprometido que desejava.

Não deveria ser assim.

— Ele tem que me amar, não entende?!

Eu não entendia, essa era a verdade.

Por que se humilhar por alguém que, claramente, te desprezava, quando existia outra pessoa disposta a te amar sem reservas?

— Você está sendo ridícula — bufei, passando a mão pelo rosto. O cansaço por ter de lidar com toda essa cena, que vinha se repetindo a dias, me desgastava.

— Não... — Balançou a cabeça negativamente, seus olhos fixos no chão, ela mantinha uma expressão surtada em seu rosto. — Já sei — divagou, andando de um lado a outro, rindo de maneira assustadora.

Aline não estava bem, era tudo o que eu conseguia notar, vendo-a ali na minha sala, agindo de forma estranha.

— O quê? — a pergunta escapou por meus lábios, precisava acompanhar o raciocínio dela e entender se não cometeria nenhuma loucura.

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