Capítulo 43

712 71 26
                                    

*alerta de gatilho para tortura psicológica, agressão física, racismo, cárcere privado e tentativa de estupro*

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

*alerta de gatilho para tortura psicológica, agressão física, racismo, cárcere privado e tentativa de estupro*

NÃO PROSSIGA SE FOR DEMAIS

A minha cabeça doía muito e sentia os pulsos arderem.

Eu tentava me lembrar o que tinha acontecido, mas a dor, borbulhando por meu corpo, me impedia de ter pensamentos precisos.

A minha língua estava dormente no céu da boca, uma fraqueza letárgica possuía o meu corpo e um pequeno gemido me escapou quando tentei me mexer.

Aos poucos os meus olhos foram se abrindo, deparando-se com a escuridão de galpão grande. Eu pisquei algumas vezes, em uma tentativa de tornar a visão mais limpa.

Porém o cenário continuava o mesmo. O desespero foi a primeira sensação se arrastando por minha pela assim que notei meus pés e braços presos, uma alça do meu vestido arrebentada e uma mordaça em minha boca.

Então, o momento no banheiro voltou como uma enxurrada. Eu estremeci. Meus batimentos estavam frenéticos, e o que mais temia era ferir o meu bebê.

Tentei me soltar, movendo os braços presos na cadeira velha e gasta, mas não sortiu efeito. O nó era muito forte. Quem o fez, sabia muito bem o que estava fazendo.

Ela acordou — ouvi uma voz masculina, grossa, desconhecida, e ergui as írises.

A minha frente estava um homem loiro e alto, seus olhos claros dominados pela escuridão. Uma escuridão horripilante. Ele veio até mim, andando confiante e cheio de maldade.

Eu clamei a Deus que não permitisse que aquele estranho violasse o meu corpo. Estava tremendo, encolhendo-me como podia naquela cadeira.

— A princesinha resolveu acordar? — Aline surgiu também, rindo de modo diabólico ao me olhar com superioridade. — Parece que a brincadeira vai começar.

Ter a percepção de que ela era pior do que eu imaginei me assustou ainda mais. E aqueles dois estavam prontos para me ferir, via isso em suas posturas, em seus rostos.

— Você pensou que poderia brincar comigo, não é? Mas ninguém brinca com os Estevan, e agora é hora de aprender a lição, Juliana.

A mulher quebrou a nossa distância, agarrou um punhado do meu cabelo e me obrigou a olhá-la. A mandíbula dela estava cerrada e seus olhos brilhavam de ódio flamejante.

Tremi, mesmo tentando conter. O medo naquele instante era o sentimento mais real e assustador se arrastando por minha pele.

— Diga para ela Biel. Diga por que está aqui.

As minhas pupilas cresceram de tamanho. Eu conhecia aquele nome, e depois de suas palavras, comecei a me lembrar de algo.

O dia do parque. Assim que Vinícius me pediu em namoro, Gabriel apareceu junto de uma garota, e após aquele dia fez de sua missão me atormentar com as suas piadinhas de mal gosto, jurando que acabaria comigo.

Obra do Amor - Série Obras Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora