Capítulo 18

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*alerta de pesadelo traumático*

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*alerta de pesadelo traumático*

O quarto escuro me mantinha prisioneiro outra vez.

Comecei a me debater angustiado, sentindo um suor gélido escorrer por minha coluna. Meu coração estava batendo contra a caixa toráxica com força demais, prestes a sair do peito.

A garganta presa, sem emitir som nenhum, intensificou meu desespero. Eu queria gritar por socorro, implorar que alguém me tirasse do cenário torturante, no entanto, não consegui.

Quanto mais difícil se tornava mais medo eu sentia. A sombra estava vindo para me pegar, para me apagar deste mundo. E de repente, eu a vi em cima de mim, tão escura e horripilante que estremeci assustado.

— Chegou a sua hora, ursinho!

Diante dos meus olhos, a sombra se transformou na Juliana, berrando tão alto que tremi no chão gelado, me contorcendo e debatendo os pulsos. Precisando sair da sala sinistra logo.

Minha princesa não pode ser a sombra assassina.

Mas, então, lembrei que ela tinha muitas razões para me odiar. Tornar a minha vida inexistente seria algo fácil.

Lágrimas começaram a escorrer dos meus olhos, salgando a minha boca. Respirar havia se tornado algo complicado, doloroso, e a mulher abriu um sorriso sórdido, se divertindo com a minha reação, acariciando o meu rosto com a mão macia, pequena e delicada.

Eu comecei a tremer sem parar, com medo de que o fim realmente estivesse à espreita. Com medo de que todos pudessem me esquecer em um piscar de olhos, como a sombra, agora na forma da minha princesa, havia garantido que faria.

Comecei a mover a cabeça em negativa, olhando para a mulher desesperado, suplicando que me deixasse ir e escapar do pesadelo, que parecia nunca ter fim. No entanto, ela passou a gargalhar, arrastando as garras escuras e afiadas por minha garganta, deixando claro que iria até o fim.

— Pronto para virar pó? — a voz dela soou tão macabra e assustadora que uma nova enxurrada de lágrimas rolou dos meus olhos.

— Não! Por favor, não!

Eu gritei tão alto, acordando em um sobressalto. Então, senti o oxigênio voltando a correr normalmente em meus pulmões, tornando a minha respiração ofegante, descompassada.

Toquei a garganta, no mesmo local que as garras da sombra se arrastaram, e senti alívio ao perceber que tudo não passou de um pesadelo ruim mais uma vez.

Ainda que este tenha sido o pior de todos. Eu, definitivamente, preciso da Dra. Gabe, só ela vai saber me ajudar com a recorrência dos pesadelos.

Normalizando a minha respiração, corri para o banheiro e entrei embaixo do chuveiro, apoiando as mãos na parede fria, necessitando espantar aquelas imagens assustadoras. Respirei fundo pelo nariz e terminei o banho, com um peso e um aperto estranho no peito. Uma sensação terrível de melancolia.

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