Vazio

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– nós também seremos a sua. Você me contou que vagou de reino em reino por anos, não está cansada de vagar? Me diz que diferença fez ficar com eles? Você só anda e dorme no chão, pega comida com reinos vizinhos e continuam andando sem fim, o que mudou? Talvez o fato de não estar mais sozinha

Por um lado Ryu tem razão, já encontrei meu lugar, gosto desta vila e das pessoas que nela habitam então não tem o por que eu continuar com Aki?
Na manhã seguinte volto para o acampamento, todos já estavam se preparando para ir embora

– caminhando novamente?

– sim... Preciso falar com você

Aki então olha para os lados observando os meninos que ainda dormiam profundamente

– pode dizer

– eu tenho ido as festas do povo da vila perdida e eu tomei uma decisão... Quero ficar com eles

– você tem certeza disso?

– sim. Agradeço a você por ter me dado comida e ter me aceitado em seu grupo mas já achei meu lugar, gosto do povo da vila perdida e eles gostam de mim, acho que me encontrei

– certo –Aki fecha os olhos com um pesar soltando o ar pela boca como se estivesse lamentando minha partida– caso um dia queira voltar para nosso grupo, continue seguindo em linha reta, certamente nos encontrará

Dou um sorriso para o mesmo e o abraço, ao me separar do mesmo, volto para a vila perdida onde Ryu me esperava na entrada. Ao me ver ele abre um sorriso largo.

Aki porém lamentava a Ida de Catherine pois ela não sabia que estava se mentendo em uma enorme confusão

– ela foi para a vila? –perguntou Urick

– você já sabia?

– eu a vejo sair toda noite quando começa a festa. Ela não engana ninguém. Aquele povo tem olhos brancos, por que ela se identificou com eles se os olhos dela são castanhos?

– não há ninguém que tenha olhos brancos naturalmente naquela vila, Urick

– acha que ela vai voltar?

– eu sei que vai. Ela vai voltar a ver logo

Aki explicou a Urick que os olhos brancos são como uma escama que os cobrem e mostram a eles uma vila linda com pastis verdes e árvores que dão frutos saborosos e belos, mas na verdade tudo que está vendo está morto, não há vida ali, não há nada que seja belo, e isso é causado pelos cidadãos que habitam nela
São seres perdidos que não conseguem se achar e fazem isso com qualquer ser que ficam pelas redondezas da vila perdida


Um mês depois

Na vila perdida

Aqui estou eu colhendo maçãs da árvore para fazer uma torta de maçã para o lanche da tarde. Enquanto estava ocupada, um homem ruivo vem a mim, ele não tem olhos brancos

– Catherine, vamos sair daqui –o mesmo segura meu braço

– e quem é você? –puxo meu braço da mão do mesmo– por que tenho que ir embora?

O Homem que fala através do vento Onde histórias criam vida. Descubra agora