– senhor, precisamos chegar a floresta vermelha. Sabe onde ela fica? –perguntou Aksel
O pincel que o homem usa para pintar sua cerca parou em pleno ar deixando algumas gostas de tinta branca cair no chão manchando o solo.
Com um olhar profundo e duvidoso ele nos encara sem dizer nenhuma palavra, como se estivesse incrédulo do que Aksel cabara de perguntar– como sabe que temos que passar por ela? –pergunto ao mesmo
– o Poeta me disse. Acabei de ouvir sua voz ecoando no meu coração
– devem evitar a floresta vermelha. Ela os leva direto para a morte –disse o homem
– o que quer dizer? –pergunto a ele
– ela tem esse nome por uma razão. Ela faz parte da cidade...
– cidade vermelha –disse Aki completando a frase do homem o impedindo de concluir. Aki suspira antes de dizer qualquer coisa– eu sei exatamente o que vou encontrar lá
– para chegar a floresta vermelha terá que chegar ao fim desta vila, cortar pela densa mata até que comecem a sentir o ar tão pesado que não consegue levar ar aos seus pulmões e a falta de ar lhe causar náuseas e sensações de desmaio. Quando vir a primeira poça de sangue saberá do que estou falando
– poça de sangue? –perguntou Akira confuso
– a floresta tem esse nome por uma razão. Deixo avisado, vocês correm o risco de ir e nunca mais voltar
– vamos voltar. Somos aliados de um ser muito poderoso. Obrigado pela instrução, senhor, tenha uma boa tarde –disse Aki
O medo era nítido em nossos rostos mas Aki puxou a caminhada até o fim da vila nos fazendo segui-lo. Akira, o mais novo de nós, está nitidamente assustado. Seus olhos arregalados denunciam uma fagulha de pânico ao imaginar todo o cenário que o homem descreveu
– não precisam ter medo. Eu irei adiante de vocês –disse o Poeta a todos nós
Paramos ao escutar sua voz o procurando por toda parte. Aki riu ao nos ver reagindo a voz do Poeta sem ao menos ele estar presente?
– vocês ouviram também ou eu estou louco? –perguntou Urick
– não não loucos, é o Poeta –disse Aki
– mas não o vejo –digo a ele
– ele é onipresente, está em todos os lugares ao mesmo tempo, e isso significa que ele fala de todos os lugares, seja através do vento ou de uma forma mais simples como agora
– isso não foi nada simples –disse Akira
– foi sim –disse entre risos– vocês e eu ainda temos muito para conhecer o Poeta e todo o seu poder
– pensei que já o conhecia –digo a ele
– irá aprender algo no decorrer da caminhada, Catherine, e isso vale para todos nós. Quando pensamos que o conhecemos, descobriremos que não sabemos absolutamente nada sobre ele, pois não podemos conhecer por completo um ser infinito e grandioso em poder como o Poeta em e o Soldado em apenas um, três, doze ou setenta anos de vida. Até mesmo milênios milênios seria o suficiente para compreender por completo essas Pessoas
Fizemos todo o caminho em silêncio, apenas escutando o som dos pássaros e dos galhos secos se quebrando ao pisarmos em cima diante da fala de Aki sobre O Soldado e o Poeta e a profundidade sobre os mesmos. Não vou mentir, um sentimento de curiosidade me atingiu dm cheio como um soco no estômago. O Poeta nos dá a direção o tempo inteiro, se devemos seguir ou parar, esquerda ou direita, com ele tudo ficou mais fácil e leve.
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O Homem que fala através do vento
FantasyCatherine, criada em uma humilde cidade na simplicidade de seus pais nunca deu um passo para fora de sua cidade. Por mais curiosa que seja, nunca teve a oportunidade de ir, pois apenas pessoas convocadas participam de missões além da cerca é ninguém...