O rei arrogante

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Há uma ponte a nossa frente, feita de madeira. Não há corrimão, apenas a ponte crua, um deslize e caímos lá embaixo.
Não há outra opção, teremos que passar por ela.

Ela liga a ponta de uma terra a outra, no meio há um rio e está repleto de canoas, mas não há ninguém nelas.
Aki me manda primeiro, , depois Akira, Aksel e Urick. Aki ficou por último para que ele possa ver o que está acontecendo conosco na frente.
Alguns pássaros voam em nossa direção, um deles voa muito perto do meu rosto fazendo-me desviar bruscamente, quase causando minha queda.

De repente outro pássaro voa baixo sobre nós, este bate em meu rosto. Meu causou um pequeno pânico, pois foi inesperado, perco completamente o equilíbrio e acabo caindo da ponte.
Aksel tenta me segurar, mas acaba indo junto comigo.

Ouço os gritos desesperados dos outros chamando nossos nomes, nós caímos dentro do rio, voltamos a superfície rapidamente decidido a ir para a margem. Porém, um peixe enorme vem em nossa direção e rapidamente subinos na canoa mais próxima. Era apenas aqueles peixes grandes que vimos na cidade dos homens do lago, não sabia que eles vinham a esta direção também.

– você está bem? –perguntou Aksel

– estou. Vamos à margem, precisamos acompanhar os outros

Neste exato momento da minha fala, sentimos o movimento da canoa, ela começou a andar sozinha.
Vimos que alguns homens à margem do rio soltaram as cordas que as prendiam na terra amarradas há uma estação de madeira.
Ao perceberem que haviam dois desconhecidos em uma canoa, eles se desesperam e tentam para-la a qualquer custo, tentamos descer, mas os peixes nos assustam, eles não parecem ser tão amigáveis quanto os do Norte.

A canoa então ganha velocidade, agora, assustados, estamos seguindo um curso desconhecido enquanto homens à margem gritam para outros tentarem parar a canoa.
Não obtive sucesso, vimos Aki e os outros do outro lado da margem, já haviam saído da ponte, nos encarando sem saber oque fazer.
A canoa então ganha um novo curso, ela faz uma curva perfeita deixando os homens que gritam para trás. 
Estamos pensando em um jeito de sair daqui, mas nem ao.menos sabemos onde estamos e os peixes continuam aqui. Não tenho como pular o rio está largo demais e lutar contra a correnteza a nado é burrice então tudo oque nos resta é ficar aqui e esperar essa canoa parar em algum lugar e torcer para que ele não quebre quando bater em alguma rocha

Ela leva grandes laranjas e morangos na parte da frente dentro de uma caixa de madeira. Aksel e eu pensamos a mesma coisa, pegamos um morango e comemos, nossa língua sentiu uma explosão de sabores sem igual, são tão doces e suculentos, nunca comemos nada parecido

– seus lábios estão vermelhos –digo entre risos olhando para Aksel

– os seus também –ele também diz entre risos– parece que está de batom. Que tipo de morango é esse?

– não sei. Será que não vão perceber?

– quem vai perceber o desaparecimento de dois morangos? Provavelmente vão ao mercado local, ninguém vai notar

A correnteza ficou mais forte, ela nos joga para tudo que era lado, estamos  completamente molhados e provavelmente a comida que está na minha mochila também.
A viagem foi conturbada mas as águas se acalmaram, agora a canoa estava segundo seu curso sozinha deixando o vento levá-la. Um momento da viagem nos levou até um lugar rodeado por cachoeiras os respingos me molham mais uma vez me fazendo espirrar, a essa altura, meu nariz deve estar um pouco vermelho; passamos por debaixo de uma grande rocha que fez uma espécie de marquise natural, as rochas ao redor são gigantes e cobertas de lodo e musgo, as árvores na parte mais seca são de folhagem cinza mas suas flores sao amareladas, ouso a dizer que são ipê

O Homem que fala através do vento Onde histórias criam vida. Descubra agora