Liberdade

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Empolgado começo a sorrir, não acredito que finalmente estou livre.

– vá para a casa de Allan e aguarde. Vou salvar sua irmã

Com um sorriso largo o abraço, e, feito isso, me separo do mesmo correndo direto para a casa de Allan contar a ele e a Catherine o que havia acontecido e que agora podemos ir para casa.

Ao chegar, ofegante bato á porta de Allan freneticamente até que ele a abre para mim. Seu rosto está pálido, seus olhos amendoados estão arregalados demonstrando estar assustado enquanto ele morde seus ressecados lábios. Meu sorriso se desfaz rapidamente ao ve-lo nesse estado.

– o que aconteceu? –pergunto a ele

– é a Catherine... Ela não está normal

– com assim "ela não está normal"? O que aconteceu? –pergunto passando pela porta sem nem ao menos esperá-lo me convidar para entrar


– eu não sei explicar, mas hoje quando entrei no quarto ela estava pálida, respiração lenta e olhos arregalados assustados, mas tinha algo diferente –Allan faz uma pausa– como se ela não estivesse aqui

– e onde ela está? –pergunto prestes a ceder ao panico

– ainda no quarto. Tentei acorda-la mas não tive sucesso

Ao entrar no quarto vejo uma névoa terrível rodeando Catherine, ela faz sons de ruídos enquanto a rodeia, a opressão é indescritível e o medo nos atingiu assim que abri a porta.
Com dificuldades me aproximo da mesma, sua expressão é de pavor e ela não se mexe por mais que eu balance seu corpo.

– Catherine! Catherine, você precisa me ouvir! Acorde!

Não tenho sucesso, Catherine não mexe um músculo.

Me recordo das palavras do Solado quando ele disse: "volte para a casa de Allan, eu vou salvar sua irmã". Deve ter acontecido algo com Catherine que somente ele pode ajudar. Mas isso não impede a preocupação de ocupar todo meu ser, me pergunto o que de fato aconteceu com ela e o por quê ela está nesse estado.

– o Soldado virá salvá-la –digo a Allan o afastando da cama

– você falou com ele? –perguntou ele

– sim –abaixo a gola da minha camisa mostrando meu peito livre– veja, ele fez isso

Maravilhado ele quase não acredita no que vê. Seus olhos se voltam para Catherine e um sorriso fraco nasce sem ele perceber

– se ele disse que virá, ele virá


Catherine narrando

Eu não tenho ideia de como vim parar aqui, mas estou aqui. Presa pelos pulsos, acorrentada com correntes de bronze, meus braços doem por ficar nessa posição por tanto tempo, o formigamento o ocupa se transformando em peso e logo se torna uma dor quase que insuportável. Eles vieram junto com a noite, nas sombras que ninguém percebe eles se esconderam e me pegaram de surpresa, tentei lutar, me debater até me cansar, mas nada aconteceu, perdi a luta, meus lábios sangram e meu lado esquerdo do rosto está doendo, muito provável que eu esteja com um hematoma.

Meus lábios estão secos, sinto sede mas não tenho o que beber, meu estomago reclama mas não há como me alimentar. Estou sentada nesse monte de areia que ocupa todo o solo desse lugar, não vejo a saída ou a entrada, nem sequer uma janela, tudo que tenho é uma enorme abertura no teto me dando a visão da grande lua que já está se despedindo.

O Homem que fala através do vento Onde histórias criam vida. Descubra agora