Aki foi falar com o rapaz que constrangido não ousou levantar os olhos e nem a cabeça.
Me vejo nele, sei a sensação de querer ter controle do próprio corpo e não ter, ser controlado por uma coisa maligna e não poder fazer nada, apenas ficar preso dentro de si mesmo gritando e implorando para que pare de cometer atrocidades enquanto assiste coisas piores do que se pode imaginar.Algumas crianças vieram a mim agradecer peloa nossa ajuda, me abaixo a altura delas para dar atenção e elas tomam um ato inesperado de me abraçar. Sem reação eu aceito o carinho, mas não consigo envolver meus braços nelas.
– obrigado por nos ajudar –disse um menino soltando meu corpo junto com outras três crianças
– não precisam agradecer, fizemos nosso trabalho
– a minha mãe disse que você parece ser mau, mas não te acho mau, se não você não teria salvado a gente
Sem esboçar nenhuma expressão, bagunço o cabelo cor de bronze do menino e os mando para casa para se cuidarem. Eu não sei descrever oque sinto e nem o que se passa na minha cabeça, mas não me sinto bem depois do comentário daquela criança.
O povo tem a pele bronzeada e seus cabelos parecem ser de cobre por causa da cor e tonalidade. Os homens possuem uma marca em seu braço, o desenho de uma espada sendo polida por uma ferramenta, já as mulheres não possuem isso.
Será que são ferreiros?...
Sentado debaixo do pé da árvore veio até mim dois rapazes, provavelmente com a idade de Akira.
– então é verdade? Você é um renegado mesmo? –perguntou um deles
– sou sim –respondo preguiçosamente
– incrível! Eu nunca tinha conhecido um renegado antes, e geralmente encontro com os membros fiéis da irmandade não resulta em algo bom –diz o segundo rapaz
– sim, sim. São perigosos –sonolento eu respondo, tudo oque eu queria era descansar depois de passar o dia dando auxílio ao povo
– você ainda se lembra do que aprendeu lá?
– jamais esquecerei
– poderia mostrar para a gente?
– sabe o que significa "renegado"? Alguém que renegou sua fé, práticas, povo ou costume. Eu não faço mais essas coisas
– não teria problema em apenas mostrar um pouco a nós
– ouçam o absurdo que estão dizendo. É perigoso para mim e para vocês, se Erebus perceber que abri um canal para ele me encontrar, não vai hesitar em matar quem teve contato comigo
Percebo que o segundo rapaz ficou frustrado por não ver nenhum a magia vindo da minha parte e nem sequer uma disposição para mostra-los
– vamos embora, Dylan, ele não vai mostrar, está amedrontado como um animal encurralado –disse o primeiro rapaz em um tom de deboche enquanto se retiravam
– ei! –chamo pelos mesmos que param para me dar atenção, me levanto do chão me aproximando dos meninos olhando dentro de seus olhos– eu vi coisas e fiz coisas que vocês não suportariam saber. Coisas macabras, pior do que comer a carne de outro ser humano. Eu convivi com coisas e seres que minha mente não consegue descrever a vocês, homens pálidos de pele quase translúcida e olhar profundo enquanto toda a coloração de seus olhos são trevas como a noite, usando capas vermelhas portando energia tão pesada que onde passam as flores murcham. Seres tão altos que não consigo medir, eles correm rápido, faz seu ouvido sangrar com com grito e te paralisa apenas com o poder da sua presença. Eles se escondem nas sombras, você não consegue vê-los, é pego de surpresa. Você corre para se esconder, mas não há como, eles sempre vão se achar e te atrasar como um pedaço de pano até o centro da sala vermelha, vão devorar todo seu vigor e dominar sua mente
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O Homem que fala através do vento
FantasyCatherine, criada em uma humilde cidade na simplicidade de seus pais nunca deu um passo para fora de sua cidade. Por mais curiosa que seja, nunca teve a oportunidade de ir, pois apenas pessoas convocadas participam de missões além da cerca é ninguém...