Chá da tarde

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– com quem você está falando? –perguntou Akira

– com ele –mostro o fio aos mesmos que se aproximaram de mim para ver– o homem ruivo esteve aqui

– ei, homem ruivo, seja lá onde estiver, muito obrigado! –gritou Aksel

Felizes nós comemos, quando ficamos satisfeitos, voltamos a andar nos perguntando que espécie de flores eram aquelas que nos fizeram passar tão mal
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Quando os jovens alcançando uma certa distância, o homem ruivo apareceu em um passe de mágica no local onde eles estavam, com um sorriso no rosto ele os assiste indo embora

- não tem o porquê me agradecerem

E então da mesma forma que veio ele vai embora. Sem explicações.
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Aki pelo caminho nos explica oque aconteceu. Ele disse que essas flores são silvernist, flores venenosas e em alguns casos são letais. Elas percebem quando há pessoas passando por ali e liberam uma espécie de pólen imperceptível aos nossos olhos e olfato nos causando coceira, febre, perca dos sentidos, e tudo mais que apresentamos.
É notório que Aki explica constrangido, mas ainda não sabemos o por quê, ele ficou em total silêncio depois da explicação.

Ficamos andando por horas até que estávamos quase chegando e sabíamos disso porque Aki havia nos dito que quanto mais a gente se aproximasse, mais cheiroso o ar ficava, isso por causa das flores que rodeiam o lugar.
E por fim achamos, a caminho das flores. O caminho de flores é exatamente como Aki descreveu, seguimos essa trilha felizes e comemorando por termos concluído essa parte da jornada

Ao chegar em sua vila, vejo uma casa com um lindo jardim repleto de flores amarelas e azuis, a casa tem janelas azuis e sua parede é branca, seu teto é de madeira com uma chaminé que está saindo fumaça e em tudo há decoração de flores. Poucos passos a frente da casa há um homem nos esperando, ele está com um sorriso enorme no rosto e, ao ver que estamos nos aproximando, vem andando ao nosso encontro nos receber

– que alegria tê-los aqui! –diz ele com os braços abertos

– quem é você? –perguntei

– eu sou o Poeta

Estranho, sua voz é idêntica ao do Soldado. Há enorme semelhança entre esses dois, pois o Soldado também é reluzente como ele.

O Poeta é um homem ruivo de olhos castanhos claro, ele é reluzente, tão reluzente que não sabemos identificar o que é a luz do sol e a sua além de ele ter uma beleza incomparável a todos os reinos, ele é o ser mais lindo que eu já vi com as feições mais doces, delicadas e serenas, não tem um detalhe seu que não seja perfeito e quando eu digo perfeito é perfeito, porque não há imperfeições nele. O Poeta usa uma coroa de flores brancas na cabeça, ele anda descalço, sua camisa é branca e sua calça é verde abacate.
Fascinada eu o encaro, tento parar de olhar mas não consigo e isso para ele não parece ser um problema porque ele nos encara com o mesmo olhar

– vejo que vocês estão muito cansados, passaram por muita coisa. Venham, vamos entrar, eu preparei comida para vocês

– você sabia que viriamos? –perguntou Aksel

– eu sempre espero viajantes, qualquer um que tenha iniciado uma caminhada é inevitável não virem meu caminho de flores e passarem por aqui, embora muitos rejeitem meus cuidados e meus conselhos, até mesmo evitam vir até mim –os olhos dele encontram Aki, o Poeta abre novamente um largo sorriso– Aki! Feliz em rever você de novo, mesmo nunca tenho lhe deixado

– feliz em ver você também, Poeta. Mal podia esperar para apresentar meus aprendizes a você

– ficarei feliz em conhecer cada um deles. Aki era jm viajante como vocês e hoje firmamos uma amizade inseparável. Espero firmar uma amizade com vocês também. Por favor, venham comigo, não podem ficar do lado de fora o tempo todo

O acompanhamos até sua casa, ao entramos, vimos que o interior de sua residência é aconchegante e rústica. Claro, há jarros de flores decorando o lugar, a casa tem um aroma agradável junto com o ambiente, as paredes são pintadas de branco, há um tapete de pele de urso no chão, no outro pequeno cômodo que é a cozinha estava com um cheiro de assado muito convidativo

A pequena mesa central é de madeira polida, há um relógio na parede que faz tictac em sum som suave, o ambiente da casa nos faz nunca querer sair dela de tão confortável e bom que é

– por favor, fiquem a vontade, eu vou até a cozinha ver o cervo

Ficamos apenas parados na sala esperando o Poeta voltar, eu não sei explicar como, mas notei que meu coração antes aflito se fez tranquilo, e eu não sou a única, Urick comentou sobre isso e Aksel e Akira também concordaram.
Aki sorriu, e disse que é a sua própria presença que acalma nossas aflições, pois aqui é um lugar de cura e descanso.

– o cozido está pronto –diz o Poeta aparecendo na porta da cozinha– por favor, venham comer, sei que tiveram uma tarde e uma noite difícil

Nos dirigimos até sua cozinha deixando-o muito feliz pois nasceu um sorriso largo em seu rosto. A parede de sua cozinha também é verde abacate assim como sua calça, há um jarro de girassol no centro da mesa e dois pequenos jarros de margaridas em cima do armário baixo e outro perto da pia. A luz solar que invade sua janela deixa tudo mais lindo, os pássaros cantavam do lado de fora e uma pequena borboleta amarela entra pela janela pousando na margarida próximo a pia

O Poeta põe a bandeja na mesa e nela estava o cervo já cortado em pedaços para nós, ele também pôs grãos em vasilhas de cerâmicas para nos servirmos à vontade, os pratos estavam alinhados nos lugares e tinha a conta exata de pessoas assim também como os talheres de prata. Na frente dos pratos há xícaras e não demora muito para que ele ponha água quente saída direto do fogo dentro delas, ele disse que é chá e todos que passam por sua casa gostam muito dele

– por favor, sentem-se –disse ele

Puxamos as cadeiras nos sentando a mesa, nós nos servimos conforme nossa fome e confesso que tudo posto na mesa está chamativo demais. Urick encheu seu prato, ele realmente está faminto aparentemente

– você realmente está com fome, Urick

Todos paramos e nos entre olhamos confusos pois em momento algum dissemos nossos nomes a ele

– como sabe meu nome? –perguntou Urick confuso

– eu sei de tudo. Também sei os nomes de vocês  –diz apontando para nós– você é Catherine, Aksel e Akira. O valente Akira –diz com satisfação

– isso é incrível –disse Akira admirado– como você se chama?

– Poeta

– você não tem nome? Apenas se chama Poeta?

– exatamente. Está boa a comida?

– sim –respondeu Urick com as bochechas cheias e isso tirou uma risada do Poeta

– seu jardim é realmente lindo, você cuida muito bem de suas flores –digo a ele

– minhas preferidas são os lírios do campo. Já viu como eles reluzem ao raiar do sol? Simplesmente magnífico

– estamos em uma missão, resgatar exilados das cidades perdidas. O Soldado nos disse que sem você não poderíamos continuar essa viagem pois não conseguiremos –prosseguiu Urick

– está certo, eu sou a peça mais essencial da viagem de vocês e, se não me rejeitarem, até depois que concluírem a missão, eu estarei com vocês, pois nossa amizade será para sempre assim como sou com Aki

– bem, estou disposto a tentar. Espero que meus amigos também estejam –disse Aki

Todos nós concordamos e isso deixou o Poeta muito feliz pois mais uma vez nasce em seu rosto delicado um sorriso de orelha a orelha.
Pego a xícara para provar o chá noto que há duas pequenas flores violetas boiando no líquido. Dou um sorriso de canto e provo o mesmo ficando fascinada com a explosão de sabores que se fez na minha língua

O Homem que fala através do vento Onde histórias criam vida. Descubra agora