O maestro vermelho

3 1 0
                                    

No meio da trilha depois de estarmos um pouco distantes dos corpos o Soldado para e consequentemente paramos também

– daqui para frente vocês seguirão, eu preciso resolver outras coisas

– mas para onde vamos? O que exatamente temos que fazer? –pergunto ao mesmo

– a primeira cidade que encontrarem entrem nela. Direi o que fazer no meio do caminho. Até breve, minhas crianças

Virando de costas o Soldado nos deixa e em exatos cinco passos ele desaparece diante dos nossos olhos em um piscar de olhos.
Demos continuidade a nossa caminhada. Em total silêncio estamos andando por trilhas estreitas com apenas o farfalhar das folhas das árvores o quebrando. Acredito que todos compartilhamos do mesmo sentimento e da mesma dúvida. O que será que vamos enfrentar?

– indo além dos reinos que conhecemos, enfrentando perigos que vem até mesmo de dentro das águas, o vento é o nosso mensageiro e o céu nos diz para onde devemos ir, fazendo sacrifícios e salvando vidas. O fogo vermelho nos aquece a noite, nos abrigando em cavernas úmidas, lidando com o desconhecido, o Poeta é aquele que nos salvará. Diante de sua intercessão ele nos ajuda, seguindo seus conselhos nós temos sucesso, mas apenas se você o ouvir.
O Soldado nos treinou e nos confiou um destino, o vento traz o homem ruivo prontamente para nos salvar.
Lutando contra magias profundas e encantos perversos conseguiremos concluir oque nos foi confiado –cantou Takeshi em meio ao silêncio

– que música é essa? –perguntou Akira

– em uma das minhas missões conheci um senhor chamado Uriel –Takeshi abre um sorriso diante de suas memórias– aquele velho ranzinza... ele me passou todo conhecimento geral que tinha, a mim e a meus irmãos. Ele cantou essa música para nós e nunca mais esquecemos

– ela diz o que os aventureiros passam –digo a ele

– você costuma ser bem falante. O que aconteceu para estar tão quieta? –pergutou Aksel a mim

– estou imaginando o que iremos enfrentar daqui para frente –respondo o mesmo um pouco cabisbaixa

– não fique assim –disse Takeshi pondo a mão em meu ombro– vamos nos sair bem

– eu não quero encontrar um orc no meio do caminho

– esse nome me dá arrepios –disse Akira recolhendo os ombros

Passando entre as árvores fomos parar no meio de ruínas. Cuidadosamente passamos por elas observando o local, em algumas ruínas ainda haviam os pertences dos moradores e nós examinamos cada um deles para ver se há algo que possa nos ajudar na viagem.
Acabo encontrando um caderno, um diário para ser mais exata. Abrindo o mesmo vejo que as páginas por mais que estejam empoeiradas e amassadas a letra está legível.

_________________________________________

Noite de lua cheia.

Criatura das sombras, sorrateiras e silenciosas apareceram em meu quarto e  cercaram minha cama.
A angústia atingiu meu peito de tal forma que me faltou ar, meusnolhos ardem por causa das lágrimas que nao conseguem sair mas ficam presas em minhas pálpebras inferiores.

Gritei por socorro e ele veio me atender depressa, como um pai que corre a seu filho quando o escuta chorar, assim veio o Soldado a mim.

Noite de Lua nova

Esta é minha primeira escrita após minha saída de casa. Passamos por muita coisa e enfrentamos grandes perigos, até temos um novo companheiro de viagem chamado Takeshi.
Há um homem misterioso que nos acompanha, ele estava comigo na cidade perdida e também esteve comigo no ponto profundo onde quase fomos mortos por sereias

O Homem que fala através do vento Onde histórias criam vida. Descubra agora