O resgate

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Aki prontamente põe suas mãos luminosas nos olhos de Aksel que segurou seu braço tentando impedi-lo mas não obteve sucesso.
Percebo que os olhos dele voltou ao normal, Aki faz o mesmo com Catherine que tem a mesma reação que Aksel.
Seus olhos castanhos voltaram ao normal, confusos eles nos olham tentando entender o que aconteceu

– o que aconteceu? –perguntou Aksel

– vocês estavam... –disse Akira

– nada –Aki o interrompe– houve apenas una necessidade de localização,  estou apenas observando. Vamos andando

Aki encara Akira e pelo olhar ele o pede para manter o que aconteceu em segredo.
Andando longos minutos até o fim da cidade, encontramos a última casa onde Adalia está, receosos encaramos a porta de madeira. A casa parece normal por fora, apenas uma casa no fim da cidade. Aki abre a porta cuidadosamente, a mesma range ao ser aberta, um vento frio sai de dentro da casa arrepiando nosso corpo e nos enchendo medo.
Ao entramos, percebo que é uma caverna escura e com hm odor deplorável, todos fizemos careta e cobrimos nossos narizes em uma tentativa desesperada de não sentir esse mal cheiro

– não se esqueçam que é uma ilusão –disse Aki– a única coisa verdadeira é esta caverna

– sei onde estamos –digo olhando ao redor– aqui é uma das prisões dos magos vermelhos. Vocês são caçados por eles? –pergunto a Takeshi

– eles nunca se cansam –respondeu ele

– então claramente a aldeia que sua irmã estava foi atacada e acabaram levando ela. E por que não dizer que atacaram por causa dela? Mas para onde foram as outras pessoas? Talvez estejam em Nitron ou aqui, presos com ela

– você já esteve aqui? –perguntou Catherine

– nesta casa nunca, mas conheço essa magia. Ela é muito profunda, proibida e extremamente perigosa para quem não sabe nada de magia. Somente grandes mestres da magia são capazes de fazer

No fim da caverna há uma queda de areia fazendo uma cortina sob uma outra entrada que há ali. Demos o primeiro passo para a queda de areia e acabamos caindo, mas o tanto de areia fez uma espécie de rampa e acabamos deslizando por ela brevemente até chegarmos ao chão, que também é pura areia.
Nossos calçados, roupas e até nosso cabelo está cheio de areia e isso me deixou indignado

– poderia ter uma escada aqui, mas não! Já foram melhores, magos, seu trabalho já foi melhor! –digo indignado gritando ao vento

– Takeshi? –ecoou uma voz feminina pelo local

Olhamos para frente vendo dois grandes pilares de ferro, neles há duas correntes presas que estão prendendo uma jovem moça.

– Adalia! –exclamou Takeshi– vamos tirar você daí

Demos um passo e a areia inteira ao nosso redor começou a se mover como se algo estivesse saindo de dentro da mesma. E estava. Um braço em decomposição saiu e junto com ele seu corpo. Vários mortos surgiram das profundezas da areia, corpos em decomposição, outros só haviam músculos e outros tinham o rosto esquelético e a outra metade estava apodrecendo.
Sacamos nossas espadas percebemos que haveria uma luta nesse lugar, e apenas uma pessoa usa magia para invocar mortos mesmo distante.

Erebus.

Tomado por uma coragem que não é minha começo a lutar contra eles, estao mais fortes e mais rápidos desde a última vez que tive que lutar contra um desses cadáveres e isso está dificultado nossa chegada a Adalia.
De repente vejo uma bela moça caminhando lentamente na minha direção, há um buraco em sua barriga e seus órgãos estão pendurados, seus dentes aparecem no lugar onde deveriam estar a pele de seu rosto oque a deixou ainda mais tenebrosa.

Meu corpo treme ao reconhecer quem está diante de mim, hesito em manter a espada na mão por algumas frações de segundos

– E-Eleonor?

– Urick, não é ela! –gritou Aki a mim sem desviar o foco da luta

– por favor, vá embora, eu não posso te matar

A medida em que eu me afastava ela se aproximava de mim

– Urick, ela morreu! Erebus a matou, ela morreu nos seus braços. Essa não é ela, é apenas um corpo sob influência de magia!

Todas as minhas terríveis lembranças vieram à tona ao vê-la caminhar na minha frente, mesmo que seja seu corpo em um estado deplorável, ainda sim, conseguiu mexer comigo.
Então minha mente é ocupada por oura lembrança. A primeira vez que vi Aksel, a forma que ele me salvou diversas vezes quando ainda estava em processo de me livrar do passado, nossos momentos juntos comendo todas as amoras do pé de uma senhora onde ficamos abrigados na nossa primeira missão, lembro da sua risada ao zombar de mim. Aki sendo o pai que por muito tempo nunca tive e Akira sendo meu irmão mais novo. Tão tagarela e curioso, porém muito corajoso.

Catherine, chegou tão de repente, lembro que ela fugiu de mim, ela provavelmente me detestava no início, lembro dela sorrindo, saltitando por aí, falando muito, lembro de quando ela me abraçou quando ninguém mais estava lá. Em minha cabeça ecoa a seguinte frase "esqueça o passado. Foque no presente". Uma raiva toma conta de mim e o desejo por salvar Adalia e dar fim a essa missão cresce ainda mais. Avanço na direção do corpo de Eleanor levantando a espada, ao chegar nela, corto sua cabeça fazendo a mesma voar para fora do corpo.

Foi uma luta tensa e cansativa, mas vencemos. Ao matar o último morto Takeshi correu na direção de Adalia tentando tirar as correntes de sua mão mas não conseguia. O desespero tomou conta e ele não sabia mais o que fazer

– filho –disse Aki pondo a mão em seu ombro– eu faço isso

Takeshi se afastou para deixar Aki libertar sua irmã. Aki pôs sua mão sobre uma corrente, fechou seus olhos e respirou fundo

– Poeta, preciso de você mais uma vez

Surpreendentemente as correntes quebraram como se fosse vidros e Adalia está livre.
Takeshi literalmente se lançou ao chão e a abraçou forte, a emoção tomou conta de ambos, ficamos apenas observando a cena com um sorriso de satisfação no rosto por termos concluído mais uma missão

– você está bem? –ele pergunta a ajudando a se levantar

– sim, eles não me machucaram, apenas me prenderam. Não porque não quiseram me machucar, mas porque não puderam encostar em mim. O Poeta me protegeu

– vamos sair daqui, esse lugar é horrível –disse Catherine

Os corpos que matamos estavam desmanchando na areia e fazendo parte dela.
Escalamos a rampa de areia com dificuldades e conseguimos sair desta ilusão tenebrosa, o Poeta nos disse que nesta mesma cidade há um homem que pode nos ajudar e que devemos ficar abrigados em sua casa por um período.

Algo me preocupa, esse tempo inteiro estive subestimando Erebus. Ele nitidamente não estava lá, ele não perderia a chance de me matar aí me ver tão de perto, mas mesmo distante ele consegue fazer a magia ser ativa e controlar os corpos... Erebus consegue enxergar o agora? Ou ele apenas evoluiu em seu poder?
De uma coisa agora tenho certeza, Erebus não será tão fácil de enfrentar, somente o próprio Soldado poderá fazer isso.

Longos minutos andando por toda extensão da cidade finalmete encontramos a casa laranja com uma chaminé de pedras.

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