– Aki –sorrio ironicamente– eu não acredito
– pois espere e verá –ele sorri– ninguém vai morrer
Começo a andar pela trilha para esvaziar minha cabeça. Aki não tenta me impedir, apenas me assiste sair, sei disso porque sinto seus olhos nas minhas costas.
Escuto o som que as folhas secas fazem quando piso nelas, alguns pássaros cantam e una libélula voou perto do meu rosto. Apenas eu, a natureza e o silêncio.
Sinto um nó na garganta, o desespero me faz querer chorar mas não consigo, não tem nada que me faça chorar nesse momento. Não posso me dar ao luxo, preciso de respostas, preciso de soluções, não de emoção e drama.– Urick –ecoou uma foz feminina pela mata
Assustado olho ao redor mas não vejo ninguém. Será um delírio? Ou alguma criatura perversa está brincando com a minha mente?
– Urick –novamente ela me chama
– quem é você? Onde você está?
– estou aqui
Olho para trás vendo aquela mulher deformada novamente. O medo não mais existe, tudo oque sinto é raiva.
– o que você quer, criatura infernal?
Ela sorri, lentamente vem andando na minha direção sem desviar seu foco, que são meus olhos.
– Urick, você - vai - sangrar –disse ela com pequenos intervalos
Um vento violento atinge a mata levantando poeira e folhas. Aperto meus olhos para impedir que a terra entrasse neles, e quando o vento cessou, a mulher havia desaparecido.
Melhor voltar para casa.
Ao retornar para a casa de Félix vejo que Akira é Catherine estão saindo.
– onde vão? –perguntei a eles
– à cidade –respondeu Akira– queremos mais respostas
– certo, eu vou com vocês. Onde está Aki?
– entrou, está com Félix mapeando as redondezas com a ajuda de um pequeno mapa que Félix desenhou em um pedaço de papel
Os acompanhei até a cidade e lá eles disseram que vão interrogar as pessoas em busca de mais respostas.
Nos separamos e começamos a perguntar as pessoas sobre oque elas sabem sobre esta cidade, qualquer resposta pode nos ajudar.Perto de uma fonte vejo um homem de costas lavando suas mãos, ele usa uma capa preta que cobre até seus pés.
– com licença, sabe me dizer se existem monstros nesta cidade?
– jovens curiosos como você costumam morrer cedo –disse ele
– como assim?
Ele se vira para mim revelando sua face. Tira o capuz de sua cabeça revelando seu cabelo trançado, longo e ruivo. Há sardas em seu rosto e seus olhos verdes brilham, mas mesmo assim algo me incomoda neles. Parecem vazios.
– coisas estranhas tem acontecido com você? Sonhos bizarros, aparições assombrosas... uma raposa mensageira do caos
– sabe algo sobre isso?
– sei sim –ele sorri– mas também sei que um de vocês não está nada bem
– isso tem algo a ver com a raposa?
– talvez. A raposa é astuta, não é tão fácil pega-la –ele suspira– tentar é frustrante... mas, não acha que há alguém por trás disso? Um dos seus?
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O Homem que fala através do vento
FantasyCatherine, criada em uma humilde cidade na simplicidade de seus pais nunca deu um passo para fora de sua cidade. Por mais curiosa que seja, nunca teve a oportunidade de ir, pois apenas pessoas convocadas participam de missões além da cerca é ninguém...