A cidade perdida

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O homem chora como criança, com direito a gritos de dor e agonia guardados por muito tempo. É possível ouvir ele se contorcendo pelo chão e o Soldado calmamente o dizendo para se acalmar que está tudo bem.

...

Um bom tempo se passou, o homem está mais calmo, agora apenas soluça e reclama de dor de cabeça por conta do choro excessivo.
Nos viramos de volta para eles, nossos olhos ficaram surpresos ao ver que nele não havia mais nenhuma rachadura, nem sequer um arranhão, sua pele esta em perfeito estado e brilhante como tem que ser.

Ao se olhar, ele passa a mão em seu corpo incrédulo, não acreditando que o Soldado o livrou de toda corrupção que ele causou em si próprio. Por isso estava doendo tanto, a dor da cura... passei por isso... todos nós.

– você... você me sarou!

– sim –o Soldado abre um largo sorriso– vamos indo, vou levar você de volta para meu acampamento para cuidar melhor de você

Não se contendo o homem o abraça forte, tão forte, que fez o Soldado cambalear

– obrigado –disse o homem se separa de do abraço– estamos muito longe da aldeia como vamos para lá?

O Soldado assobiou ao céu e dentro de poucos segundos uma grande águia apareceu voando, ela pousa no meio de nós, o Soldado acaricia suas brilhantes penas.

– suba nela. Vamos voando

– Celeste? –o homem pergunta a grande águia passando a mão na mesma

A águia sacode a cabeça e cisca sua pata direita no chão em resposta ao homem

– que saudade!

– podem sair da floresta e seguir pela estrada, em breve vou lhes dar uma nova missão –disse o Soldado– não se esqueçam, eu sempre estou por perto. Fizeram um bom trabalho hoje –ele sorri

Ambos subiram na águia e ela levantou voo, ouvidos o homem gritar nos agradecendo enquanto a águia voava para fora da floresta cuidadosamente entre as árvores até que ela sumiu de nossas vistas.

Saímos da floresta e seguimos pela estrada, todos estamos em silêncio por falta de assunto, comentamos apenas brevemente o que aconteceu e onquao feliz ficamos em ajudar mais uma pessoa.
Urick está pensativo, ele caminha com preguiça e arrastando o corpo ao meu lado

– está tudo bem? –pergunto a ele

– acha que fui muito rude com o homem?

– sim. Eu sei que quando o mau foi liberto sua liberdade foi tirada, mas ele era jovem e burro, como nós

– eu deveria pedir desculpas

– em outra oportunidade –digo entre risos– agora estão indo para a vila do Soldado

– você... já se sentiu jovem e burra?

– ah, o tempo todo. Você já?

– eu era orgulhoso demais para perceber que eu ainda sou um jovem e burro. Catherine... acha que eu seria capaz de amar alguém novamente?

O Homem que fala através do vento Onde histórias criam vida. Descubra agora