O Homem que fala através do vento

Singularity

Volto para casa com um aperto no coração, como dizer a Catherine que estamos presos e que talvez nunca mais a gente consiga sair.

_________________________________________

No meio da estrada em um local fora do canto de visão de Aksel, o Soldado o estava observando.

– estou torcendo por você, criança. Eu acredito em você

– quer que eu faça algo, senhor? –perguntou o homem ruivo aparecendo ao seu lado observando também Aksel

– não. Ele consegue sair. Eu conheço cada detalhe de sua força e característica, não não deixaria passar por isso se ele não suportasse. Ele vai sair

E então, os dois sumiram indo embora da cidade sem que ninguém percebesse
_________________________________________

Catherine narrando

Por que? O que está acontecendo comigo? Eu nunca me senti tão perdida como me sinto agora.
Sentada à margem do rio abraçando minhas próprias pernas com o choro preso em um nó na garganta. Lágrimas de desespero querem escorrer dos meus olhos mas nada sai, não me sinto digna de derramar uma lágrima de tristeza sabendo que estou aqui por escolha minha.
Sombras ao meu redor, amigas ou inimigas? Vejo minha juventude e  talentos e habilidades que foram entregues a mim desaparecendo diante dos meus olhos. Odeio tudo isso e me odeio, eu mesma não me suporto, eu quero sumir, quero fugir, mas não importa onde eu vá eu sempre estarei lá

Porque hoje eu aprendi que eu sou meu próprio problema.

Vejo um viajante puxando uma carroça cheia de tapetes de diversas cores. Ele me cumprimenta pondo a carroça que ele vem puxando no chão, se ajoelha à beira do rio pegando a água com suas mãos e lavando o rosto

– semana difícil? –perguntou a mim notando minha nítida tristeza

– sim... um pouco

– também tem sido difícil para mim. Eu puxo essa carroça para cima e para baixo, indo de reino em reino para levar o alimento à minha casa. Vendo os tapetes que eu mesmo faço, recebo uma boa quantia... mas não estou feliz

– o que falta, senhor? –pergunto a ele curiosa

– eu não me sinto feliz. Não sinto paz... sabe, você pode e acha louco, mas sinto que não nasci apenas para carregar tapetes. Eu posso ter outros talentos mas eu não sei

– bem, o Poeta poderia te ajudar a descobrir

– quem é Poeta? Seu amigo?

– é –digo num tom triste– costumávamos ser. Mas ele me ajudou a me encontrar e me disse o que fui chamada para fazer. Eu costumava cumprir com excelência