Catherine narrando
Acordo sentindo uma terrível queimadura em meu peito. Estou me contorcendo na cama como um cervo ferido, apertando o cobertor com força e puxando-o enquanto algo me queima de dentro para fora.
Meu grito agoniante pode ser ouvido das proximidades, estou suando frio, aperto meus gélidos dedos dos pés rangendo os dentes enquanto Allan preocupado corre até mim me perguntando o que ele pode fazer.Não consigo responder nada, ele até tenta me segurar, tenta me examinar, mas ele não sabe o que fazer.
A dor finalmente acabou. Relaxo meus músculos na cama ofegante enquanto sinto o peso de algo em meu peito, bem no centro dele.
– licença –Allan se aproxima vagarosamente– se me permite...
Com delicadeza ele abaixa o colo da minha blusa, mesmo cansada, pude notar sua expressão espantada
– o que? O que você viu?
– você foi marcada –ele se afasta
– marcada? –me sento na cama com dificuldades, abaixo o colo da minha blusa percebendo que há uma espiral perfeita no centro do meu peito– como..?
– aconteceu com você o que aconteceu comigo. Com todos nós –Allan tirou sua camisa mostrando que no centro do seu peito também há uma espiral– aqui é a cidade dos marcados. Vivemos uma vida monótona, sempre as mesmas coisas, os mesmos erros e acertos, até mesmo as mesmas atitudes. Estamos fardados a ficar empre em espiral, a nunca ter fim... A nunca sair
– quem está por trás disso?
– você. Nós. Todos nós somos os culpados, mas, sempre há uma criatura por trás. Você está mais magra do que quando chegou aqui, possui olheiras profundas e seu semblante caiu drasticamente, toda sua vitalidade foi sugada por forças invisíveis e eles te deixam incapaz de viver uma vida diferente, porque você mesma se acostumou com o que está acontecendo. Agora você é uma de nós, mesmo não sendo
– Catherine! Catherine! –ouço a voz de Aksel desesperado ecoando por toda a casa até me encontrar no quarto. Ele para na porta analisando incrédulo toda a cena
– acho que você escolheu a hora errada para vir –disse Zara
– o que? –perguntou confusa
Só então reparo na cena. Allan sem camisa parado diante de mim enquanto estou sentada na cama dando a impressão de que estou esperando por ele.
– Aksel, não é nada disso!
Tento explicar mas ele golpeia Allan com um soco que o faz tropeçar em seus próprios pés.
Zara e entra na frente e eu rapidamente me levanto da cama indo na direção de Allan para ver se ele estava bem.
Ele está rindo, ficou apenas com uma marca vermelha no rosto– eu vou acabar com você! –disse Aksel exaltado enquanto Zara o empurra para longe de Allan
– Aksel! Não é nada do que você está pesando! –digo a ele
– não é o que estou pensando? Por que ele está sem camisa parado ma sua frente!?
– estava mostrando a ela a marca nova que ela adquiriu
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O Homem que fala através do vento
FantasyCatherine, criada em uma humilde cidade na simplicidade de seus pais nunca deu um passo para fora de sua cidade. Por mais curiosa que seja, nunca teve a oportunidade de ir, pois apenas pessoas convocadas participam de missões além da cerca é ninguém...