O homem justo

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Passamos pela mata rosada que era a casa da criatura, chegamos a una trilha de pedras que conforme andávamos machucava nossos pés, mas isso não parecia ser problema para o homem ruivo.

Chegamos à cidade perdida. Aqui está um caos, há uma enorme fogueira nk centro da cidade, os tambores soam alto e várias canções canções entoadas. As palmas, as risadas, tudo indica que é comemorando algo.
Passamos por várias tabernas e casas vermelhas, que são onde as moças vendem seus corpos por dinheiro.

O olho fitei de Aki se tornou alaranjado e brilhava cada vez mais ao olhar para os lugares.

– se pudessem ver oque eu vejo ficariam apavorados –disse Aki

O homem ruivo nos levou até uma casa de madeira, ele bate na porta e ansiosamente esperamos uma resposta.
Um homem pálido abre a porta, ele é calvo e uma grande barba branca preenche seu rosto. Tem o corpo gordinho, seus olhos são violeta e ele está lambendo algo de seus dedos, imagino que ele estivesse comendo.

Ao ver o homem ruivo ele se curva o dando boas vindas

– olá, Zadoque, o homem justo. É bom lhe ver de novo –respondeu o homem ruivo

– o que faz aqui? Precisa de algo?

– previso que cuide destes soldados. Dois deles foram feridos com o veneno de um slangemann e estão paralisados

– vou ajuda-los como eu puder, obrigado por terem confiado os jovens a mim

''Terem'' no plural. Por que ele disse isso se já apenas o homem ruivo conosco e ele é o único que conhece este homem?

O homem chamado Zadoque nos deu espaço para entramos. O homem ruivo pede para Aki entrar primeiro com Aki, assim ele faz, e então, entra com Aksel. Eu e Akira fomos atrás dele e por último Aki.
Zadoque os deitou em uma maçã improvidada no chão que ele prontamente foi pegar em algum cômodo de sua casa enquanto entramos.

Ele levantou a blusa e ambos para ver os ferimentos, são profundos, Zadoque pôs a mão ma testa de ambos e sua reação foi de preocupação misturado com um pequeno susto

– estão ardendo em febre!

Zadoque se levanta e vai até sua cozinha, ele volta um minuto depois com uma bacia de água, alecrim, um pano e uma erva desconhecida para mim

– me perdoe a pergunta, mas que erva é esta?

– é a erva helbrede, capaz de curar e cicatrizar qualquer ferimento ou corte. Vai resolver o problema dos seus amigos

Ao observar os ferimentos cautelosamente, ele expressa nojo em seu rosto com uma mistura de confusão  confusão e preocupação. Ambos estão sangrando um líquido preto mucoso que se mistura com o vermelho de seu sangue

– está pior do que imaginei –disse Aki

– essas besta pôs uma toxina em seus corpos. Está infeccionado e esse líquido preto é o veneno que o corpo está expulsando... Ou tentando –explicou Zado enquanto molha o pano na água e põe em sua testa e o outro ela limpa o ferimento de Urick– a quanto tempo estão feridos?

– acho que trinta minutos

– ótimo. Isso não vai mata-los, mas pode deixa-los bem doentes se infeccionar –Zadoque estende um pano para Aki– poderia cuidar do outro jovem para mim, por favor?

– sim, claro!

Aki de imediato se dirige a Aksel para cuidar dele, delicadamente ele passa o pano molhado em sua testa para tentar resfriar seu corpo e abaixar a febre.
Pude ver no peito de Urick uma marca que eu não tinha visto antes. A oportunidade que tive de ver foi quando estávamos na vila do Soldado e tirei sua roupa molhada de chuva, mas eu estava olhando para o outro lado e focando minha visão e concentração em qualquer outra coisa, então não reparei esta marca.
Se trata de um círculo perfeito da cor vermelha e dentro dele há um outro círculo perfeito preenchido com a cor preta

O que isso significa?

Zadoque pôs a erva helbrede na água, e ao tira-la, ela havia virado muco. Depois de limpar o local do ferimento, que foi à altura de seu estômago, Zadoque passa cuidadosamente o muco da erva no ferimento e assim ele a deixa.
Aki pega a mesma erva em mãos e faz o mesmo que Zadoque passando na cintura de Aksel.

Os meninos estão desacordados, os observo dormindo sentindo uma pontada de preocupação em meu coração.

– eles vão ficar bem, querida. Amanhã eles vão acordar

– obrigada, senhor –me dou conta de que há alguém faltando. Olho ao redor procurando por ele, mas ele desapareceu– cadê o homem ruivo?

– achei que já havia percebido. Ele só aparece em situações que nós humanos não podemos resolver

– por que ele não apareceu quando fomos atacados pela criatura?

– porque ele sabia que podíamos resolver sozinhos –disse Aki– o homem ruivo segue as ordens do Soldado, se o Soldado não o mandou na hora da luta contra o monstro, é porque não era necessário. E saímos vivos, não é?

– mas os meninos estão feridos

– Catherine, é impossível entrar em uma batalha e sair sem nenhum arranhão. No meio da caminhada, vamos cair, nos ferir, e até mesmo quase morrer, mas um quase não significa que é o fim. Arranhões e ferimentos ainda piores vão vir, mas tudo isso faz parte para nos tornar mais fortes

– pela lógica, Akira poderia levar um dos meninos e o senhor poderia levar o outro. Por que então o homem ruivo apareceu?

– porque ele sabia que eu ficaria desconfiado em ajudar vocês. Ele veio para testificar a mim que vocês são soldados do Soldado e que são de confiança –respondeu Zadoque– vamos deixa-los descansar, vou olhar algo para comerem, devem estar famintos

Zadoque nos convida para ir até sua cozinha e se assentar à mesa. Quando todos nós estávamos ali reunidos, Zadoque põe pão, carne, algumas uvas e vinho para nós.
Aki conta a Zadoque toda a história, desde o início de quando o Soldado me escolheu até agora. Elefica fascinado com algumas partes, principalmente a parte que conta que nos reunimos pata derrotar a criatura; isso fez mascer um brilho de admiração em seus olhos e ele nos olha com um sorriso nos lábios.

– então vocês estão aqui para resgatar as pessoas –disse Zadoque– e quanto a mim? O que farão comigo?

– aparentemente o senhor não precisa ser resgatado –disse Akira– por que mora aqui, senhor?

– aqui é minha cidade, minha casa. Escolhi ser diferente no meio de iguais, todos praticamente injustiça e coisas profanas, porém eu, jamais me renderei ao domínio dos kontrolluri

– o que são kontrolluri? –perguntei

– lembra quando chegamos aqui que se vissem oque eu vejo vocês seriam tomados de pavor? eu vi cordas e kontrolluri, criaturas sombrias e das trevas que controlam pessoas. Elas parecem felizes, mas elas choram toda noite querendo o controle de seus corpos de volta –explicou Aki

– por que eles fazem isso?

– por poder e diversão. Quando cansam, eles a devoram. Todos são marionetes deles, exceto Zadoque, o chamado homem justo

– é o significado do meu nome –disse Zadoque– preciso fazer jus a ele. Alguém precisa se lembrar do que é a vida, do que é a verdadeira liberdade, do que o Soldado fez por nós. Todos aqui já o encontraram, mas deixaram os Kontrolluri entrar quando decidiram seguir seus próprios desejos soberbos e enganosos. Kontrolluri entram onde há brechas, todo o povo abriu uma enorme porta para eles entrarem e agora não conseguem sair sozinhos. Mas vocês chegaram para nos ajudar. Estou muito grato por terem atendido a convocação do Soldado

O Homem que fala através do vento Onde histórias criam vida. Descubra agora