Outra missão

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Os guardas nos soltaram e depois de uma reverencia ao rei se retiraram.
O rei fitou nossos lábios como se estivesse wuerendo descobrir algo, ele então aproxima seu nariz dos mesmos, oque nos deixou confusos, já que não entendemos oque ele pretende com isso.

– vocês... vocês comeram meus morangos?

– morangos? –perguntou Aksel tentando fingir não saber do que se trata

– sim! Percebi que seus lábios estão pintados, a garota é normal, mas o rapaz? Então senti o cheiro deles nos seus lábios, vocês comeram meus morangos!

– não sabia que deixava cheiro nos lábios também –digo à Aksel

– sim, eles deixam. São típicos nesta região, são grandes, robustos, suculentos e doces. Deixam a boca manchada e o cheiro ainda permanece, é uma fragrância natural. Não se acha outros morangos como os do meu reino e vocês os comem de graça?

– seu povo paga pelos morangos?

– como acham que mantenho o reino? –ele massageia as têmporas mostrando estar irritado– para esquecer o assunto, vamos dar um passeio. Vou mostrar a vocês o meu palácio e também serão meus convidados de honra para o jantar

O rei decidiu nos mostrar seu palácio, um passeio se iniciou, passamos por enormes e belos salões com esculturas de gesso delicadamente esculpidas em riquezas de detalhes.

Ele esbanjou a nós suas riquezas e posses e nos contava o quão vitoriosos eles são nas batalhas e que pegam os despojos dos inimigos e juntam. Eles são um exército temido por sua força e estratégias de batalhas.
Ele nos levou a uma sala e nos mostrou algumas pedras preciosas, iguais as que eu vi no banheiro de Urick.

Aksel e eu começamos a pegar algumas pedras, belas e brilhantes pedras que estavam espalhadas pelo local. Aksel e eu não nos atrevem a tocar nas pedras do reino de nebulus, pois sabemos o quão pesadas elas são.
É nítido que o rei está incomodado conosco mexendo em suas brilhantes e coloridas pedras, ele fica de um lado para o outro observando cada movimento nosso. Estamos nos sentindo crianças crianças supervisionadas por um pai, ele nos diz para não mexer nisso ou naquilo e fica nos seguindo a cada segundo

– certo! –ele bate uma palma para chamar nossa atenção nitidamente incomodado– vamos para outro lugar, vocês parecem crianças. Além de comerem meus morangos, mexem nas minhas coisas

– foram apenas dois –digo ao mesmo

– não deixam de ser meus

Ele nos expulsa do quarto e nos leva diretamente ao sala de jantar. Na verdade, sala é apelido, o lugar é enorme e uma mesa extensa e larga farta de comida ocupa o centro do salão.

– majestade –um homem entrou no salão reverenciando o rei

– que horror! Como ousa aparecer na minha presença usando uma cor tão detestável como cinza? –disse o rei num tom espantado

– perdoe-me, majestade. Vim apenas lhe dizer que um mestre e dois aprendizes aventureiros estão a procura de dois jovens chamados Aksel e Catherine

– ah, estão comigo –disse orgulhoso– mande entrar e traga-os até aqui

– sim, senhor

Poucos minutos depois, Aki, Urick e Akira entram no salão. Eles abrem um sorriso ao ver que estamos bem, menos Urick, que mantém sua expressão fechada de sempre

– apresentem-se a mim –disse o rei

– Aki, mestre dos jovens. Estes são Akira e Urick

O rei atenciosamente analisa Urick, ele se aproxima do mesmo pegando delicadamente uma mecha de seu cabelo

– a tonalidade escura do seu cabelo combina com o meu. Uma pena ser homem –diz com desprezo

Urick o encara confuso enquanto se distancia. O rei nos convida para um almoço real como seus convidados, em troca, ele quer saber tudo sobre nós e oque pretendemos fazer.

– obrigado, majestade, mas não podemos ficar. Temos una longa jornada –disse Aki

– eu insisto. É um convite real e formal, além de ser oficial. Por favor, sentem-se, e me contem tudo sobre oque fazem e quem vocês são, de qual reino pertencem e se duas intenções são boas

Ao nos sentarmos à mesa, Aki conta a ele oque somos e oque fazemos, também mencionou o Soldado e disse que estamos em uma missão oficial dele. O rei confessa nunca ter ouvido falar deste Soldado, então, com um brilho nos olhos e um ar de empolgação, Aki começa a contar os feitos do Soldado em sua vida e em bidsas missões.

O rei se mostra muito curioso e uma nuvem de dúvida nasce em sua cabeça, principalmente quando ele disse que que Soldado morreu por nós

– isso foi estúpido! –disse o rei num tom de arrogância– por que um ser tão poderoso quanto o Soldado morreria por pessoas como vocês? Não tenho metade do poder que ele tem, mas não sacrificaria minha vida em prol dos meus homens, ainda mais depois de me rejeitarem em me venderem

– mas o Soldado não é assim. O Soldado é amor. Ele não precisava, mas fez, porque ele é a própria misericórdia e amor

O ego inflado que transparecia no rei, aos poucos foi murchando, ele parece constrangido, mas não admite.
Ele põe o garfo de comida em sua boca, mastiga lentamente enqjanto observa o nada, seu olhar perdido nos diz que ele está submerso em seus próprios pensamentos.

– espero que não peçam minha ajuda caso haja uma batalha. Não estou disposto a por a vida dos meus homens e dos meus plebeus em risco. A não ser que seja para matar orcs ou homens serpente... eu os odeio –diz com desgosto

– não será necessário, alteza. Temos um general de batalha conosco, o Soldado, ele nunca perde uma guerra. Mesmk que sejamos cinco contra dois mil homens, não passarão de areia sendo sopradas para longe no deserto

– a confiança de vocês neste homem é incrível

Passamos um período em silêncio, apenas aproveitando a comida.
Ao terminarmos, os servos do rei retiram nossos pratos e taças, Aki se levanta e demonstra sua gratidão ao rei mas que precisavamos seguir viagem. O rei entende e nos deseja sucesso e sorte pelo caminho.
O reverenciamos é o agradecemos também, seu soldado nos guiou até a saída e assim pudemos dar continuidade à nossa jornada.

Aki nos disse que a cidade é próxima e que nosso único dever é liberta-los de um povo que neste exato momento estão tentando leva-los como escravos.
Apressando nossos passos, chegamos a uma aldeia isolada no meio da floresta, a uma boa distância, escondidos nas moitas e entre árvores, vimos as mulheres chorando amarradas no chão, enquanto os homens estão feridos, amarrados com as mãos para trás. Crianças estão amarradas com cordas pelos pulsos e estão ajustadas no chão. Elas gritam e choram, homens as assustam mandando-as calar a boca.

Vimos uma menina, na faixa de dezessete a dezoito anos, ser levada ao ponto central onde todos estavam, ser trazida pelo cabelo, suas vestes estão sujas de sangue, logo nas suas partes intimas, ela está fraca e não consegue andar. Ela cai no chão, o homem a repreende como se ela tivesse culpa e a arrasta pelo cabelo.

– ali! Ali está ele! –disse Akira apontando para um homem  de cabelos negros preso em um coque, justamente o homem que está arrastando a menina– foi ele que tentou se aproveitar de Catherine enquanto ela estava desacordada

– então ele gosta de se aproveitar das meninas indefesas –disse Urick entre dentes

Ele solta sua cabeça com ignorância no chão deixando-a aos pés das mulheres que ali estão amarradas. Elas se desesperam e tentam ver o estado da menina, mas nada puderam fazer, pois estão presas

– venham comigo –digo aos meninos avançando silenciosamente entre as moitas

Ficamos muito próximos da aldeia, ao ponto de entendermos oque eles estavam conversando.

– qual é o plano? –perguntou Urick

– o que? –olho para o mesmo

– você tem um plano, não é? Qual é?

– que plano?

– nós vamos morrer

– não vamos –disse Aki– seja lá o que for fazer, estaremos com você

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