O nome não mencionado

1 1 0
                                    

– eu digo o mesmo! –o homem chamado Zera se separa de Takeshi– o que traz aqui hoje? –Zera direciona seu olhar a nós– quem são esses?

– são soldados como eu, recebi a missão de ajuda-los a resgatar um homem enquanto estava vindo para cá

Vemos uma figura familiar atravessar a porta. É o Soldado, ele nos cumprimenta e nos parabeniza por termos executado a missão e então direciona seus olhos ao homem que foi resgatado.
É notório em seu rosto o quão infeliz ele está, há um alívio inegável em sua alma por ainda estar vivo, mas nao consigo imaginar o que ele passou e talvez tenha sido isso que o entristeceu

– Alfeu –disse o Soldado se aproximando do mesmo– por que se entristece?

– não me entenda mal, Soldado, sou eternamente grato por ter me salvado da morte. Mas eu sofri tanto... eles me bateram e me deixaram dias sem comer e dormir no relento tentando arrumar uma maneira de me deixar mais fraco a cada dia que passasse. Só me dava água as vezes. Eles destruíram a minha casa, não tenho onde morar

A mulher que fazia seu curativo tocou em una parte sensível com o pano molhado de água, ele recolhe seu rosto seguido de uma expressão de dor

– me desculpe –disse a mulher

– tudo bem –respondeu Alfeu– eu gostaria de ir para casa

– você pode ficar comigo se quiser –disse Zera– aqui há espaço para todo mundo. E se um dia quiser ir embora e se reestabelecer em algum lugar, estará livre para ir. Mas por agora, você tem portas abertas para lhe receber

Lágrimas começaram a brotar nos olhos machucados de Alfeu, com seus lábios trêmulos ele abre um leve sorrio

– muito obrigado –agradeceu ele

– limpei os ferimentos. Agora preciso pegar um outro pano para poder aplicar o curativo –a mulher encara o Soldado como se o quisesse certificar de que ela não deixaria o homem naquele estado– eu já volto

– sem pressa –disse o Soldado acompanhando com o olhar a mulher se retirar do local– poderiam me deixar sozinho com Alfeu por um segundo? –perguntou o Soldado se dirigindo a nós– preciso tratar de um assunto particular com ele

– claro –respondeu Aki nos direcionando gentilmente para fora enquanto Zera e Takeshi também nos acompanhavam

– agora é a melhor parte –disse Takeshi– o Soldado irá curar o coração dele e tratar de todos os males.

– lembro até hoje de como ele fez comigo –disse Zera com um sorriso nos lábios– foi doloroso, mas nada se compara com o alívio e a alegria que vem após

– também foi assim comigo –disse Akira

Ao chegar em um determinado ponto da aldeia, debaixo de uma grande árvore, Zera se senta no chão, respirando profundamente e soltando o ar aproveitando a sombra que sua folhagem farta produz, entre as folhas ele encara o céu azulado acompanhado de fofas nuvens brancas que são levadas para longe lentamente graças ao vento que sopra.
Zera nos convida a sentar, nos juntamos a ele sentindo o frescor da tarde, é realmente um alívio que causa dm nossos corações.

– quero conhecer vocês, me contem, o que cada um fazia ou era antes de ser chamado pelo Soldado? -perguntou Zera a nós com um tom de animação em sua voz

– bom. Eu era um mago –disse Aki

– eu era só uma menina em minha vila –digo a ele

– eu fui o único do meu povo a ser chamado para ser um guerreiro. Somos um poço pacífico e evitamos brigas –disse Aksel

O Homem que fala através do vento Onde histórias criam vida. Descubra agora