Capítulo 12

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1 semana depois

Depois daquela péssima conversa com o Doprê, comecei a correr desesperadamente atrás de um emprego. Mas parece que as coisas nunca dão certo pra mim.

Essa noite tá sendo a pior que eu já tive desde que cheguei aqui, não tô conseguindo dormir. E já deve ter uns 15 dias que eu não toco em um cigarro.

Tô ficando maluca de verdade.

Agora são cinco da manhã e qual a chance de eu sair e encontrar algum lugar que vende cigarro aberto?

Levantei devagar pra não acordar a Kyara e fui na cozinha beber água e pensar se espero o dia clarear ou se vou agora, porque eu realmente tô precisando.

– Aí inferno que susto!– falei vendo Doprê parado em frente a geladeira.– Não vi você!

– Tô bebendo água.– ele disse e eu passei pegando um copo e colocando no filtro.

Bebi a água e coloquei o copo em cima da pia, e fiquei parada olhando pra parede e pensando, bebi mais um gole.

– Tá olhando o que?– Ele perguntou.

– Não te interessa.– respondi.– Desculpa..

– Você é louca!– ele disse.

Comecei a respirar fundo, senti meu coração acelerado e uma vontade tremenda de chorar. Não porque ele me chamou de louca, antes fosse só isso.

Só tô apenas me sentindo mal, não tem muito o que eu possa fazer pra resolver a minha própria vida, e nem dividir com alguém eu posso.

Doprê 🚩

Essa última semana não tem sido uma das melhores em convivência com a Valentina, antes nós falávamos o básico da educação, agora nem isso.

Esses dias fiz café e ela nem quis, acho que o que eu disse pra ela bateu forte.

E não que eu seja ruim, mas na hora subiu pra cabeça. Depois da conversa com a minha mãe fiquei com o maior peso na consciência, mas também não falei nada com a Valentina.

Sai do quarto pra beber água, essa noite fez o maior calor, quase não consegui dormir.

Fiquei em frente a geladeira terminando de beber água, quando a Valentina apareceu tomando um susto.

Ela parou pra beber água também, mas pegou do filtro. Ficou parada uma cota olhando pra parede na frente dela e estralando os dedos, achei estranho, fui perguntar pra ela e tomei logo uma patada.

Acho que ela não tava percebendo que tava apertando os dedos, não consegui ver direito porque tá escuro mas acho que ela real não tá bem.

– Valentina, tá bem?– perguntei e acendi a luz.

Ela não olhou pra mim, continuou olhando pra frente e não respondeu.

– Tô bem..– ela disse com uma voz embargada.

– Desculpa ter te chamado de louca, não sabia que você ia ficar assim.– falei indo até ela.

– Não tô ligando pra isso não, relaxa.- ela disse passando e indo pro banheiro.

Fui pro meu quarto mas não consegui dormir, fiquei preocupado com ela. Sai do quarto e bati na porta do banheiro.

– Tá aí ainda?– perguntei.

– Não.– ela respondeu.– Quer usar o banheiro?

– Quero saber se você tá bem..

– Tô ótima, só preciso de um tempinho.– ela disse.

– O que você tem Valentina?– perguntei.

– Difícil dizer, mais fácil perguntar o que eu não tenho.– ela disse com voz de choro.– Mas não importa, deixa quieto..

Ouvi ela destrancando a porta e saindo.

– Não comenta com a sua mãe e nem com a Kyara, pra elas não ficarem preocupadas.. por favor!– ela pediu e eu assenti.

Não que eu cuide da vida dos outros, mas alguma coisa acontece com essa menina. E mesmo que eu queira, não vou conseguir tirar isso da cabeça tão fácil.

Querido Leitor- NLE DoprêOnde histórias criam vida. Descubra agora