Doprê 🚩Meu caso com a Valentina não é que eu não gosto dela, mas acho ela estranha.
Não no jeito, e muito menos em aparência. Mas parece que ela mente em alguma coisa, sente medo ou esconde muito sobre ela.
É o que parece pra mim, mas minha mãe e minha irmã adoram ela. Talvez seja algo em mim mesmo, que não consegue de fato ter uma simpatia com ela.
Mas é claro que eu respeito ela e o espaço dela, assim como ela é recíproca comigo nisso. Por isso avisei pra ela que ia vim gente pra cá, e por isso concordei em deixar o pessoal ir chamar ela.
Acho que ela não queria participar por receio de eu sei lá, não gostar.
Mas uma coisa que eu não posso deixar passar é que ela bebada tava muito engraçado.
Ela foi dançar com a Lili e a Kakau, caiu no chão sujou a calça branca dela todinha.
No final, ela ficou deitada no chão de olho fechado.
– Você acha que ela ta viva?– Magrão perguntou.
– Ela tá respirando.– Guri respondeu.
– Se vira com ela Doprê, sua casa, sua hóspede, seu problema.– Jota brincou.
– Gente, o tô viva.– ela falou errado.
"O tô viva" foi foda.
– Até a próxima, Vavá!– Barreto disse.. todo mundo foi embora e eu fiquei com a casa bagunçada e uma bebada no chão.
– Valentina?– chamei.– Levanta aí, e vai dormir no quarto.
Ela abriu os olhos e se apoiou no sofá pra levantar, depois quando foi atravessar da sala pro corredor ela caiu. Parece que desaprendeu a andar.
– Acho que vou dormi aqui tá?– ela perguntou ainda caída no chão.
Fui ajudar pegando ela no colo pra deixar no quarto da Kyara, mas Kyara (por alguma razão) tinha trancado a porta. Bati e chamei três vezes mas nem sinal dela.
Levei a Valentina pro meu quarto e deixei ela deitada na cama, peguei um cobertor e um travesseiro pra ir dormir na sala mas não demorou muito pra Valentina levantar e correr pro banheiro.
A mulher tá dando pt, vou avisar pra nunca mais darem bebida pra ela.
Ela ficou 20 minutos no banheiro, fiquei até meio preocupado.
– Tá bem aí?– perguntei e quando entrei ela tava deitada no chão do banheiro.– Tá bem?
– Tô respirando e sentindo o gosto de álcool na minha respirada sabe?– ela disse e eu ri.
– E você já ficou assim antes?– perguntei.
— Muitas vezes..– ela respondeu e em seguida começou a rir.– Só que é estranho com você aqui.. normalmente eu passo por isso sem nenhuma testemunha pra lembrar disso no outro dia.
– Levanta aí vai..
— Não consigo me mexer.– ela gargalhou.
– Vou jogar você debaixo da água gelada se continuar estranha assim.– falei.
– Deixa eu dormir aqui, quando eu acordar eu vou tá melhor!
Fui até ela e ajudei ela a levantar, liguei o chuveiro no frio e coloquei ela de baixo.
– Puta merda, isso foi cruel, Pedro desliga.– ela disse e eu comecei a rir, ela olhou e jogou água em mim.
— Tá com a cabeça no lugar agora?– perguntei.
– Isso não vai me ajudar em nada, só vai me causar uma pneumonia.– ela respondeu e eu lembrei que realmente o tempo tá frio e ela ta debaixo da água gelada, desliguei o chuveiro e dei uma toalha pra ela.
Ela ficou sentada no chão do banheiro novamente.
– Foi mal!– falei vendo que ela tava tremendo de frio.– Levanta da porra do chão e vai se secar..
– Tenho que esperar sua irmã abrir a porta do quarto!– ela disse.
– Então vai pro meu quarto e põe uma roupa minha, se você ficar doente por minha culpa minha mãe vai me matar!– falei e ela riu.
Ela foi andando toda atrapalhada pro quarto e eu fui pra pegar a roupa pra ela.
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Querido Leitor- NLE Doprê
Teen FictionValentina uma mulher de 20 anos que desde cedo teve que aprender a lidar com perdas, deslealdade e perseguição. Aprendeu a não confiar em ninguém e ser sempre sozinha. Mas uma vez quando sua vida vira de cabeça pra baixo, ela se ver perdida e sem sa...