CAPITULO VINTE E SEIS

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CHARLES LECLERC

A observo dormir serena na cama enquanto suas palavras reverberam em minha mente e eu sinto o sangue borbulhar intensamente, saber que aquele homem tocou nela, a torturou com palavras, com ações... quero mata-lo com minhas próprias mãos.

Me levanto da cama com cuidado, troco o calção por uma calça jeans escura e uma camisa preta, antes de deixar o quarto me aproximo e abaixo ao lado da cama, encontrando seu rosto sereno.

—Vou te proteger, moranguinho... ninguém vai tocar em você, nunca mais. —levanto deixando o quarto de hotel e caminho pelo corredor em direção ao elevador—.

Não penso em nada além de descer e encontrar esse maldito, nem que pra isso precise revirar Montreal inteira!

—Charles? —é como a voz da razão ecoando pelos meus ouvidos e eu paro no meio do corredor, no exato momento em que as portas do elevador se abrem— Vai deixar ela sozinha no momento que mais precisa de você?

Me mantenho em silêncio, os ombros tensos e o sangue correndo pelas veias, ouço os passos do espanhol se aproximando e respiro fundo fechando as mãos em punho.

—Eu sei como se sente, quero acabar com esse maldito tanto quanto você, mas não é o momento, precisa focar na Alissa e na saúde dela, esse reencontro a abalou de uma forma gigantesca, não pode deixar ela sozinha, cabrón. —o espanhol bate levemente em meu ombro e passa o braço sob meus ombros— Foque nela agora... depois eu te ajudo a socar aquele filho da puta até a morte.

O tom de sua voz muda completamente e o brilho furioso nos olhos de Carlos me causam um arrepio pela coluna, o espanhol pode até ser um cara esquentado as vezes, mas nunca o vi com uma expressão to enfurecida ou raivosa como agora.

Carlos me guia até a porta de nossos quarto e eu a destranco com o cartão magnético, o encaro uma última vez e ele assente em minha direção, um recado claro que aquilo não passaria em branco, que não deixaríamos esse cara solto tão facilmente assim.

O quarto está completamente escuro quando entro ali mais uma vez, a porta se fecha em um baque surdo e eu respiro fundo tentando expulsar a fúria que domina meu corpo, sem sucesso acabo seguindo até o banheiro, onde tomo mais uma banho —dessa vez frio como gelo—, me troco mais uma vez e sigo para a varanda do quarto, encontrando uma Montreal quase completamente em sono. O vento frio atinge meu corpo me trazendo uma calmaria leve, não sei quanto tempo passo ali, mas acordo do transe onde estou quando sinto braços pequenos enlaçando minha cintura e sua bochecha quente em contato com minhas costas frias.

—Vem dormir, Charlie... a cama tá fria sem você. —a voz sai levemente rouca e um pouco manhosa, sorrio pequeno e me viro em sua direção, encontrando os belos olhos castanhos—.

—Desculpa, amor... —acaricio sua bochecha enquanto meus olhos focam nos dela e suas mãos acariciam minhas costas, selo nossos lábios levemente enquanto minha mão afunda entre os longos frios achocolatados—.

—Você tá bravo, né? —sussurra ainda próxima de meus lábios, seu hálito quente atingindo meus lábios, sugo o ar entredentes e puxo seu corpo para mais perto— Não queria te contar por que tinha medo da sua reação.

—Não é com você que estou bravo, moranguinho. —respondo baixo afastando meu rosto do dela e volto a acariciar sua bochecha morna— Estou furioso com esse... filho da puta maldito.

—Charles...

—Não, Alissa... eu estou no meu direito, aquele maldito abusou de você, te atormentou por meses, acabou com a sua sanidade e sua segurança, tocou em você invadindo seu espaço pessoal... ele tomou posse do que nunca foi e nem seria dele. —declaro a encarando fixamente, sinto suas mãos apertarem minha cintura e eu a puxo para mais perto— Eu não vou deixar esse homem continuar andando por aí pensando que pode fazer o que quiser com as mulheres sem ser punido... se a justiça não faz nada com maldito abusador, eu faço.

Happiness || Charles LeclercOnde histórias criam vida. Descubra agora