CAPITULO TREZE

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MILÃO, ITÁLIA || 19.04.2022

CHARLES LECLERC

Os flashes me cegam um pouco enquanto caminho pela calçada da capital italiana, os fãs gritam histéricos em nosso entorno enquanto os seguranças tento ao máximo tentar contê-los, Stella aperta minha mão com força e tem a cabeça baixa, os fios loiros escondem parte do rosto e ela sorri pequeno acenando quando chamam seu nome. É difícil entrarmos na loja, mas quando o fazemos eu posso enfim soltar um suspiro de alivio, a loira discretamente solta minha mão e encara as peças da nova coleção da marca, os olhos azuis estão um pouco frios desde o momento em que nos encontramos de manhã no aeroporto.

Eu entendo Stella, tenho sido um babaca com ela e fui ainda pior quando liguei para contar que Alissa e eu havíamos nos beijado, mas prefiro contar do que esconder dela as coisas que eu fiz quando estávamos separados. Nós conversamos na semana passada, ela me ligou durante a noite enquanto eu comia um macarrão empapado que esqueci no fogo, foi sincera comigo... viria para a Emilia-Romagna apenas para acertar tudo o que estava solto no nosso relacionamento, mas que aquilo não continuaria, ela não iria sofrer me amando quando sabia que eu estava apaixonado por outra pessoa e que quando estivesse com ela teria Alissa em minha cabeça.

Em falar na morena, não a vejo desde a Austrália, ela voltou para Itália assim que o GP foi finalizado e não nos falamos mais, mas me agradeceu pelo café da manhã que deixei no hotel e disse que conversaríamos melhor quando tudo estivesse resolvido. Eu confesso que fiquei um pouco frustrado com as palavras dela, pensei que passaríamos mais alguns dias juntos, mas também entendo Alissa, a envolvi nessa teia de sentimentos e nesse monte de problemas que meu relacionamento se tornou, então é valido que ela queira se manter afastada até que tudo se ajeite e eu defina o que eu quero —mesmo que isso esteja mais que certo, quero Alissa Petrova na minha vida, todos os dias dela—.

—Aí, cabrón! —Carlos para ao meu lado e eu saio do transe, o espanhol tem um sorriso enquanto acena para alguns fãs— Para de viajar no seu mundinho de maionese aí e vamos, a Amélie tá quase pirando com a sua esquisitice e agora não é um bom momento.

—Aconteceu alguma coisa? —questiono um pouco confuso e ele dá de ombros, Amélie está no canto da loja e fala ao telefone, uma expressão séria no rosto— Ok... aí, será que conseguimos a nossa jaqueta clássica dessa vez?

—Pra você foi bem fácil conseguir a da Alissa no ano passado!

—Não foi não, eu tive que pagar uma fortuna nela e não me arrependo por nenhum centavo! —exclamo encaro algumas camisetas da nova coleção, Carlos ri e nega com a cabeça, continua ao meu lado— Ela falou mais alguma coisa... sobre mim ou nós dois?

—Não falei com ela depois do sábado, mas você sabe... carta branca, a Amélie não está mais contra e você pode investir, não vai ser difícil com a Alissa... mas como estão as coisas com a Stella? —ele encara a loira e eu solto um suspiro quando a observo sob meu ombro, está olhando alguns vestidos—.

É quase palpável a energia fria em torno de Stella... foi assim dentro do carro, nem o rádio ligado em uma música animada aliviou o clima. Sorrimos um para o outro e tentamos manter o clima de "casal apaixonado" na frente das câmeras, mas longe delas... ela fica distante, evita conversar comigo e não sorri como antes. Não podia esperar menos depois de tudo o que eu fiz, mas eu pensei que... sei lá... ela ainda tentaria conversar comigo sobre as ultimas semanas.

—Ela está chateada, e com motivo... mas deixou claro que depois daqui... não aparece mais. —volto a encarar Carlos que me encara um pouco confuso— Ela cansou, Carlos... cansou de tentar alguma coisa, insistir em um relacionamento que ela sabe que não tem futuro, tá cansada de amar sozinha e sabe que não merece o relacionamento em que está hoje.

Happiness || Charles LeclercOnde histórias criam vida. Descubra agora