CAPITULO TRINTA E OITO

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SPA-FRANCOCHAMPS, BÉLGICA || 26.08.2022

ALISSA PETROVA

O sol brilha no paddock enquanto caminho com os olhos focados no display da câmera, checando as fotos tiradas na noite anterior, quando Charles e eu saímos para uma caminhada pela pista —devo ressaltar que eu quase morri... de novo—.

—Bom dia senhorita comprometida! —a voz alegre irradia ao meu lado e o braço passa sob meus ombros, abro um sorriso encontrando os olhos azuis animados— Você simplesmente esqueceu dos seus amados só porque ta namorando com o gostosão!

—Me desculpa, Pie! —exclamo deixando a câmera de lado e o abraçando pela cintura, Pierre sorri— Está indo lá?

—Uhum... quer ir comigo? —o sorriso e a animação diminuem, um ar de tristeza domina seu corpo e eu sorrio pequeno apertando a mão do francês—.

—Vamos. —sussurro sorrindo e Pierre beija minha testa enquanto começamos a caminhar— Desculpa ter sumido essas últimas semanas.

—Tá tudo bem, você tava aproveitando um tempo com o Charles. —ele sorri pequeno e abraça meus ombros, beijando meu cabelo— Ouvi dizer que vai virar fotografa dele... sortuda.

Solto um riso baixinho e observo os lírios brancos, deito a cabeça no peitoral de Pierre e seguimos pelo paddock em direção a pista. Acabamos cumprimentando algumas pessoas pelo caminho, alguns pilotos e mecânicos que parecem saber para onde Pierre está indo, solto um suspiro e abraço Pierre com um pouco mais de força.

—Ei, tá tudo bem? —pergunta sorrindo pequeno e acariciando meu cabelo—.

—Só fiquei com saudade de você. —respondo baixinho e o ouço rir baixinho e me guiar pela pista—.

Não demoramos a chegar na curva, Pierre ofega ao meu lado quando paramos em frente ao local específico, eu sinto toda a energia que emana dali, e posso sentir Pierre tenso e ressentido, ele suspira e se abaixa colocando as flores em frente a proteção da pista, faz o sinal da cruz e começa a orar, junto minhas mãos, fecho meus olhos e abaixo a cabeça, ficando em silencio em respeito a Anthoine.

É possível sentir e ouvir os fotógrafos por perto, é incomodo e desconfortável, não sei como Pierre aguenta essas pessoas o cercando dessa forma, mas quando abro os olhos percebo... ele não liga, não liga para nada além do momento que está passando com o melhor amigo... não há nada além dele e Anthoine.

Quando Pierre abre os olhos e me encara eu sinto a tristeza que exala de seu corpo, ele se levanta e eu me aproximo, o abraçando de lado e sendo recebida pelos braços calorosos do francês, ficamos ali apenas sentindo o peso daquele espaço em específico e prestando condolências ao piloto.

—Obrigado... —Pie sussurra sem desviar os olhos da mureta e eu sorrio pequeno, estico meu corpo e beijo a bochecha do francês— Você é uma amiga incrível.

—Sou sua irmãzinha, sempre vou estar com você. —sorrio quando ele me encara e sinto seus lábios em minha testa—.

—Vamos, quero sua companhia para o café. —confirmo com um aceno de cabeça e seguimos conversando até o restaurante do paddock—.

—Então você e o Charles vão morar juntos? —o francês questiona surpreso me encarando e eu sorrio confirmando com um aceno de cabeça— Nossa, você tá mesmo apaixonada.

—Eu amo ele... nunca pensei que moraria com alguém em tão pouco tempo de relação, mas com ele... só acontece, sabe? É tudo natural, inesperado e... surpreendente, o Charles me faz agir no impulso e não me arrepender disso, ele é uma parte minha que eu nem sabia que faltava. —respondo sorrindo e bebo um gole do meu cappuccino, Pierre me encara com um sorrisinho—.

Happiness || Charles LeclercOnde histórias criam vida. Descubra agora