CAPITULO DEZENOVE

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MARANELLO, ITÁLIA || 10.05.22

ALISSA PETROVA

Coloco mais uma colherada de sorvete na boca enquanto meus olhos mal piscam assistindo ao filme que passa na TV, um suspense qualquer que encontrei zapeando os canais, a perna está elevada sob a mesinha de centro e tenho uma almofada de cada lado do meu corpo, apenas a luz da cozinha está ligada e as janelas abertas permitem que um vento fresco adentre o apartamento. Estou tão absorta que não escuto nada além da TV, não presto atenção em nada além do filme e muito menos ouço quando alguém para em frente a porta do meu apartamento.

—AI MEU DEUS, SOCORRO! —grito quando o som que irradia pelo imóvel corta o completo silencio em meio ao breu do local, encaro a porta com olhos arregalados e me encolho— NÃO TEM NINGUÉM!

—Como não tem se eu tô te ouvindo, Alissa? —meu coração alivia as batidas ao ouvir a voz rouca e grave de Charles ecoar do outro lado da porta— Vem abrir a porta, por favor.

Nós conversamos naquela tarde e Charles me contou que viria para Maranello antes de seguir até a Espanha, tinha reuniões sobre as novas atualizações e estratégias para a próxima corrida, e eu o convidei para ficar no meu apartamento até irmos para a casa de Carlos. Só não esperava que ele viesse tão cedo... tipo hoje a noite.

—Espera aí! —me levanto e pego as muletas caminhando lentamente em direção a porta, quando a abro o encontro ali usando jeans, camisa branca dois números maior que ele e tênis também branco, ao lado a mala prateada— Oi, pensei que chegasse amanhã.

—Até chegaria, mas estava ansioso para te ver... eu mandei mensagem, você não viu? —procuro pelo celular e o encontro jogado do outro lado do sofá, totalmente abandonado— Tem problema? Eu posso...

—Não! Claro que não! Vem, entra. —o dou espaço para que o moreno entre e ele sorri lindamente na minha direção, me derreto quase inteira, Charles adentra o apartamento e deixa a mala de lado— Vou ver isso aí depois para checar a organização.

—Eu só enfiei, depois arrumamos. —vira na minha direção, tira as muletas dos meus braços e me segura enquanto sorri e sela nossos lábios— Oi moranguinho.

—Oi Charlie. —respondo toda bobinha o encarando, ele ri baixinho e acaricia minha nuca, impulsiona meu corpo para que minhas pernas entrelacem em sua cintura—.

—Então, o que estava fazendo?

—Assistindo um filme de suspense que eu achei na TV... mas você pode dormir se estiver cansado. —respondo acariciando sua nuca, ele sorri carinhoso e nega com a cabeça nos levando até o sofá—.

—Vou assistir com você e depois podemos ir dormir. —sorri acariciando minha bochecha e eu confirmo sorrindo toda boba, não consigo não sorrir com o moreno— Então, o que está comendo?

—Sorvete de caramelo salgado, você quer? —questiono sorrindo e Charlie abre um sorriso enorme enquanto confirma, pego uma colherada do doce depois de alcança-lo em cima da mesinha de centro—.

Passamos horas ali, assistindo ao filme, dividindo nosso sorvete e conversando, Charlie ainda tomou um banho e fomos deitar juntos, me aconchego nos braços do moreno em meio a escuridão do quarto, selo os lábios aos de Charles e escondo meu rosto em seu pescoço, suas mãos acariciam minha cintura enquanto sinto seu nariz inspirar o cheiro do meu cabelo, nem ao menos percebo quando durmo.

O som estrondoso da chuva caindo do lado de fora é o que me acorda no meio da noite, mas não há ninguém comigo, apenas o frio e a escuridão. Consigo reconhecer o meu quarto e o cheiro de morango que irradia por ele, passeio os olhos por ali e me assusto mais uma vez quando outro trovão e raio ecoam do lado de fora e iluminam todo o cômodo, me revelando uma sombra do outro lado do quarto.

Happiness || Charles LeclercOnde histórias criam vida. Descubra agora