Bastou uma noite, apenas uma noite para que aqueles olhos verdes esmeraldinos e o sorriso mais lindo do mundo dominassem minha mente. Nunca acreditei que a felicidade plena era pra mim, que eu tinha o direito de ser feliz depois de tudo que passei...
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FLORENÇA, ITÁLIA || 04.10.2022
ALISSA PETROVA
Sorrio enorme brincando com Sophia enquanto Lie e minha mãe conversam bebericando um vinho, meu pai prepara a carne para o nosso almoço enquanto Charles e Carlos brigam entre si levando Sammy aos risos, já que está no colo do pai.
—O seu pai é meio desmiolado, igual ao seu padrinho. —comento com a pequena em meu colo e Sophia ri banguelinha enquanto morde os dedinhos da mão— Coisa mais linda da tia, eu te amo, minha pequena.
A gargalhada de Sammy irradia por toda a área externa, sendo seguida pela irmã que gargalha enquanto mordo o pezinho dela. Mamãe senta ao meu lado e abraça meus ombros, sorrindo para a netinha, sinto seus lábios em meus cabelos e ela acaricia meu ombro.
—Quando meu netinho vindo de vocês dois vai chegar? —dispara sem filtro e eu a encaro surpresa, olhos arregalados e um nervosismo estranho, ela dá de ombros— O que? Eu já tenho duas, mas quero netinhos da minha pequena princesa.
Meu estômago embrulha mais uma vez e eu respiro fundo, fecho os olhos por um tempo, tentando manter o controle, quando os abro novamente encontro o olhar intenso de minha irmã sob mim, os olhos escuros passeiam pelo meu corpo e param em meu abdomen, ela arqueia a sobrancelha me encarando, mas faço a egipicia e desvio os olhos de Amélie.
—Mamãe, per l'amor di Dio! —exclamo em italiano e ela ri desviando os olhos e beberica o vinho que está ao fim— Charles tem outras prioridades na vida dele e eu... vamos dar tempo ao tempo, quando for a hora certa vai ser recebido com muita alegria.
—Você é uma chata! Sua irmã não esperou nem um ano. —ainda posso sentir o olhar julgador de minha irmã sob mim enquanto respiro fundo encarando minha mãe—.
Ela não pode saber, nem imaginar na verdade... é uma maritaca e vai sair contando pra todo mundo antes de eu saber se realmente é isso.
—Eu desisto de você, não tem solução não! —exclamo me levantando e solto um gritinho quando sinto o impacto em minha bunda, encaro D. Katharina com uma carranca no rosto— Que abusada!
—Me dá minha neta e vai beber um vinho, se embebeda bastante. —pisca pegando Sophia dos meus braços e eu reviro os olhos observando seu sorrisinho suspeito— Assim você me dá netos!
—Vai se criar, mãe! —me afasto da mais velha depois que ela tira Sophia dos meus braços, ouvindo a gargalhada dela enquanto brinca com a neta—.
Caminho para o interior da casa, aonde posso soltar a lufada de ar que prendi enquanto estava com minha mãe, encosto as costas na parede ao lado da porta e respiro fundo, a mão desce até o ventre e eu abaixo o olhar encarando ali.
Não que já esteja confirmado, é só uma hipótese... desde Singapura eu sinto os enjoos, principalmente de manhã, não quis contar ao Charles para que ele não se preocupasse ou pensasse coisas demais —ele tem um leve costume de comemorar antes dos resultados—, até o cheiro do perfume dele já me causou um leve enjoo, tive que desviar o assunto quando ele questionou se eu estava bem.
