CAPITULO VINTE E CINCO

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 MONTREAL, CANADA || 17.06.2022

ALISSA PETROVA

Sabe aquele pesadelo em que você está caindo em queda livre num local sem fim, e quando você parece ver o fim da queda só quer acordar? Estou nesse momento querendo acordar do pesadelo onde encontro o homem mais escroto, dominador e asqueroso da minha vida... mas isso não é um sonho.

A mão ainda está estendida em minha direção, e eu estou estática em frente ao ser humano de 1.79m de altura e olhos devoradores e possuídos por uma sombra horrenda, o sorriso de escarnio em seus lábios levemente rachados faz meu estomago dar 10 voltas por segundo.

—Vamos lá, Alissa, cumprimente o Gerard. —Gunther chama minha atenção enquanto a mão do homem ainda está estendida em minha direção—.

Não consigo me mover, meus músculos e membros não respondem aos comandos do cérebro, eu apenas o encaro enquanto as memorias invadem minha mente. Os olhos azuis do homem medem meu corpo umas duas vezes e então param em meu rosto, os lábios sustentam um sorriso que eu conheço bem... é o mesmo sorriso de dois anos atrás.

—Olha só, Mick! —Gunther exclama animado e logo o alemão chega ao meu lado, instintivamente aperto seu macacão, chamando sua atenção— Quero te apresentar alguém...

Eu ainda sinto, ainda sinto seus olhos vagueando por todo meu corpo, de repente respirar se torna difícil, uma bola se forma em minha garganta e eu não consigo puxar o ar de jeito nenhum, meu solhos marejam levemente e eu abaixo a cabeça tentando a todo custo evitar a crise que pode acontecer na frente daqueles dois, puxo levemente o macacão de Mick.

—Me desculpe Gunther, mas podemos deixar pra depois? —o alemão questiona com seu sorriso fofo e o chefe de equipe nega com o sorriso paternal que tem— Lissa, eu, hã... preciso da sua ajuda, vem comigo.

E sai me puxando para os fundos da garagem, quando passamos ao lado de Gerard posso sentir o toque de sua mão na minha e sinto como se aquele pedaço de pele pegasse fogo, quero que pegue fogo!

Nos fundos da garagem eu solto um longo suspiro e ao tentar puxar o ar nada vem, arregalo os olhos me desesperando e agarro Mick para que pare de andar, ele se vira para trás e me encara.

—O que foi? Ei, Lissa! Respira!

—Não... consigo! —digo entre tentativas de puxar ar, os olhos arregalados encarando Mick, percebo o brilho preocupado e assustado nos olhos azuis— Charlie... chama... Charlie...

—Não posso te deixar sozinha! —exclama preocupado e eu nego veemente enquanto mais uma vez tento voltar a respirar, minhas mãos tremem nervosas e as lagrimas começam a cair de meus olhos— Lissa, se acalma, por favor... precisa se acalmar, o que aconteceu?

Não consigo dizer, só aperto o macacão do alemão que arregala os olhos e tenta de toda forma me acalmar e parar com o ataque de pânico. Começo a sentir tudo pequeno, apertado, sufocante e pequenos pontos negros surgem na minha visão, aperto o braço de Mick e ele me ajuda a me sentar sob algo.

—Ei, o que houve? —Kevin se aproxima confuso e quando percebe a situação os olhos arregalam preocupados— Alissa? Ei, o que aconteceu?

—Ela está tendo um ataque de pânico, mas não sei o porquê. —Mick é quem responde e eu já começo a perder a consciência, tenho que me apoiar em Kevin também quando minhas pernas falham—.

—Vai atrás do Charles, eu cuido dela! —o dinamarquês orienta enquanto me apoia completamente e Mick se afasta confirmando com a cabeça—.

—Certo! Eu to indo lá... cuida dela! —ele exclama novamente e se afasta correndo pelo paddock, Kevin me ajuda a me sentar em um banco e pega algo para me abanar—.

Happiness || Charles LeclercOnde histórias criam vida. Descubra agora