CAPITULO TRINTA E DOIS

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DARCY SMITH as ALISSA PETROVA

SPILBERG, AUSTRIA || 08.07.2022
ALISSA PETROVA

—Tá tudo bem? Você tá todo calado hoje. —questiono encarando Charles a minha frente, estamos jantando no restaurante do hotel e desde que chegamos o monegasco está calado—.

Bem diferente de um certo alguém que eu conheço.

—Tudo... só cansado da corrida de mais cedo. —responde sério bebericando seu vinho e eu continuo o encarando, ele não me olha—.

—Charles...

—Tá tudo bem, Alissa... eu não quero falar, tá? —o tom de voz me surpreende, é frio e estressado, suspiro baixinho e foco no meu prato—.

Esse silencio... ele me incomoda. Nós estávamos tão bem naquela manhã, ele conversou comigo, me acalmou e deu um norte sobre a discussão dos dois, me surpreendeu com toda sua confiança em expressar seus sentimentos e como se sentia, mas.... agora ele parece um desconhecido.

—Você pode me contar as coisas, Charles... como se sente e o que se passa na sua cabeça, el... eu estou com você para os momentos bons e principalmente os ruins. —tento mais uma vez e ele me encara um pouco bravo, perdido, respira fundo e deixa os talheres sob a mesa—.

—Eu não quero falar, Alissa! Eu não quero conversar! Eu quero o meu tempo, a minha mente, a minha cabeça... não preciso dos seus conselhos! —exclama um pouco bravo e eu arregalo os olhos levemente, as pupilas levemente dilatas a minha frente me assustam um pouco—.

—Ei gente... tudo bem? —Mick para ao lado da nossa mesa e eu ouço o bufar nos lábios do moreno, o encaro de lado—.

Ótimo... é claro que ele apareceria. —sussurra mal humorado e levanta da mesa de supetão, chamando atenção de algumas pessoas, então encara Mick— Tudo ótimo, Mick! Tudo na mais perfeita ordem! Ela sentiu a sua falta, como sempre... eu tava só esquentando cadeira, eu acho.

—Charles! —exclamo quando ele se afasta e deixa o restaurante, respiro fundo e abaixo a cabeça sentindo o nervosismo invadir meu corpo, cerro os punhos—.

—Lissa... —o alemão chama em um tom preocupado e eu me levanto da mesa, encarando Charles sumir—.

—Eu preciso falar com ele, Mick... —aviso encarando o alemão rapidamente, ele assente, pego bolsa que levei até ali e encaro o alemão— Obrigada por se preocupar, você é incrível.

Sorrio pequeno e ele corresponde ao sorriso, é fraternal... nada de amoroso ou apaixonado... ele não sente nada além de carinho de irmão por ela, isso é um fato.

Sigo pelo hall do hotel e pego o elevador, seguindo até o nosso andar, quando as portas se abrem eu tenho a visão de Charles abrindo a porta do quarto de hotel, corro até ele e agradeço aos céus por Alissa ter mais tênis do que saltos.

—Você precisa falar comigo! —exclamo me aproximando, a voz estridente me surpreende um pouco, parece brava, autoritária, é diferente da minha sempre baixinha e benevolente—.

—Eu preciso mesmo? MESMO? PORQUE VOCÊ PARECE SEMPRE MAIS PREOCUPADA COM QUALQUER OUTRA PESSOA ALÉM DE MIM! —as palavras que adentram a minha cabeça parecem uma ilusão, não é possível que esteja ouvindo isso—.

—EU ESTOU AQUI, CHARLES! EU ESTOU AQUI ESPERANDO QUE VOCÊ ME CONTE O QUE ACONTECEU, COMO SE SENTE! QUE CONFIE EM MIM PRA ME CONTAR TUDO E NÃO SÓ O QUE VOCÊ QUER QUE EU OUÇA!

—EU TENHO CIUME, TÁ LEGAL? VOCÊ FICA COM ELE O DIA INTEIRO PRA CIMA E PRA BAIXO, E TÁ RINDO COM ELE E BRINCANDO COM ELE, A PORRA DA MINHA CABEÇA INVENTA UM MONTE DE COISA E EU FICO PARANOICO! —o grito reverbera pelo corredor e eu o encaro mais calma, o coração se apertando— EU TE AMO, PORRA! MERDA, ALISSA, EU TE AMO PRA CARALHO, DARIA A MINHA VIDA POR VOCÊ! MAS EU ODEIO TE VER O DIA TODO COM ELE E NÃO COMIGO!

Happiness || Charles LeclercOnde histórias criam vida. Descubra agora