CAPITULO QUARENTA

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CIRCUITO INTERNACIONAL DE MONZA, ITALIA || 11.09.2022

ALISSA PETROVA

Sinto o nervosismo dominar meu corpo quando o fim da corrida se aproxima e o Safety Car ainda não saiu da pista, os mecânicos discutem na garagem a possibilidade da corrida terminar atrás do Safety Car e Charles não ter chance de brigar pela liderança, ele está com pneus novinhos e precisa do fim dessa porcaria de carro de segurança pra ter uma chance de brigar pela vitória.

Volta 49/53, Safety Car fora da pista e bandeira verde acionada, pista liberada. Meus olhos não piscam quando Verstappen acelera após a última curva, não piscam quando Charles o segue no mesmo ritmo, se aproximando do RBR numero 1 enquanto é acompanhado pelos gritos animados dos italianos, não piscam quando, depois das curvas 1 e 2, Charles se aproxima como um avião do carro de Max e o ultrapassa durante a longa curva 3.

Solto uma lufada de ar junto do grito animado que deixa meu corpo tenso, os mecânicos comemoram animados, mas não desviam os olhos dos monitores, ele precisa manter a posição, precisa tomar distância do rival de pista, precisa ganhar essa corrida.

Max está próximo, não se afasta e os dois brigam antes da curva 07, na reta Max tem a vantagem do DRS e ultrapassa Charles antes da segunda zona de detecção, o monegasco é quem se mantem próximo e o carro com pintura especial ultrapassa o holandês na reta após a parabólica, também conquistando a melhor volta. Não consigo evitar o sorriso enorme e os olhos marejados, a emoção de o ver correr em sua própria essência, de o ver se divertir na pista como foi na primeira corrida do ano, é o meu menino, meu piloto, meu campeão.

A garagem, as arquibancadas, o autódromo... a Itália, explode em um grito uníssono quando o carro numero 16 passa pela bandeira 0.540s a frente do RBR de numero 1, que está lado a lado com o numero 55, e perde sua posição por 0.003s.

É uma dobradinha.

É uma dobradinha da equipe da casa.

É uma vitória no Grande Prêmio para a equipe mais histórica da categoria.

É primeiro e segundo lugares para a grandiosa Ferrari.

Eu não consigo evitar as lagrimas, transbordam pelos meus olhos quando meu orgulho, minha felicidade e minha euforia não cabem no meu corpo. Abraço Andrea, Joris, Sindy, minha irmã e as gêmeas, abraço mecânicos, Mattia e até Robert que está ali para assistir ao fim de semana de corrida.

Quando estamos na multidão cantando o hino italiano eu tenho um sorriso enorme no rosto e olhos inchados e molhados pelo choro emocionado, quando a câmera da transmissão foca em mim eu estou no meu pior momento físico, mas no meu melhor momento emocional. O hino é cantado em um grito só, as bandeiras italianas balançam no meio da multidão de vermelho, o brasão da escuderia reluz orgulhosamente sob a multidão de fanáticos pelo melhor esporte do mundo.

É uma surpresa enorme para todos quando a esquadrilha da fumaça passa sob o pódio quando os meninos estão recebendo os troféus e comemoram com a festa do champanhe, as cores vermelho verde e branco dominam o céu sob o autódromo e todos gritam animados.

Volto ao meu estado normal e agarro a câmera em minhas mãos quando Charles e Carlos seguram uma bandeira da Itália enquanto as de seus países estão sob seus ombros, capturo cada mínimo momento, cada sorriso emocionado, cada aceno aos fãs. Capturo quando eles entregam as garrafas de champanhe a mecânicos e tiram fotos juntos enquanto seguram os troféus de primeiro e segundo lugares, Max os cumprimenta com um sorriso animado e os dois companheiro o puxam para uma foto, eu sorrio boba capturando o momento com as minhas lentes.

Happiness || Charles LeclercOnde histórias criam vida. Descubra agora