Bastou uma noite, apenas uma noite para que aqueles olhos verdes esmeraldinos e o sorriso mais lindo do mundo dominassem minha mente. Nunca acreditei que a felicidade plena era pra mim, que eu tinha o direito de ser feliz depois de tudo que passei...
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BAHREIN, EMIRADOS ARABES UNIDOS
CHARLES LECLERC
—Mantenham o foco e o pé no chão, podemos ser os mais fortes essa semana, mas não esqueçam que nós temos rivais, e todas as equipes podem ser consideradas como tal. —Mattia orienta na reunião depois dos treinos, Carlos tem seu foco no monitor a sua frente e eu encaro o chefe de equipe— Temos um dos carros mais bem construídos do grid, mas isso não quer dizer que temos o campeonato ganho... vamos focar nesse fim de semana, dar nosso melhor e garantir os primeiros pontos para a equipe.
A reunião não demora a terminar, é sexta-feira e em poucas horas nós temos o primeiro treino livre da temporada. Eu caminho ao lado de Carlos pelo paddock enquanto o ouço reclamar sobre Amélie e os hormônios da gravidez, o primeiro treino é logo após o almoço e resolvemos ir almoçar em um dos restaurantes próximo ao autódromo.
—Cara... você vai ter que se acostumar com isso, elas são insuportáveis no começo... a esposa do Lorenzo era uma chorona nos primeiros meses, chorava por qualquer coisa. —comento encarando o espanhol, ele suspira e observa todo o paddock—.
—Se a Amélie chorasse por qualquer coisa eu agradeceria aos céus, mas ela tá um vulcão de fúria... qualquer coisinha fora do lugar deixa ela furiosa e pronta pra armar um barraco. —responde jogando os ombros, eu solto um riso e bato em seu ombro—.
—É só o começo, cara. —o espanhol me encara sério e eu dou de ombros, miro a movimentação do paddock— Pelo menos com isso eu não sofro.
—Me lembro claramente de você dizendo que estava com inveja quando Amélie contou que estava gravida. —arqueia uma sobrancelha em minha direção, dou de ombros—
—O passado... a gente deixa no passado.
—Claro... assim como a morena que você beijou em Mônaco e que ainda não esqueceu, né? —me viro na direção do mais velho e ele ri debochado, desvia os olhos— Acha que eu não percebi que você as vezes vai pro mundo da lua? Tá pensando na desconhecida, né?
—Ela não é desconhecida! E eu não penso nela, não sei se lembra, mas eu estou namorando agora! —argumento contra o espanhol, que dá de ombros—.
—Essa garota na verdade é um tapa buraco... você só está usando ela pra não pensar na morena desconhecida. —contra-argumenta me encarando e eu fico sem palavras—.
—Eu gosto da Stella, não a uso como tapa buraco. —respondo um pouco mal humorado, Carlos parece perceber minha expressão descontente— Além disso, quem parece não esquecer dela é você... tá sempre achando um jeito pra comentar.
—Cara, você ficou literalmente uma besta pela garota por semanas, é estranho ter esquecido ela em poucos dias e do nada aparecer namorando!
—Eu segui com a minha vida, Carlos! Nem lembro do rosto dela, como eu iria passar a minha vida toda atrás dessa garota? —o espanhol dá de ombros, desvia os olhos e sorri enorme quando parece avistar alguém—.
