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Eu estava deitada ao lado de Lucas na cama, mas já estava vestida novamente com a camiseta branca dele.

Não sei o horário exato quando acordo em um sobressalto. Ainda está noite lá fora, o que significa que ainda é madrugada.

Passo a mão pelos meus cabelos, tentando respirar. Pesadelos de novo.

Como eu odeio que estejam presentes comigo todas as noites, me lembrando sempre do pior dia da minha vida. O dia que meu irmão foi embora.

— Pesadelos? — escuto Lucas perguntar. Sua voz um pouco rouca e pesada já que tinha acabado de acordar.

Apenas aceno em concordância, ainda incapaz de encarar seus olhos.

— Me desculpe por te acordar. De novo. — falei, relembrando daquele dia no hotel, onde também havia acordado ele sem querer. Me sinto péssima por isso.

— Preciso te falar que não há problema nenhum, loirinha? — ele pergunta, levando sua mão até meu queixo, fazendo com que eu olhe em seus olhos. Sempre intensos. Lucas dá um breve sorriso que não chega até os olhos, mas esse, diferente dos outros, não tinha nenhum sarcasmo, era apenas ele. Sinto um arrepio percorrer o meu corpo, e meus rosto queimar provavelmente ficando vermelho. Me lembro do que fizemos horas atrás, e acima de tudo, não me arrependo de nada. — Vem, quero te mostrar algo. — o garoto diz, desviando seu olhar do meu.

Ele também já tinha vestido sua calça moletom preta, mas estava sem camisa.

— Para onde? — eu perguntei me levantando da cama em seguida.

— Se eu contasse perderia a graça. — Lucas falou e eu sorri, o seguindo pelo corredor depois que abriu a porta.

Aquela casa era imensa, quase que um palácio. Em cada canto tinha uma porta diferente, ou uma decoração que parecia custar o preço de um rim.

Quase tropecei em Lucas, já que não estava prestando tanta atenção no caminho, e sim nos detalhes daquela casa.

— O que é isso? — perguntei olhando para ele, que abriu a porta de um quarto, que ficava um pouco longe do seu.

— Gosta mesmo de perguntas, hum? — Lucas disse e eu revirei os olhos.

— Gosto das que tem respostas.

— Entre. — ele diz. Eu o observo por mais um tempo antes de entrar no quarto. Lucas vem logo atrás e fecha a porta.

É um quarto normal como qualquer outro, bem menor que o de Lucas, porém não é exatamente isso que chama a minha atenção, e sim o fato de ter uma imensa sacada, que tem uma ampla visão do céu.

— Eu posso...? — começo, mas não sei bem como terminar a frase. Lucas parece entender perfeitamente o que quero dizer já que assente com um sorrisinho.

Tento esconder a minha animação enquanto ando até a sacada, vendo mais de perto. Pode parecer algo comum, mas eu juro que vendo o céu daqui parece tão único. A lua cheia, as estrelas perfeitamente alinhadas. E o fato de eu gostar imensamente de astronomia amplia ainda mais o meu interesse.

— Talvez prefira ver com isso aqui. — Lucas diz e eu olho para trás, vendo a direção onde ele aponta. Meu olhar rapidamente vai para um telescópio. Um telescópio refrator magnífico, que simplesmente capacita a visão estrelas maiores, planetas e luas com total intensidade.

Dou um sorriso me aproximando do telescópio, que fica ainda mais bonito de perto. Antes de me inclinar para olhar eu o direciono para onde quero. A lua. Aponto o telescópio para a direção correta para que o satélite fique no centro de minha visão ocular.

O último anoOnde histórias criam vida. Descubra agora