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Nós estávamos novamente na casa da minha vó, já era noite, provavelmente umas 22:00h, mas Lucas ainda estava comigo, e provavelmente continuaria aqui, já que estava chovendo fortemente, e hoje ele simplesmente não parou o carro na porta de casa, mas sim em um local um pouco mais afastado, que seria rápido para ir andando, mas não em uma chuva dessa. Afinal, minha avó também não tinha guarda-chuva em casa.

Estávamos no meu quarto agora, onde eu sempre dormia quando vinha visitar minha vó, e ele continuava do mesmo jeitinho, as coisas nós mesmos lugares de antes, mas impressionante não havia nada de pó o que me fez pensar que minha avó provavelmente limpa este quarto com mais frequência do que imagino.

— Vamos lá, o azul celeste ou o azul royal? — eu pergunto para Lucas que estreita os olhos vendo os frascos de esmaltes na minha mão.

— Tem diferença? — pergunta e eu arregalei os olhos, me perguntando se ele era daltônico ou algo do tipo.

— Claramente! Escolha apenas um, para eu poder pintar minha unha. — falei.

— Desculpe amor, digamos que cores de esmaltes nunca foram bem a minha especialidade. — Lucas fala, sentado na cama, de frente para mim.

Scott deu um jeito de se acomodar no meio de nós dois, todo esparramado, mas eu nem liguei, e Lucas muito menos. Gosto de que o cachorro fique confortável, coisa que parece estar agora.

Ainda seguro os dois frascos de esmalte, cada um em uma mão diferente, mostrando para Lucas que parece estar mais cego do que eu quando tento enxergar o quadro, ou então daltônico.

— Ok, eu escolho o royal. — diz e eu concordo.

— Ótimo, era a melhor opção. — falo com um sorriso me levantando da cama apenas para pegar a lixa de unha, acetona, algodão e outras coisas assim. Geralmente quando tenho concentração e coordenação motora o suficiente consigo fazer minhas unhas das duas mãos sem dificuldade, mas em certos momentos este parece o trabalho mais difícil.

Lucas estava comendo um pouco do brigadeiro que eu fiz, mas apenas uma colher.

— Nem sequer me ajudou a fazer o brigadeiro, Lucas! Então é uma colher somente, estou sendo boazinha em dar o meu doce a você. — falei me concentrando nas minhas unhas.

— Como eu não ajudei?! — o garoto perguntou, e eu ergui o olhar para ele, com o que eu esperei significar: "está mesmo fazendo este raio de pergunta?"

— A única coisa que você sabia fazer, amor, era basicamente perguntar de 1 em 1 minuto se estava pronto. — eu disse simples.

— Justamente, e apenas com isso você quase tacou a panela na minha cabeça. — justificou, me fazendo sorrir.

— Iria ser merecido.

Scott já tinha ido embora da cama, provavelmente descido para brincar com seus brinquedos ou até mesmo comer a ração.

Depois de alguns minutos eu consegui finalizar todas as unhas. Realmente tinha sido um trabalho difícil, mas não borrei tantas vezes dessa vez.

— Preciso de um pequeno favor seu. — falei olhando para Lucas que a essa altura já estava deitado na minha cama como se dele fosse.

— Qual?

— Que seque o meu cabelo com secador. — falei e ele me encarou por um tempo. — Por favor! Se eu mexer com isso agora minhas unhas vão acabar estragando. — digo fazendo o melhor olhar angelical que consigo e Lucas revira os olhos se levanta da cama.

— Onde está o secador? — pergunta me fazendo sorrir.

— No armário ao lado, 3º gaveta. Coloca nessa tomada ao lado da cama.

O último anoOnde histórias criam vida. Descubra agora