1 - Cavalgar é para quem sabe?

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Esta fic foi postada em outra plataforma em dezembro de 2019,  mas só agora está chegando aqui. Espero que gostem.
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Magnus se perguntava pela enésima vez porque havia aceitado ir passar um fim de semana na fazenda com os amigos, quando detestava o ar puro do campo, o prado, os animais, e tudo o mais que rodeava o ambiente. 

Rosnou para si e isso assustou um pouco o cavalo, o que o fez arrepender-se de tê-lo montado. Não sabia cavalgar. Estava perdido no meio do mato, sobre um bicho enorme, que ia para onde bem entendia, e ele não sabia se pararia um dia. Pedia ao cosmo apenas que os amigos o achassem, mas parecia que ninguém havia se importado com o seu sumiço. Olhou ao redor, protegendo os olhos do sol, com a mão, e nada, só mato e mato. 

Quem era o idiota que subia num cavalo, sem saber cavalgar e não dizia para ninguém? Quem era o idiota que simplesmente saía à cavalo, novamente lembrando, sem saber cavalgar, e se perdia? Magnus Estúpido Bane..

As rédeas estavam soltas no pescoço do animal. Há muito as havia largado, porque viu que ele apenas tentava empinar, quando as puxava. A última coisa que queria era cair daquela altura. Christopher Rives ficou tetraplégico após uma queda de cavalo, e ele era um cavaleiro, além de ator e o Superman.

De repente o cavalo pareceu aumentar o galope, como se tivesse encontrado o que queria. Magnus agarrou-se a crina, com medo de cair, e essa foi sua sorte, porque o bicho resolveu correr, só parando na beira de um riacho, onde havia outro cavalo, branco, ao lado de uma árvore.

_ Não me diga que é a sua namorada, seu malandrinho? _ Magnus sorriu, batendo de leve no dorso do animal, enquanto ele cheirava o focinho do outro cavalo, cuja rédea estava amarrada a um galho.

O cavalo virou para o lado e relinchou, como se chamasse a atenção para algo, e Magnus ouviu um barulho nas proximidades da água, logo vendo alguém erguendo-se, antes escondido pelo outro animal, e ainda protegido por um daqueles chapéus de vaqueiro, que ele detestava, mas também estava usando, por ter sido um presente do amigo fazendeiro.

_ Califa, o que faz aqui? Como veio parar tão longe da sede, garotão? _ a voz soou calma, brincalhona e um pouco rouca, quando acariciou o cavalo. 

_ Eu me perdi e ele me trouxe até aqui. Acho que foi por causa do seu cavalo _ Magnus resolveu falar, vendo que o homem não havia percebido sua presença. 

Quando o desconhecido ergueu o rosto, saindo do esconderijo da aba do chapéu, ele pensou que cairia do cavalo. Que homem era aquele? Que olhar, que rosto, que boca, que tudo… 

Um sorriso pequeno se formou em seus lábios rosados. _ Você deve estar com o grupo que veio passar o fim de semana. Sou Alec, o capataz da fazenda, ao seu dispor _ falou, estendendo a mão ao se aproximar dele.

A mão era um pouco calejada, era grande e o aperto forte e másculo. A mão macia e pequena de Magnus, sumia dentro daquele aperto, suas unhas pintadas de preto e os dedos cheios de anéis, se perdiam ali, mas ele não pôde deixar de imaginar o que mãos grandes e fortes como aquelas poderiam fazer em seu corpo. Alec soltou sua mão e ele se sentiu estranhamente abandonado.

_ Eu… estou com eles. Saí para cavalgar e… me perdi.

_ Califa o trouxe até aqui. Ele gosta de passear por essa região com Pilar, a minha égua. Eles são irmãos  _ Alec sorriu, mostrando ruguinhas ao redor dos olhos, que deixaram Magnus maravilhado.

_ E como ele sabia que vocês estariam aqui?

_ Às vezes eu saio com ele. Sabe que depois do almoço costumo vir cochilar na beira do riacho. É um animal muito esperto.

Fim de semana na fazenda Onde histórias criam vida. Descubra agora